terça-feira, 12 de novembro de 2013

Vaticano inova na preparação do Sínodo da Família

O Papa Francisco quer saber:
O que os católicos pensam?
Questionário vai apurar o que os católicos pensam
O Papa Francisco enviou às paróquias de todo o mundo o documento preparatório da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos cujo tema é "Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização".
O chamado Sínodo da Família acontecerá no Vaticano ano que vem, entre 5 a 19 de outubro.
O documento, além das fundamentações, apresenta um questionário a ser respondido pelos fieis em cada paróquia. Trata-se, ao que parece, de uma novidade.
O Papa Francisco pretende que as decisões do Sínodo sejam tomadas levando em conta aquilo que a comunidade católica realmente pensa. Se assim for, o resultado da consulta será uma dos maiores levantamentos já feitos sobre o estado atual da mentalidade católica no mundo.
As questões abordadas no texto vão desde a preparação para o matrimônio e a evangelização dos cônjuges e de suas famílias, até as uniões de fato sem reconhecimento religioso ou civil, a situação dos divorciados católicos que voltaram a casar ou as uniões entre pessoas do mesmo sexo, passando pelos procedimentos de nulidade matrimonial.
O questionário já foram enviados às conferências episcopais e devem estar chegando às igrejas.
Abaixo, as perguntas elaboradas pelo Vaticano.
1 - Sobre a difusão da Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja a propósito da família
a) Qual é o conhecimento real dos ensinamentos da Bíblia, da “Gaudium et spes”, da “Familiaris consortio” e de outros documentos do Magistério pós-conciliar sobre o valor da família segundo a Igreja católica? Como os nossos fiéis são formados para a vida familiar, em conformidade com o ensinamento da Igreja?
b) Onde é conhecido, o ensinamento da Igreja é aceite integralmente. Verificam-se dificuldades na hora de o pôr em prática? Se sim, quais?
c) Como o ensinamento da Igreja é difundido no contexto dos programas pastorais nos planos nacional, diocesano e paroquial? Que tipo de catequese sobre a família é promovida?
d) Em que medida – e em particular sob que aspectos – este ensinamento é realmente conhecido, aceite, rejeitado e/ou criticado nos ambientes extra eclesiais? Quais são os fatores culturais que impedem a plena aceitação do ensinamento da Igreja sobre a família?
2 - Sobre o matrimônio segundo a lei natural
a) Que lugar ocupa o conceito de lei natural na cultura civil, quer nos planos institucional, educativo e acadêmico, quer a nível popular? Que visões da antropologia estão subjacentes a este debate sobre o fundamento natural da família?
b) O conceito de lei natural em relação à união entre o homem e a mulher é geralmente aceite, enquanto tal, por parte dos batizados?
c) Como é contestada, na prática e na teoria, a lei natural sobre a união entre o homem e a mulher, em vista da formação de uma família? Como é proposta e aprofundada nos organismos civis e eclesiais?
d) Quando a celebração do matrimônio é pedida por batizados não praticantes, ou que se declaram não-crentes, como enfrentar os desafios pastorais que disto derivam?
3 – A pastoral da família no contexto da evangelização
Quais foram as experiências que surgiram nas últimas décadas em ordem à preparação para o matrimônio? Como se procurou estimular a tarefa de evangelização dos esposos e da família? De que modo promover a consciência da família como “Igreja doméstica”?
Conseguiu-se propor estilos de oração em família, capazes de resistir à complexidade da vida e da cultural contemporânea?
Na atual situação de crise entre as gerações, como as famílias cristãs souberam realizar a própria vocação de transmissão da fé?
De que modo as Igrejas locais e os movimentos de espiritualidade familiar souberam criar percursos exemplares?
Qual é a contribuição específica que casais e famílias conseguiram oferecer, em ordem à difusão de uma visão integral do casal e da família cristã, hoje credível?
Que atenção pastoral a Igreja mostrou para sustentar o caminho dos casais em formação e dos casais em crise?
4 – Sobre a pastoral para enfrentar algumas situações matrimoniais difíceis
