sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

35% dos brasileiros se sentem escravos do tempo

Homens são os que mais reclamam da falta de tempo, afirma IBOPE
O Ibope Inteligência tem realizado algumas pesquisas que contribuem para compreender um pouco a cabeça dos brasileiros e brasileiras. Uma dessas pesquisas, chamada "Jogos do Tempo" pretendeu investigar como a população brasileira lida com sua jornada diária.
Dia útil típico na vida do brasileiro
começa entre 6 e 7 da manhã e acaba
por volta das 22h
A conclusão é que tudo que seja lento, atrasado ou que represente espera, está em desacordo com a mentalidade pós-moderna no Brasil. Brasileiros e brasileiras querem que tudo e todos estejam disponíveis em um sistema 24X7 e simultâneo.
A pesquisa verificou que 22% de brasileiros assume realizar atividades simultâneas em seu dia a dia como, por exemplo, utilizar a TV e a internet juntos, TV e rádio, rádio e internet etc. A equipe do IBOPE suspeita que esse percentual pode ser maior já que as pessoas têm certa resistência em assumir a falta de concentração no trabalho ou no estudo.
O estudo parece confirmar certas teorias sociológicas sobre a "presentificação" da vida e a ojeriza aos prazos de carência, tais como as desenvolvidas pelos filósofos franceses Paul Virilio e Gilles Lipovetsky.
A urgência com as coisas entretanto é bastante relativa.
Os dados mostram que 35% dos brasileiros se sentem escravos do tempo e, entre esses, os homens na faixa etária entre 35 e 64 anos são os que mais reclamam. Todavia, as pessoas topam gastar mais tempo ainda em alguma tarefa na dependência da sensação de prazer ou conforto que sentem. Por exemplo, homens e mulher aceitariam gastar até uma hora a mais para se alimentar em restaurantes em dias úteis, se a comida for "caseira".
Ainda assim, quando questionados se e quanto pagariam por uma hora a mais no dia, apenas 1/3 dos brasileiros demonstraram interesse na compra, sendo que o valor seria, em média, R$ 50 em um dia útil. Mas os homens tenderiam a pagar R$85 por uma hora a mais em um dia de folga.
Outro dado interessante diz respeito à “juvenilização” da sociedade. Entre os entrevistados, 65% se considera 10 anos mais jovem do que realmente é.
O estudo Jogo do Tempo foi realizado durante o ano de 2013.
Leia mais sobre Paul Virílio.
Leia mais sobre Gilles Lipovetsky.
Acesse a matéria completa no site do IBOPE.

Água virtual, produto de exportação

O Brasil é um dos maiores exportadores globais de “água virtual”
Quando um produto é comercializado entre países,
a água usada também foi exportada
A disputa por água no planeta tem dimensões surpreendentes.
Confesso que essa nunca me ocorreu.
A água é fartamente usada na produção, como se sabe. E, naturalmente, é possível calcular a quantidade de água empregada para produzir algo. Essa água embutida nas coisas é chamada de "água virtual".
Alguns países, como a China, descobriram que é melhor importar mercadorias que exijam um grande consumo de água na produção que produzi-las por lá.
É o caso da soja e foi o que descobriu a professora Maria Victoria Ramos Ballester, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba.
Para países situados em regiões que sofrem com escassez hídrica, o comercio de água virtual é atraente e benéfico. “Por meio da importação de mercadorias que consomem muita água durante seu processo produtivo, nações, estados e municípios podem aliviar as pressões que sofrem sobre suas próprias fontes”, esclarece a professora. “Quando um produto, seja ele qual for, é comercializado entre países, estados ou municípios, entende-se que a água utilizada em seu processo fabril também foi exportada”, completa.
De acordo com a professora, o Brasil é hoje um dos maiores exportadores globais de “água virtual”, especialmente por meio das commodities agrícolas.
As tendências de crescimento populacional na Ásia indicam que esse comércio se tornará ainda mais estratégico para a segurança hídrica dos países da região, principalmente a China.
Dai a ideia de avaliar o impacto do incremento das exportações no Alto Xingu, uma área cujos recursos hídricos subterrâneos ainda está entre as menos explorados do planeta.
Outras informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo fone (19) 3302-0100.
Com informações da Agência USP de Notícias.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Mercado de trabalho latino-americano em momento tenso

Falta de dinamismo econômico afeta oferta de vagas na região, diz OIT
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) liberou na última terça (17) o relatório Panorama Laboral da América Latina e do Caribe 2013.
De acordo com o documento, a taxa de desemprego registrada na região em 2013 foi a menor de toda a série histórica: 6,3% . Apesar disso, a perda de dinamismo da economia pode complicar as coisas a partir do ano que vem. Para manter e consolidar os resultados alcançados, será necessário gerar mais 43,5 milhões de novas vagas nos próximos dez anos.
O momento é positivo porém desafiador, dizem os analistas no documento.
O documento constata que este ano a produtividade cresceu em patamares menores que a média mundial, que os salários cresceram menos que nos anos anteriores, a informalidade não se reduziu que aumentou a desocupação dos jovens nas zonas urbanas.
Outro problema é a informalidade. Existem pelo menos 130 milhões de pessoas ocupadas com trabalhos informais.
Caso a tendência não seja revertida, a expectativa é que, ano que vem, o número de desempregados na região chegue a 14,8 milhões de pessoas. Atualmente, mais da metade dos desempregados na região são mulheres: 7,7 milhões em comparação com 7,1 milhões de homens.
A OIT também estima que três em cada dez trabalhadores latino-americanos não tenham acesso aos mecanismos de proteção social.
O informe inclui ainda um panorama da economia região nos últimos 20 anos e estabelece uma comparação entre a instabilidade característica da década de 1990 e os avanços do período seguinte, interrompidos a partir de 2008 e 2009 devido à crise financeira internacional.
Em tempo: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou hoje que o desemprego brasileiro repetiu em novembro sua menor taxa histórica, de apenas 4,6% e que, ao mesmo tempo, o rendimento dos salários voltou a crescer, subindo 2,0 por cento no mês.
Acesse o relatório Panorama Laboral da América Latina e do Caribe 2013 (em espanhol).