a) A convivência ad experimentum é uma realidade pastoral relevante na Igreja particular? Em que percentagem se poderia calculá-la numericamente?
b) Existem uniões livres de facto, sem o reconhecimento religioso nem civil? Dispõem-se de dados estatísticos confiáveis?
c) Os separados e os divorciados recasados constituem uma realidade pastoral relevante na Igreja particular? Em que percentagem se poderia calculá-los numericamente? Como se enfrenta esta realidade, através de programas pastorais adequados?
d) Em todos estes casos: como vivem os batizados a sua irregularidade? Estão conscientes da mesma? Simplesmente manifestam indiferença? Sentem-se marginalizados e vivem com sofrimento a impossibilidade de receber os sacramentos?
e) Quais são os pedidos que as pessoas separadas e divorciadas dirigem à Igreja, a propósito dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação? Entre as pessoas que se encontram em tais situações, quantas pedem estes sacramentos?
f) A simplificação da praxe canónica em ordem ao reconhecimento da declaração de nulidade do vínculo matrimonial poderia oferecer uma contribuição positiva real para a solução das problemáticas das pessoas interessadas? Se sim, de que forma?
g) Existe uma pastoral para ir ao encontro destes casos? Como se realiza esta atividade pastoral? Existem programas a este propósito, nos planos nacional e diocesano? Como a misericórdia de Deus é anunciada a separados e divorciados recasados e como se põe em prática a ajuda da Igreja para o seu caminho de fé?
5 - Sobre as uniões de pessoas do mesmo sexo
a) Existe no vosso país uma lei civil de reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo, equiparadas de alguma forma ao matrimônio?
b) Qual é a atitude das Igrejas particulares e locais, quer diante do Estado civil promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, quer perante as pessoas envolvidas neste tipo de união?
c) Que atenção pastoral é possível prestar às pessoas que escolheram viver em conformidade com este tipo de união?
d) No caso de uniões de pessoas do mesmo sexo que adotaram crianças, como é necessário comportar-se pastoralmente, em vista da transmissão da fé?
6 - Sobre a educação dos filhos no contexto das situações de matrimônios irregulares
a) Qual é nestes casos a proporção aproximativa de crianças e adolescentes, em relação às crianças nascidas e educadas em famílias regularmente constituídas?
b) Com que atitude os pais se dirigem à Igreja? O que pedem? Somente os sacramentos, ou inclusive a catequese e o ensinamento da religião em geral?
c) Como as Igrejas particulares vão ao encontro da necessidade dos pais destas crianças, de oferecer uma educação cristã aos próprios filhos?
d) Como se realiza a prática sacramental em tais casos: a preparação, a administração do sacramento e o acompanhamento?
7 - Sobre a abertura dos esposos à vida
a) Qual é o conhecimento real que os cristãos têm da doutrina da Humanae vitae a respeito da paternidade responsável? Que consciência têm da avaliação moral dos diferentes métodos de regulação dos nascimentos? Que aprofundamentos poderiam ser sugeridos a respeito desta matéria, sob o ponto de vista pastoral?
b) Esta doutrina moral é aceite? Quais são os aspectos mais problemáticos que tornam difícil a sua aceitação para a grande maioria dos casais?
c) Que métodos naturais são promovidos por parte das Igrejas particulares, para ajudar os cônjuges a pôr em prática a doutrina da Humanae vitae?
d) Qual é a experiência relativa a este tema na prática do sacramento da penitência e na participação na Eucaristia?
e) Quais são, a este propósito, os contrastes que se salientam entre a doutrina da Igreja e a educação civil?
f) Como promover uma mentalidade mais aberta à natalidade? Como favorecer o aumento dos nascimentos?
8 - Sobre a relação entre a família e a pessoa
a) Jesus Cristo revela o mistério e a vocação do homem: a família é um lugar privilegiado para que isto aconteça?
b) Que situações críticas da família no mundo contemporâneo podem tornar-se um obstáculo para o encontro da pessoa com Cristo?
c) Em que medida as crises de fé, pelas quais as pessoas podem atravessar, incidem sobre a vida familiar?
9 - Outros desafios e propostas
Acesse o documento completo no site da Rádio Vaticano.