Os Pombos 63

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Violência em Contagem cresceu em 2013

Números apurados para a cidade são piores que a média estadual
A cidade encerra o ano com números muito ruins para a Segurança Pública.
Os dados que comprovam isso são da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).
De acordo com o último levantamento divulgado pela Seds, o crescimento dos crimes violentos foi de 24%, passando de 6.782 casos registrados entre janeiro e novembro do ano passado para 8.433 registros no mesmo período deste ano.
Os homicídios consumados passaram de 223 para 254, com incremento de 14%.
Já os crimes contra o patrimônio subiram em 27%, passando de 6.127 casos para 7.794.
Esses resultados deixam Contagem abaixo da média estadual e mostram que as iniciativas tomadas pelas autoridades estão muito aquém do necessário.
Em Minas, o número de crimes violentos passou de 64.962 nos onze primeiros meses do ano passado para 79.067 no mesmo período deste ano, representando um salto de 21,7%.
Os crimes contra o patrimônio passaram de 54.210 para 68.684, aumento de 26,6%.
Quanto aos homicídios consumados, foram 3.526 de janeiro a novembro de 2012 contra 3.592 este ano.
Entre as medidas anunciadas pela Prefeitura e pelo Governo Estadual para aumentar as condições de segurança na cidade este ano estão a criação do Grupo Especializado em Prevenção Motorizada (Gepmor), composto por 30 motociclistas da PMMG; a aquisição de 12 novas viaturas para os policiais militares; a ampliação do convênio de vídeomonitoramento em vias públicas, entre a Prefeitura e o Estado, para a aquisição de 92 novas câmeras e a admissão de mais 70 guardas municipais.
Acesse o relatório de criminalidade da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).



quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A cabeça de Robespierre, ou quase

Eis o homem...
Crédito Visualforensic/ Philippe Froesch/ BATBAT
O chefe do Terror parecia cansado antes de ir para a guilhotina
O patologista Philippe Charlier e o especialista em reconstrução facial forense em 3D, Philippe Froesch, produziram uma nova e muito impressionante cabeça de Maximilien Robespierre, o Incorruptível.
A reconstrução foi feita a partir de um molde de gesso feito em 1794, pouco antes de o revolucionário ser guilhotinado. Essa mascara se encontra sob a guarda do Museu Nacional de História Natural da França.
A peça é detalhista. Já se sabia que Robespierre tinha o rosto coberto por marcas de varíola. Philippe Charlier contou pelo menos cem delas, além de outras lesões clínicas que ainda estão sendo investigadas. A promessa é que o resultado do trabalho seja publicado no próximo número da revista médica The Lancet, ainda este ano.
São visíveis também as bolsas sob os olhos, revelando um certo ar de cansaço.
A reconstrução facial forense é o processo de recriar a face humana a partir de seus restos mortais. A técnica funde arte, ciência forense, antropologia, osteologia e anatomia. Os resultados têm sido notáveis graças à novas tecnologias de scaneamento, renderização computadorizada e impressão em 3D.
Além de Robespierre, os dois especialistas também produziram uma bela cabeça de Henrique IV.
Com informações de Sciences et Avenir.
Conheça o trabalho de Philippe Froesch no site Visualforensic.

Aécio lança cartilha com diretrizes para campanha

Documento tem 12 pontos divididos em três temas: Confiança, Cidadania e Prosperidade
O senador Aécio Neves lançou ontem, terça-feira (17), uma cartilha com as diretrizes que devem organizar o discurso do PSDB durante a campanha eleitoral do ano que vem. A coisa toda, por enquanto, está embalada pelo slogan “Para mudar de verdade o Brasil”.
A complicação começa por ai. O slogan reconhece que mudanças aconteceram. Mas não as verdadeiras. Pura metafísica. Não existem mudanças falsas.
Por isso os tucanos precisam falar em continuidade. Aécio Neves garante, por exemplo, que é preciso manter o programa Mais Médicos e o Programa Bolsa Família, duas políticas do governo federal com forte apoio popular.
É como se o governo atual fizesse o que tem que ser feito. Mas da forma errada, com desperdício, má gestão e ineficiência.
Dai a necessidade de mudanças. “Nós encarnaremos a mudança, queremos ir além, falar de eficiência, planejamento, algo absolutamente distante da realidade daqueles que hoje governam”.
Mas não dá para perceber, pela leitura do documento, onde e como essas mudanças seriam realizadas. Fala-se da necessidade de planejamento, de eficiência, de mais investimentos nos serviços, na infraestrutura, no agronegócio, na sustentabilidade, no incentivo à produtividade industrial, na segurança e por ai vai.
É, enfim, um conjunto de declarações de intenções que podem ser lidas nos documentos de quaisquer partidos, inclusive do PT.
Vai ser difícil convencer.
Acesse o documento “Para mudar de verdade o Brasil”.

Papa Francisco é eleito "pessoa do ano" pela maior revista LGBT dos EUA

O novo papa não é como o antigo e está mostrando isso aos católicos
A The Advocate, considerada a mais importante publicação LGBT norte-americana, elegeu o Papa Francisco como a pessoa mais influente do mundo em 2013.
Há poucos dias a revista Time havia feito o mesmo.
A revista faz questão de enumerar muitos vacilos e posicionamentos conservadores que o Papa assumiu no começo. Lembra, por exemplo, que Francisco começou seu mandato emitindo uma encíclica conjunta com Bento XVI em julho (a Lumen fidei) reafirmando que o casamento deve ser uma “união estável do homem e da mulher”.
Como arcebispo da Argentina, o cardeal Jorge Bergoglio foi contrário à aprovação da igualdade de direitos ao casamento dizendo que a união de pessoas do mesmo sexo seria “ataque destrutivo contra o plano de Deus”.
A The Advocate, entretanto, afirma que houve uma evolução nas ideias e no comportamento do Papa em torno das questões morais.
O Papa não usou os momentos no centro das atenções mundiais para condenar as pessoas LGBT.
Ao contrário, abriu-se para o diálogo, a compaixão e a defesa de uma convivência pacífica. A revista estampa na capa de sua última edição a resposta de Francisco quando perguntado sobre os gays: “Se alguém é gay e busca o Senhor com boa vontade, quem sou eu para julgar?”.
A visão de Francisco sobre a forma como a Igreja Católica deve abordar as pessoas LGBT foi mais bem explicada em suas próprias palavras durante uma entrevista em profundidade para a revista América em setembro.
Ele lembrou: “Uma vez, uma pessoa, de modo provocativo, perguntou-me se eu aprovava a homossexualidade. Eu, então, respondi-lhe com outra pergunta: 'Diga-me: Deus, quando você olha para uma pessoa homossexual, você aprova a sua existência com afeto ou a rejeita, condenando-a?' É necessário sempre considerar a pessoa".
Os editores da The Advocate afirmam que Francisco ainda não é pró-gay segundo o padrão de hoje.
Mas consideram gritante a diferença do Papa Francisco com relação à retórica dos seus dois antecessores. A revista pondera que ainda ainda há muito desacordo sobre o papel das mulheres, sobre a contracepção, e outros temas. Mas o que Francisco diz sobre as pessoas LGBT, concluem, já causou reflexão e consternação dentro da Igreja.
Veja a tradução da íntegra da matéria no site do Instituto Humanitas Unisinos.
Acesse a página da revista The Advocate, em inglês.

Pela primeira vez, Alemanha terá mulher no comando das Forças Armadas

Ursula Von der Leyen será a primeira mulher
na história da República Federal da Alemanha
a chefiar o Ministério da Defesa
Ursula von der Leyen é luterana, conservadora e polêmica
Até onde sei, o comando das Forças Armadas é uma mercado reservado dos homens.
A Finlândia, a França e a Espanha são os únicos que, até agora, quebraram essa regra. Essa minúscula lista será aumentada pela Alemanha.
A chanceler federal alemã Angela Merkel nomeou Ursula Von der Leyen para a chefia do Ministério da Defesa e, por consequência, das Forças Armadas.
Ursula não tem carreira militar. É licenciada em economia e doutora em medicina. Ingressou na política  no estado da Baixa Saxônia onde seu pai, Ernst Albrecht, um democrata-cristão, foi governador.
Na gestão anterior de Merkel comandou o Ministério da Família e o Ministério do Trabalho. Em 2010 foi eleita vice-presidente da União Democrata Cristã (CDU).
Ficou conhecida ao defender uma cota para mulheres na diretoria de empresas alemãs e uma complementação previdenciária para pessoas com baixos rendimentos.
Essas ideias desagradaram muita gente, inclusive dentro da conservadora CDU.
De acordo com a imprensa essa foi a maior surpresa do novo governo Merkel, por dois motivos.
Apenas a partir de 2001 as mulheres passaram a ser aceitas em todos os setores das Forças Armadas do país.
Além disso, a chefia do Ministério da Defesa é um cargo muito importante e igualmente arriscado.
Entre os muitos abacaxis que precisam ser descascados está a reestruturação das Forças Armadas (em curso desde a reunificação das duas Alemanhas), negócios milionários e atrapalhados, e a retirada das tropas alemãs do Afeganistão, que deve ser concluída até 2014.
Mais mais de um ministro já foi fritado nessa brincadeira.
Ursula von der Leyen sabe que será muito observada. Se ela se sair bem, estará praticamente indicada para a sucessão de Merkel. Quem sabe, venha a integrar o restrito grupo das 29 mulheres que desde a década de 1970 foram eleitas à presidência de seus países.
Ela é luterana, casada, tem 7 filhos e 55 anos.