Apenas 2170 pessoas no mundo são ultra ricas

No Brasil, são apenas 50 e metade não tem diploma universitárioO banco UBS em parceria com a empresa de pesquisa Wealth -X, divulgou na semana passada um censo que mapeia o número e o perfil das pessoas cuja fortuna se mede a partir de um bilhão de dólares americanos. É o primeiro estudo abrangente e global sobre essa parcela diminuta da população mundial. No total, eles somam apenas 2.170 pessoas. Entre elas,  810 são novas ricas. Se tornaram bilionárias a partir da crise financeira global de 2009, revelação que dá o que pensar.
O estudo foi realizado entre julho de 2012 e Junho de 2013. Os bilionários foram investigados por região, país, sexo e origem de sua riqueza.
Eis alguns resultados:
  • O número de bilionários cresceu 0,5%  na comparação entre 2012 e 2013. No mesmo intervalo, a fortuna de cada um deles aumentou 5,3%;
  • A maioria deles mora na Europa  (766 indivíduos). Mas os bilionários norte-americanos são mais ricos, com patrimônio pessoal na faixa de US$ 2.158 bilhões;
  • A Ásia foi a religião onde mais apareceram novos bilionários (18) este ano. Além disso, a riqueza dos bilionários asiáticos subiu quase 13% na comparação com o ano passado. Eles devem ultrapassar os ultra ricos norte-americanos em cinco anos;
  • Em segundo lugar ficou a América do Norte, com 11 novos bilionários;
  • O crescimento da fortuna dos bilionários latino americanos é o mais lento do mundo, com um aumento de apenas 2,3% no ano passado;
  • A partir deste ano, o patrimônio líquido médio de cada bilionários no mundo é US$ 3 bilhões;
  • Apenas 111 pessoas no mundo possuem patrimônio líquido pessoal superior a US$ 10 bilhões;
  • Juntas, os bilionários do mundo acumulam uma fortuna maior que o PIB da maioria dos países. Só perdem para os Estados Unidos e para a China;
  • Apesar do que geralmente se pensa esses super ricos não são cosmopolitas. A maioria deles concentra seu patrimônio nas localidades onde iniciaram suas carreiras;
  • Cerca de 60% por cento dos bilionários devem sua fortuna ao empreendedorismo pessoal. Os 40% restantes são herdeiros;
  • As mulheres formam o maior percentual entre os herdeiros: 71%.
Ultra ricos brasileiros
O Brasil tem 50 bilionários, nas contas do Wealth-X and UBS Billionaire Census 2013. Juntos acumulam uma fortuna estimada em US$ 259 bilhões (cerca de 600 bilhões de reais). Na comparação com o ano passado, o Brasil aumentou apenas um indivíduo na lista global. Por outro lado,  a fortuna deles caiu em -13,7%. Era de US$ 300 bilhões em 2012.
Entre os bilionários brasileiros, 90% são do sexo masculino e a idade média é de 64 anos. Em relação à fonte de riqueza, apenas 38% conquistaram a fortuna pelos próprios esforços. Já 32% acumularam o dinheiro a partir de uma herança e 30% apenas o herdaram. Já o setor em que há mais bilionários é o de finanças, em bancos e investimentos.
Finalmente, quase metade deles (46%) não tem qualquer formação acadêmica.
O relatório completo pode ser obtido no site da Wealth-X, em inglês e mediante inscrição.
Com informações de InfoMoney.