Transporte e pessoas com deficiência

População com deficiências de locomoção chega a 45,6 milhões de pessoas
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) disponibilizou em seu site uma série de reportagens especiais sobre trânsito, transporte e pessoas com deficiência. O Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contabilizou 45,6 milhões de brasileiros e brasileiras nessa condição, número que representa 23,91% da população.
A ideia da é chamar atenção para a realidade dessas pessoas – sabidamente maltratadas no quesito mobilidade -  e discutir as adaptações necessárias em estacionamentos, vias públicas, veículos e outros ambientes.
São seis matérias que abordam deste dados do Ministério da Saúde e da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação sobre o número de acidentes de trânsito e as deficiências que os envolvidos podem sofrer, até cursos de qualificação profissional que o Sest Senat, instituição ligada à CNT, oferece para as pessoas com deficiência.
Vale a pena conhecer e ajudar a divulgar.
Acesse a página da CNT.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Serra desiste de campanha à Presidência em 2014

José Serra anunciou no Facebook
que desistiu de ser candidato
à Presidência da República, em 2014
Lógica parece ter chegado ao ninho tucano
José Serra, Ex-governador de São Paulo, causou surpresa ao anunciar sua desistência à vaga de candidato pelo PSDB à Presidência da República. O comunicado foi feito em seu perfil no Facebook.
Para esclarecer a amigos que têm me perguntado : Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente”, escreveu José Serra.
É de se imaginar a contrariedade de Serra, dono de um umbigo descomunal.
Agora o senador mineiro é o único no ninho tucano disposto a tentar a sorte contra a presidenta Dilma Rousseff ano que vem. As pesquisas mostram que derrotar Dilma é tarefa quase impossível. Com Serra, mais impossível ainda.
O paulista, por ser mais conhecido, pode largar com vantagem sobre Aécio. Mas seu ponto de partida é praticamente seu teto. Aécio teria mais chances de crescer e forçar um segundo turno.
Parece que a lógica se impôs.
Sobre o assunto recomendo a boa análise de Marcos Coimbra na revista Carta Capital desta semana.
Acesse o perfil de José Serra no Facebook.

A proibição do islamismo em Angola

A ministra da Cultura de Angola
Rosa Maria Martins da Cruz e Silva
Muçulmanos não são bem-vindos no país
As autoridades angolanas proibiram a religião islâmica no país e começaram a fechar mesquitas. Mais de 60 delas já foram interditadas, apesar dos protestos da comunidade muçulmana local.
Segundo a ministra da Cultura, Rosa cruz e Silva, o governo está empenhado em combater “cerradamente” o surgimento de congregações cujos cultos são contrários aos hábitos e costumes da cultura angolana. Ela informou ainda que pelo 194 seitas religiosas já tiveram seus pedidos de legalização indeferidos e que existem mais de mil solicitações a serem avaliadas.
A ação do governo favorece a supremacia do Cristianismo, praticado por 95% da população.
Com isso Angola se torna o primeiro país do mundo a proibir oficialmente o Islã.
Evidentemente, não é um bom exemplo.
Com informações de O País.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Chico Mendes é declarado patrono do meio ambiente brasileiro

A presidente Dilma Rousseff sancionou um projeto de lei, de autoria da deputada Janete Capiberibe (PSB-AP), que torna Chico Mendes patrono nacional do meio ambiente. A lei foi publicada no Diário Oficial da União de hoje. Houve homenagem à memória do líder seringueiro em sessão conjunta do Senado e da Câmara.
Francisco Alves Mendes, mais conhecido no país como Chico Mendes, nasceu em 15 de dezembro de 1944, no município de Xapuri, interior do Acre.  Tornou-se conhecido mundialmente por sua luta em defesa da Floresta Amazônica e dos seringueiros.
Há 25 anos  foi assassinado com um tiro no peito na porta de sua casa, no município de Xapuri. Em dezembro de 1990, a Justiça condenou o fazendeiro Darly Alves da Silva e seu filho, Darci, a 19 anos de prisão, pela morte do líder sindical.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Tarifa de energia no Brasil a quarta mais barata no mundo

Tarifa média residencial passou de US$ 18,2 por kWh para US$ 14,9 o kWh
De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), as medidas adotadas pelo governo federal no início do ano para forçar a redução das tarifas de energia elétrica tiveram efeito positivo. A conta de luz residencial do brasileiro passou a ser a quarta mais barata em comparação com outros 17 países. Anteriormente, o país ocupava a 12ª posição na mesma lista.
Apenas os Estados Unidos, a França e a Finlândia oferecem uma tarifa mais barata.
A Abradee lembra que sua pesquisa considera a base de dados internacional de 2012 e as tarifas brasileiras até janeiro de 2013. Portanto, não foram computados eventuais reajustes depois desse período.
Veja abaixo o ranking da Abradee.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Brasileiros acreditam que têm padrão de vida melhor que o de seus pais

Pesquisa da CNI diz que 84% acreditam que os filhos terão padrão de vida ainda melhor
Os números foram divulgados no último dia 9 e são pra lá de bons. A maioria da população brasileira (77%) acredita que está em situação melhor do que seus pais. E 84% acreditam que seus os filhos terão padrão de vida melhor ou muito melhor do que o de hoje. O resultado revela uma inequívoca sensação de progresso entre as gerações. Para os entrevistados, é mais fácil subir na vida hoje que há dez anos. Do total de entrevistados, 69% dizem estar muito satisfeitos ou satisfeitos com sua situação financeira atual e 94% estão satisfeitos com sua vida familiar. A taxa média de satisfação com a vida é de 82%.
A pesquisa foi realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o IBOPE e envolveu 2.002 pessoas em 143 municípios. Desse total, 75% dizem pertencer à classe média, 21% à classe baixa, 2% à classe alta. O restante não soube ou não quis responder.
A CNI quis saber o que os brasileiros e brasileiras acham que é essencial para vencer na vida. Para 95% dos entrevistados é uma boa educação. Logo em seguida, com 94% das respostas, aparece o fator ter capacidade pessoal, inteligência ou talento. Em terceiro lugar (88%), o trabalhar duro. Conhecer as pessoas certas obteve 82% de citações e e nascer em uma família rica também é considerado um fator decisivo para 31% dos entrevistados.
O curioso dessa história é que não me recordo de ter visto destaque para essa pesquisa nos jornalões.
Veja a notícia completa no Portal da Indústria.
Baixe a integra do documento Retratos da Sociedade Brasileira: Padrão de vida.

A divisão entre oriente e ocidente sobre o casamento gay e a homossexualidade

Pesquisas mostram velho mundo dividido quanto aos direitos homossexuaisHá poucos dias, há Suprema Corte da Índia derrubou uma decisão de 2009, estabelecida por um tribunal inferior, que descriminalizava o homossexualismo naquele país. A decisão foi balde de água fria nos ânimos dos ativistas gays. Em primeiro de dezembro último, os eleitores da Croácia aprovaram uma emenda constitucional que define o casamento como uma “união de homem e mulher”. Os eleitores favoráveis à mudança na Constituição chegaram a 66% do total.
São acontecimentos preocupantes. Mostram que a vida continua complicada para gays e lésbicas no lado mais oriental do velho mundo.
O noticiário registra, por exemplo, que nos últimos anos as autoridades chinesas suspenderam concertos, concursos de beleza, ciclos de cinema e outros eventos dirigidos ao coletivo homossexual. No início do ano, uma pesquisa realizada pelo instituto Levada Center constatou que 85% dos adultos russos se opõem ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Na Polônia e Hungria, apesar 21% e 30%, respectivamente da população expressam um apoio convicto à união de homossexuais, de acordo com apuração recente realizada Reuters/Ipsos online.
Ao mesmo tempo, em maio deste ano, enquete on-line realizada pelo Instituto Francês de Opinião Pública (IFOP) apurou que em vários países da Europa Ocidental, a população é francamente favorável ao casamento e à adoção de direitos para casais do mesmo sexo. São os casos da Holanda (85%), Alemanha (74% ), Bélgica e Espanha (71%).  Na Escócia, o percentual de pessoas que são a favor do casamento homossexual chegou a 61% em 2010.
Em vários países da Europa Ocidental, incluindo a França, Alemanha, Espanha e Grã-Bretanha, mais de 80% da pessoas acreditam que gays e lésbicas devem ser livres para viver suas próprias vidas como quiserem, conforme apurou o  European Social Survey, de 2010. No mesmo estudo, menos de 40% dos habitantes da Croácia, Lituânia, Ucrânia e Rússia concordam com essa afirmação.
Com informações do Pew Research Center’s Religion & Public Life Project e do The Moscow Times.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Vaticano inova na preparação do Sínodo da Família