Os 10 parlamentares mais influentes do Congresso

Deputados e senadores da base do governo federal são os mais citadosO Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), divulgou sua apuração sobre os Dez parlamentares mas influentes do Congresso Nacional.
A enquete é realizada por meio de consulta aos próprios deputados e senadores. Entre os indicados a maioria é da base de sustentação do Governo Dilma.
Todos ocupam cargos de liderança. Votaram 65 congressistas, sendo 37 deputados e 28 senadores.
Os dez mais, na verdade, são 11. É que houve empate na décima posição entre o mineiro e tucano Aécio Neves e o baiano petista Walter Pinheiro. Ambos são senadores.
Foi a primeira vez em dezoito anos de realização da pesquisa que ocorreu empate de votos entre os parlamentares.
No recorte por partidos, quatro parlamentares são do PMDB, três do PT, três do PSDB e um do DEM.
No total, 150 congressistas foram lembrados e receberam pelo menos um voto dos eleitores.
Acesse o relatório completo da pesquisa  Dez parlamentares mas influentes do Congresso Nacional.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Terrorismo pode atingir recorde este ano

Agressões religiosas formam maioria dos eventos
Por falar em violência...
As mortes devido a atos terroristas motivados por questões religiosas pode alcançar um recorde esse ano. Apenas nos seis primeiros meses do ano houve 5.100 ataques terroristas no mundo. Nesse ritmo, 2013 deve fechar com recorde em relação ao ano passado quando foram registrados 8.500 atentados, com um total de 15.500 vítimas fatais.
Em 2012, o crescimento o número de ataques já havia sido 69% maior que em 2011, com um saldo de mordes 89% maior.
Esses números constam de relatório produzido pelo Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo e Respostas ao Terrorismo (Start), da Universidade de Maryland, com financiamento do governo dos Estados Unidos. O Consórcio mantém o mais completo banco de dados não confidenciais de sobre o terrorismo no mundo, com estatísticas desde os anos de 1970.
Para os analistas do Consórcio, fora os anos 2004 e 2009, quando foi registrada queda da quantidade de ataques, os números têm crescido na última década e a tendência deve ser a de aumento das ações desse tipo nos próximos anos.
Entretanto, ao contrário das décadas passadas, as motivações religiosas passaram a ganhar proeminência, em detrimento de motivos exclusivamente políticos e outros. Entre esses outros, são arrolados a pobreza e o desemprego, especialmente entre os jovens, e as disputas e golpes no interior de sociedades com Estados frágeis, governos corruptos e ineficazes.
Nos anos 1970, os ataques estavam concentrados na Europa Ocidental por força da ação de grupos como o Exército Republicano Irlandês ou as Brigadas Vermelhas na Itália. Na década de 1980, o palco passou a ser a América Latina, no contexto da redemocratização do continente. A partir da década de 1990, os ataques terroristas de deslocaram para o Sul da Ásia, Norte da África e no Oriente Médio. No ano passado foram registrados atentados em 85 países. Mas apenas três - Paquistão , Iraque e Afeganistão – concentraram mais da metade deles (55%) e 62% das vítimas fatais. São países de maioria islâmica e as agressões ocorrem entre os sunitas e os xiitas. De acordo com o levantamento, divulgado pela CNN, seis dos sete grupos terroristas mais letais do mundo são filiados à Al Qaeda. Entre eles estão o Boko Haram da Nigéria, que tem protagonizado cenas de perseguição religiosa intensas contra cristãos do país; e o grupo Al-Shabaab, que organizou um ataque a um shopping de luxo em Nairobi, capital do Quênia, e deixou 67 mortos.
Outra diferença diz respeito ao tipo de armamento utilizado. Nos anos 1970, os ataques eram cometidos principalmente com armas de fogo. Em 2012, bombardeios e explosões foram utilizadas em 58% dos casos.
Acesse o relatório Country Reports onTerrorism 2012.