O Papa Francisco quer saber:
O que os católicos pensam?
Questionário vai apurar o que os católicos pensam
O Papa Francisco enviou às paróquias de todo o mundo o documento preparatório da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos cujo tema é "Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização".
O chamado Sínodo da Família acontecerá no Vaticano ano que vem, entre 5 a 19 de outubro.
O documento, além das fundamentações, apresenta um questionário a ser respondido pelos fieis em cada paróquia. Trata-se, ao que parece, de uma novidade.
O Papa Francisco pretende que as decisões do Sínodo sejam tomadas levando em conta aquilo que a comunidade católica realmente pensa. Se assim for, o resultado da consulta será uma dos maiores levantamentos já feitos sobre o estado atual da mentalidade católica no mundo.
As questões abordadas no texto vão desde a preparação para o matrimônio e a evangelização dos cônjuges e de suas famílias, até as uniões de fato sem reconhecimento religioso ou civil, a situação dos divorciados católicos que voltaram a casar ou as uniões entre pessoas do mesmo sexo, passando pelos procedimentos de nulidade matrimonial.
O questionário já foram enviados às conferências episcopais e devem estar chegando às igrejas.
Abaixo, as perguntas elaboradas pelo Vaticano.
1 - Sobre a difusão da Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja a propósito da família
a) Qual é o conhecimento real dos ensinamentos da Bíblia, da “Gaudium et spes”, da “Familiaris consortio” e de outros documentos do Magistério pós-conciliar sobre o valor da família segundo a Igreja católica? Como os nossos fiéis são formados para a vida familiar, em conformidade com o ensinamento da Igreja?
b) Onde é conhecido, o ensinamento da Igreja é aceite integralmente. Verificam-se dificuldades na hora de o pôr em prática? Se sim, quais?
c) Como o ensinamento da Igreja é difundido no contexto dos programas pastorais nos planos nacional, diocesano e paroquial? Que tipo de catequese sobre a família é promovida?
d) Em que medida – e em particular sob que aspectos – este ensinamento é realmente conhecido, aceite, rejeitado e/ou criticado nos ambientes extra eclesiais? Quais são os fatores culturais que impedem a plena aceitação do ensinamento da Igreja sobre a família?
2 - Sobre o matrimônio segundo a lei natural
a) Que lugar ocupa o conceito de lei natural na cultura civil, quer nos planos institucional, educativo e acadêmico, quer a nível popular? Que visões da antropologia estão subjacentes a este debate sobre o fundamento natural da família?
b) O conceito de lei natural em relação à união entre o homem e a mulher é geralmente aceite, enquanto tal, por parte dos batizados?
c) Como é contestada, na prática e na teoria, a lei natural sobre a união entre o homem e a mulher, em vista da formação de uma família? Como é proposta e aprofundada nos organismos civis e eclesiais?
d) Quando a celebração do matrimônio é pedida por batizados não praticantes, ou que se declaram não-crentes, como enfrentar os desafios pastorais que disto derivam?
3 – A pastoral da família no contexto da evangelização
Quais foram as experiências que surgiram nas últimas décadas em ordem à preparação para o matrimônio? Como se procurou estimular a tarefa de evangelização dos esposos e da família? De que modo promover a consciência da família como “Igreja doméstica”?
Conseguiu-se propor estilos de oração em família, capazes de resistir à complexidade da vida e da cultural contemporânea?
Na atual situação de crise entre as gerações, como as famílias cristãs souberam realizar a própria vocação de transmissão da fé?
De que modo as Igrejas locais e os movimentos de espiritualidade familiar souberam criar percursos exemplares?
Qual é a contribuição específica que casais e famílias conseguiram oferecer, em ordem à difusão de uma visão integral do casal e da família cristã, hoje credível?
Que atenção pastoral a Igreja mostrou para sustentar o caminho dos casais em formação e dos casais em crise?
4 – Sobre a pastoral para enfrentar algumas situações matrimoniais difíceis
a) A convivência ad experimentum é uma realidade pastoral relevante na Igreja particular? Em que percentagem se poderia calculá-la numericamente?
b) Existem uniões livres de facto, sem o reconhecimento religioso nem civil? Dispõem-se de dados estatísticos confiáveis?
c) Os separados e os divorciados recasados constituem uma realidade pastoral relevante na Igreja particular? Em que percentagem se poderia calculá-los numericamente? Como se enfrenta esta realidade, através de programas pastorais adequados?
d) Em todos estes casos: como vivem os batizados a sua irregularidade? Estão conscientes da mesma? Simplesmente manifestam indiferença? Sentem-se marginalizados e vivem com sofrimento a impossibilidade de receber os sacramentos?
e) Quais são os pedidos que as pessoas separadas e divorciadas dirigem à Igreja, a propósito dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação? Entre as pessoas que se encontram em tais situações, quantas pedem estes sacramentos?
f) A simplificação da praxe canónica em ordem ao reconhecimento da declaração de nulidade do vínculo matrimonial poderia oferecer uma contribuição positiva real para a solução das problemáticas das pessoas interessadas? Se sim, de que forma?
g) Existe uma pastoral para ir ao encontro destes casos? Como se realiza esta atividade pastoral? Existem programas a este propósito, nos planos nacional e diocesano? Como a misericórdia de Deus é anunciada a separados e divorciados recasados e como se põe em prática a ajuda da Igreja para o seu caminho de fé?
5 - Sobre as uniões de pessoas do mesmo sexo
a) Existe no vosso país uma lei civil de reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo, equiparadas de alguma forma ao matrimônio?
b) Qual é a atitude das Igrejas particulares e locais, quer diante do Estado civil promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, quer perante as pessoas envolvidas neste tipo de união?
c) Que atenção pastoral é possível prestar às pessoas que escolheram viver em conformidade com este tipo de união?
d) No caso de uniões de pessoas do mesmo sexo que adotaram crianças, como é necessário comportar-se pastoralmente, em vista da transmissão da fé?
6 - Sobre a educação dos filhos no contexto das situações de matrimônios irregulares
a) Qual é nestes casos a proporção aproximativa de crianças e adolescentes, em relação às crianças nascidas e educadas em famílias regularmente constituídas?
b) Com que atitude os pais se dirigem à Igreja? O que pedem? Somente os sacramentos, ou inclusive a catequese e o ensinamento da religião em geral?
c) Como as Igrejas particulares vão ao encontro da necessidade dos pais destas crianças, de oferecer uma educação cristã aos próprios filhos?
d) Como se realiza a prática sacramental em tais casos: a preparação, a administração do sacramento e o acompanhamento?
7 - Sobre a abertura dos esposos à vida
a) Qual é o conhecimento real que os cristãos têm da doutrina da Humanae vitae a respeito da paternidade responsável? Que consciência têm da avaliação moral dos diferentes métodos de regulação dos nascimentos? Que aprofundamentos poderiam ser sugeridos a respeito desta matéria, sob o ponto de vista pastoral?
b) Esta doutrina moral é aceite? Quais são os aspectos mais problemáticos que tornam difícil a sua aceitação para a grande maioria dos casais?
c) Que métodos naturais são promovidos por parte das Igrejas particulares, para ajudar os cônjuges a pôr em prática a doutrina da Humanae vitae?
d) Qual é a experiência relativa a este tema na prática do sacramento da penitência e na participação na Eucaristia?
e) Quais são, a este propósito, os contrastes que se salientam entre a doutrina da Igreja e a educação civil?
f) Como promover uma mentalidade mais aberta à natalidade? Como favorecer o aumento dos nascimentos?
8 - Sobre a relação entre a família e a pessoa
a) Jesus Cristo revela o mistério e a vocação do homem: a família é um lugar privilegiado para que isto aconteça?
b) Que situações críticas da família no mundo contemporâneo podem tornar-se um obstáculo para o encontro da pessoa com Cristo?
c) Em que medida as crises de fé, pelas quais as pessoas podem atravessar, incidem sobre a vida familiar?
9 - Outros desafios e propostas
Acesse o documento completo no site da Rádio Vaticano.