Violência no Brasil vai atingindo níveis epidêmicos

Pouco preparada, polícia brasileira é uma das mais letais do mundo
Em meio aos pedidos de medidas mais enérgicas de enfrentamento ao Black Bloc, e ao aumento da sensação de insegurança devido ao destaque dado pela mídia aos confrontos, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou a sétima edição de seu Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Os números, especialmente os relativos ao estupro de mulheres e os que retratam a intensidade da violência policial ganharam destaque nos noticiários.
O relatório mostra que a polícia brasileira é uma das mais violentas do mundo. Pelo menos cinco pessoas são vítimas da intervenção policial no Brasil todos os dias. Em 2012, 1.890 pessoas foram mortas em confronto com policiais em serviço. Por outro lado, o risco de um agente policial morrer assassinado no Brasil é três vezes maior que em países como os EUA.
No caso dos estupros, o número deles no Brasil subiu 18,17% em 2012 na comparação com 2011.
Em todo o país, foram registrados 50,6 mil casos. Esse número supera o total de homicídios homicídios dolosos (com intenção de matar) ocorridos em 2012 quando foram registradas 47,1 mil ocorrências.
A presidenta Dilma classificou esses números como alarmantes. São mesmo.
Por trás dessa realidade assustadora, os dados revelam um sistema de segurança ineficiente, com policiais mal pagos, baixas taxas de esclarecimento de delitos, precárias condições de encarceramento e altos níveis de letalidade das operações.
O relatório mostra diversas inciativas que vem sendo tomadas para a melhoria do sistema, tais como a informatização, modernização tecnológica, mudanças no currículo de ensino policial, entre outras. Todavia, são mudanças ainda incompletas e que, além disso, não são suficientes para mudar a cultura organização anacrônica e ainda baseada na ostensividade.
Há que se notar que os gastos com segurança pública no Brasil registraram, em 2012, um crescimento de 15,8% em relação ao ano anterior. Foram destinados para o setor, no ano passado, R$ 61,1 bilhões.
Além disso, os próprios organizadores reconhecem que os dados do Anuário no recorte por estados não são confiáveis, especialmente no caso da região Norte. Acontece que eles são fornecidos pelas secretarias estaduais de segurança que não possuem uma metodologia unificada e costumam ser de baixa qualidade. Ou seja, a realidade pode ser ainda pior.
Sem dúvida, esses números ajudam a explicar a insatisfação da população com a polícia – insatisfação que cresceu nos últimos doze meses. O Índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e que integra a sétima edição do Anuário, mostra que 70,1% da população não confia no trabalho das diversas polícias no País, 8,6 pontos porcentuais acima do registrado no primeiro semestre de 2012.
 Moral da história: outra política de segurança é necessária.
Acesse a integra da 7ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Acesse o site do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Os Pombos 62

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Uma geração chamada “nem-nem”

Jovens que nem estudam e nem trabalham. O número deles está crescendo.
Cuidar dos filhos: uma das razões
para que mulheres jovens nem estudem,
nem trabalhem fora