Apenas 2170 pessoas no mundo são ultra ricas

No Brasil, são apenas 50 e metade não tem diploma universitárioO banco UBS em parceria com a empresa de pesquisa Wealth -X, divulgou na semana passada um censo que mapeia o número e o perfil das pessoas cuja fortuna se mede a partir de um bilhão de dólares americanos. É o primeiro estudo abrangente e global sobre essa parcela diminuta da população mundial. No total, eles somam apenas 2.170 pessoas. Entre elas,  810 são novas ricas. Se tornaram bilionárias a partir da crise financeira global de 2009, revelação que dá o que pensar.
O estudo foi realizado entre julho de 2012 e Junho de 2013. Os bilionários foram investigados por região, país, sexo e origem de sua riqueza.
Eis alguns resultados:
  • O número de bilionários cresceu 0,5%  na comparação entre 2012 e 2013. No mesmo intervalo, a fortuna de cada um deles aumentou 5,3%;
  • A maioria deles mora na Europa  (766 indivíduos). Mas os bilionários norte-americanos são mais ricos, com patrimônio pessoal na faixa de US$ 2.158 bilhões;
  • A Ásia foi a religião onde mais apareceram novos bilionários (18) este ano. Além disso, a riqueza dos bilionários asiáticos subiu quase 13% na comparação com o ano passado. Eles devem ultrapassar os ultra ricos norte-americanos em cinco anos;
  • Em segundo lugar ficou a América do Norte, com 11 novos bilionários;
  • O crescimento da fortuna dos bilionários latino americanos é o mais lento do mundo, com um aumento de apenas 2,3% no ano passado;
  • A partir deste ano, o patrimônio líquido médio de cada bilionários no mundo é US$ 3 bilhões;
  • Apenas 111 pessoas no mundo possuem patrimônio líquido pessoal superior a US$ 10 bilhões;
  • Juntas, os bilionários do mundo acumulam uma fortuna maior que o PIB da maioria dos países. Só perdem para os Estados Unidos e para a China;
  • Apesar do que geralmente se pensa esses super ricos não são cosmopolitas. A maioria deles concentra seu patrimônio nas localidades onde iniciaram suas carreiras;
  • Cerca de 60% por cento dos bilionários devem sua fortuna ao empreendedorismo pessoal. Os 40% restantes são herdeiros;
  • As mulheres formam o maior percentual entre os herdeiros: 71%.
Ultra ricos brasileiros
O Brasil tem 50 bilionários, nas contas do Wealth-X and UBS Billionaire Census 2013. Juntos acumulam uma fortuna estimada em US$ 259 bilhões (cerca de 600 bilhões de reais). Na comparação com o ano passado, o Brasil aumentou apenas um indivíduo na lista global. Por outro lado,  a fortuna deles caiu em -13,7%. Era de US$ 300 bilhões em 2012.
Entre os bilionários brasileiros, 90% são do sexo masculino e a idade média é de 64 anos. Em relação à fonte de riqueza, apenas 38% conquistaram a fortuna pelos próprios esforços. Já 32% acumularam o dinheiro a partir de uma herança e 30% apenas o herdaram. Já o setor em que há mais bilionários é o de finanças, em bancos e investimentos.
Finalmente, quase metade deles (46%) não tem qualquer formação acadêmica.
O relatório completo pode ser obtido no site da Wealth-X, em inglês e mediante inscrição.
Com informações de InfoMoney.

Os 10 parlamentares mais influentes do Congresso

Deputados e senadores da base do governo federal são os mais citadosO Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), divulgou sua apuração sobre os Dez parlamentares mas influentes do Congresso Nacional.
A enquete é realizada por meio de consulta aos próprios deputados e senadores. Entre os indicados a maioria é da base de sustentação do Governo Dilma.
Todos ocupam cargos de liderança. Votaram 65 congressistas, sendo 37 deputados e 28 senadores.
Os dez mais, na verdade, são 11. É que houve empate na décima posição entre o mineiro e tucano Aécio Neves e o baiano petista Walter Pinheiro. Ambos são senadores.
Foi a primeira vez em dezoito anos de realização da pesquisa que ocorreu empate de votos entre os parlamentares.
No recorte por partidos, quatro parlamentares são do PMDB, três do PT, três do PSDB e um do DEM.
No total, 150 congressistas foram lembrados e receberam pelo menos um voto dos eleitores.
Acesse o relatório completo da pesquisa  Dez parlamentares mas influentes do Congresso Nacional.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Terrorismo pode atingir recorde este ano