Foto: Agência Brasil
Um dado preocupante do relatório Education at a Glance 2013 da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que divulguei em post anterior, se refere à continuidade do crescimento da assim chamada geração “nem-nem”. O crescimento das taxas de emprego em alguns países da América Latina, entre eles o Brasil, além da ampliação do acesso à escola, tem colocado em evidência esse grupo de pessoas que não faz nem uma coisa e nem outra. Por isso são chamados geração “nem-nem”.
Eles já são um problema global e um fenômeno identificado há algumas décadas. São jovens que, por diversas razões, não podem ou não querem estudar ou trabalhar, apesar de estarem na idade mais adequada para ambas as coisas. Os “nem-nem” abandonaram o sistema escolar; em geral não terminaram o ensino médio e não conseguem se inserir no mercado de trabalho. Na América Latina existem cerca de 21,7 milhões deles. Apenas no México são oito milhões. Esse número representa a quarta parte da população em idade de finalizar o ensino médio, ir à universidade ou buscar seu primeiro emprego. As médias latino-americanas são semelhantes às dos países de renda elevada.
As razões deste fenômeno são múltiplas. Entre elas estão o uso de drogas; qualificação insuficiente para conseguir emprego; obrigações famílias que restringem o tempo para a vida pública (como no caso das “donas de casa”) e outras. Situações desse tipo fazem com que algumas pessoas simplesmente desistam seja porque não se encaixam nos perfis de profissionais requisitados pelo mercado, seja porque não se sentem atraídas pela escola. Sem perspectivas, o mais comum é que muitas caiam na criminalidade.
No caso do Brasil, um em cada cinco brasileiros entre 18 e 25 anos não trabalha nem estuda. São cerca de 5,3 milhões de jovens, conforme dados do Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, as mulheres, principalmente em razão da maternidade, são a maioria. Elas somam 3,5 milhões contra 1,8 milhão de “nem-nem” do sexo masculino.
No recorte por renda, e na parcela da população com rendimento per capita de até R$ 77,75, a geração "nem-nem" chega a 46,2%. Os dados do IBGE mostram ainda que no Norte e no Nordeste, os “nem-nem” chegam a 25% dos residentes nessa faixa etária, contra 13% no Sul e 16,8% no Sudeste.
O problema é agravado pelas crescentes exigências de formação escolar para se obter um emprego. Em países como como o Brasil, Argentina ou México, por exemplo, é solicitado o ensino médio completo, além de experiência anterior, para um posto de vendedor de telefones celulares.
Os pesquisadores da OCDE acreditam que esse problema pode ser enfrentado e solucionado corrigindo as debilidades com as quais esta geração chega ao mercado de trabalho. Trata-se de oferecer capacitação profissional específica, com o olho nas demandas do mercado. Num outro nível, assegurar a intermediação da para que empregadores e candidatos às vagas se encontrem.
tem que encontrar empregadores e potenciais trabalhadores. O Estado também pode, conforme o parecer da organização, impedir legalmente exigências despropositadas – ainda que compreensíveis – como a exigência do ensino médio completo para certas funções ou a tal da “boa aparência”, coisas que nem para o trabalho, nem para o empregador significam muito, mas servem como filtro para selecionar o universo de possíveis candidatos.
Com informações da Agência Brasil.

sábado, 2 de novembro de 2013

Quem curte samba também vai de sertanejo

Cerca de 73% da população escuta rádio com frequência. Maioria é das classes B e C.
O IBOPE Media realizou importante levantamento sobre preferências musicais entre os ouvintes de rádio no país. Trata-se da pesquisa Tribos Musicais.
Os dados apontam que 73%  da população das principais capitais e regiões metropolitanas brasileiras escutam rádio com frequência. Entre os ouvintes, 58% escutam sertanejo e 44% ouvem samba e pagode.
A classe social e a idade têm forte influência entre as preferências. A maioria dos ouvintes de sertanejo e samba/pagode é da classe C e tem entre 25 e 34 anos. Além disso, 81% dos que ouvem samba/pagode também escutam sertanejo. Já entre os ouvintes de sertanejo, 61% apreciam samba.
Com relação aos hábitos de lazer, as preferências entre os dois grupos também apresentam semelhanças: 39% dos ouvintes de samba e pagode participam de churrascos com frequência, percentual que entre os sertanejos é de 37%.
O estudo foi realizado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Brasília e nos interiores de São Paulo e das regiões sul e sudeste, entre julho de 2011 e agosto de 2012. Foram realizadas 20.736 entrevistas com pessoas de ambos os sexos das classes AB, C e DE, com idades entre 12 e 75 anos, e que ouviram rádio nos sete dias anteriores à entrevista. A representatividade é de 49% da população brasileira entre 12 e 75 anos ou 71 milhões de pessoas.
Acesse a integra da pesquisa Tribos Musicais, do Ibope Media.


O Estado da educação na América Latina em 2013

Mais jovens e menos escolarizados estão pagando o custo da crise
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou seu balanço anual sobre o estado da educação na América Latina. As notícias são relativamente boas no que se refere ao acesso às vagas escolares. Os números mostram que cresceu o acesso de crianças às escolas infantis, o número de jovens matriculados em 15 a 19 anos de idade e o número de adultos com formação universitária.
As más notícias ficam por conta da relação entre os anos de escolaridade das pessoas e a empregabilidade, principalmente nestes tempos de crise econômica no mundo.
A conclusão geral é que continua a existir, e cada vez mais forte, uma simetria entre emprego e educação. Quanto maior a escolaridade, maior a facilidade para se arrumar um trabalho e melhores são os salários.
Com a crise econômica dos últimos anos, essa relação foi agravada com franco prejuízo para os menos escolarizados e, entre esses, os mais jovens. Entre 2008 e 2011, as taxas de desemprego entre essas pessoas aumentaram vertiginosamente na maioria dos países  pesquisados e, segundo os pesquisadores, têm se mantido elevadas desde então.
Eis alguns dados:
  • Quase todas as crianças passaram a iniciar  sua educação formal antes dos cinco anos de idade. Oito em cada dez crianças de quatro anos (82%) estão inscritas em escolas de educação infantil;
  • Em 2011, 84% dos jovens entre de 15 a 19 estavam matriculados nas redes educacionais dos países vinculados à OCDE;
  • A taxa de pessoas com idade entre 20 a 29 anos frequentes à escola cresceu de 22% em 2000 para 28% em 2011;
  • Entre as pessoas com idade entre 25 e 34 anos em 2011, 39% possuía formação superior;
  • Cerca de 4,8% das pessoas com formação superior  universitária estavam desempregadas em 2011. Esse percentual era de 12,6% entre aqueles que cursaram apenas o ensino médio;
  • A crise econômica ampliou a diferença salarial entre as pessoas com menor nível de educação e aquelas com alto nível educacional. Em 2008, essa diferença estava em 75% na média. Em 2011, chegou, também em média, a 90%;
  • A taxa de desempregados entre as pessoas com diploma universitário e idade entre 25 a 34 ano era de apenas 6,8% em 2011. Mas era de apenas 4% entre as pessoas com 55 a 64 anos de idade, com a mesma formação;
  • As pessoas com idade entre 25 e 34 anos, e com educação universitária, ganham 40% a mais, em média, que um adulto com a mesma idade mas que tenha apenas o ensino médio;
  • Sem a educação de nível médio, as pessoas de 25 a 34 anos recebem cerca de 80% menos que seus colegas certificados;
  • No caso das pessoas com idade entre 55 a 64 anos sem o diploma de curso médio, os salários tendem a ser 72% menores que os recebidos pelos pessoas com essa formação.
Professores também pagam
O estudo também revela que os professores foram igualmente afetados pela crise. De acordo com os dados, entre os anos 2000 e 2011, os salários aumentaram em termos reais na maioria dos países onde os dados estão disponíveis. Entretanto, num período mais recente (entre 2009 e 2010), em alguns desses países, os salários se mantiveram congelados ou foram reduzidos em função das limitações fiscais impostas como forma de enfrentar os riscos de recessão econômica. Por consequência, inclusive entre os que ganham melhor, os salários não são competitivos com os recebidos por profissionais com idêntico nível de instrução em outras áreas.
Educação e saúde
Outro conjunto de dados interessantes está na correlação entre educação, obesidade e tabagismo. De acordo com o relatório Panorama da Educação 2013, os adultos com maior escolaridade têm menor probabilidade de serem obesos e de fumarem, que os com menos anos de escolaridade.
Acesse o relatório (em inglês) Education at a Glance 2013. OECD Indicators.