Agressões religiosas formam maioria dos eventos
Por falar em violência...
As mortes devido a atos terroristas motivados por questões religiosas pode alcançar um recorde esse ano. Apenas nos seis primeiros meses do ano houve 5.100 ataques terroristas no mundo. Nesse ritmo, 2013 deve fechar com recorde em relação ao ano passado quando foram registrados 8.500 atentados, com um total de 15.500 vítimas fatais.
Em 2012, o crescimento o número de ataques já havia sido 69% maior que em 2011, com um saldo de mordes 89% maior.
Esses números constam de relatório produzido pelo Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo e Respostas ao Terrorismo (Start), da Universidade de Maryland, com financiamento do governo dos Estados Unidos. O Consórcio mantém o mais completo banco de dados não confidenciais de sobre o terrorismo no mundo, com estatísticas desde os anos de 1970.
Para os analistas do Consórcio, fora os anos 2004 e 2009, quando foi registrada queda da quantidade de ataques, os números têm crescido na última década e a tendência deve ser a de aumento das ações desse tipo nos próximos anos.
Entretanto, ao contrário das décadas passadas, as motivações religiosas passaram a ganhar proeminência, em detrimento de motivos exclusivamente políticos e outros. Entre esses outros, são arrolados a pobreza e o desemprego, especialmente entre os jovens, e as disputas e golpes no interior de sociedades com Estados frágeis, governos corruptos e ineficazes.
Nos anos 1970, os ataques estavam concentrados na Europa Ocidental por força da ação de grupos como o Exército Republicano Irlandês ou as Brigadas Vermelhas na Itália. Na década de 1980, o palco passou a ser a América Latina, no contexto da redemocratização do continente. A partir da década de 1990, os ataques terroristas de deslocaram para o Sul da Ásia, Norte da África e no Oriente Médio. No ano passado foram registrados atentados em 85 países. Mas apenas três - Paquistão , Iraque e Afeganistão – concentraram mais da metade deles (55%) e 62% das vítimas fatais. São países de maioria islâmica e as agressões ocorrem entre os sunitas e os xiitas. De acordo com o levantamento, divulgado pela CNN, seis dos sete grupos terroristas mais letais do mundo são filiados à Al Qaeda. Entre eles estão o Boko Haram da Nigéria, que tem protagonizado cenas de perseguição religiosa intensas contra cristãos do país; e o grupo Al-Shabaab, que organizou um ataque a um shopping de luxo em Nairobi, capital do Quênia, e deixou 67 mortos.
Outra diferença diz respeito ao tipo de armamento utilizado. Nos anos 1970, os ataques eram cometidos principalmente com armas de fogo. Em 2012, bombardeios e explosões foram utilizadas em 58% dos casos.
Acesse o relatório Country Reports onTerrorism 2012.

Violência no Brasil vai atingindo níveis epidêmicos

Pouco preparada, polícia brasileira é uma das mais letais do mundo
Em meio aos pedidos de medidas mais enérgicas de enfrentamento ao Black Bloc, e ao aumento da sensação de insegurança devido ao destaque dado pela mídia aos confrontos, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou a sétima edição de seu Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Os números, especialmente os relativos ao estupro de mulheres e os que retratam a intensidade da violência policial ganharam destaque nos noticiários.
O relatório mostra que a polícia brasileira é uma das mais violentas do mundo. Pelo menos cinco pessoas são vítimas da intervenção policial no Brasil todos os dias. Em 2012, 1.890 pessoas foram mortas em confronto com policiais em serviço. Por outro lado, o risco de um agente policial morrer assassinado no Brasil é três vezes maior que em países como os EUA.
No caso dos estupros, o número deles no Brasil subiu 18,17% em 2012 na comparação com 2011.
Em todo o país, foram registrados 50,6 mil casos. Esse número supera o total de homicídios homicídios dolosos (com intenção de matar) ocorridos em 2012 quando foram registradas 47,1 mil ocorrências.
A presidenta Dilma classificou esses números como alarmantes. São mesmo.
Por trás dessa realidade assustadora, os dados revelam um sistema de segurança ineficiente, com policiais mal pagos, baixas taxas de esclarecimento de delitos, precárias condições de encarceramento e altos níveis de letalidade das operações.
O relatório mostra diversas inciativas que vem sendo tomadas para a melhoria do sistema, tais como a informatização, modernização tecnológica, mudanças no currículo de ensino policial, entre outras. Todavia, são mudanças ainda incompletas e que, além disso, não são suficientes para mudar a cultura organização anacrônica e ainda baseada na ostensividade.
Há que se notar que os gastos com segurança pública no Brasil registraram, em 2012, um crescimento de 15,8% em relação ao ano anterior. Foram destinados para o setor, no ano passado, R$ 61,1 bilhões.
Além disso, os próprios organizadores reconhecem que os dados do Anuário no recorte por estados não são confiáveis, especialmente no caso da região Norte. Acontece que eles são fornecidos pelas secretarias estaduais de segurança que não possuem uma metodologia unificada e costumam ser de baixa qualidade. Ou seja, a realidade pode ser ainda pior.
Sem dúvida, esses números ajudam a explicar a insatisfação da população com a polícia – insatisfação que cresceu nos últimos doze meses. O Índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e que integra a sétima edição do Anuário, mostra que 70,1% da população não confia no trabalho das diversas polícias no País, 8,6 pontos porcentuais acima do registrado no primeiro semestre de 2012.
 Moral da história: outra política de segurança é necessária.
Acesse a integra da 7ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Acesse o site do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Os Pombos 62

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Uma geração chamada “nem-nem”

Jovens que nem estudam e nem trabalham. O número deles está crescendo.
Cuidar dos filhos: uma das razões
para que mulheres jovens nem estudem,
nem trabalhem fora

Foto: Agência Brasil
Um dado preocupante do relatório Education at a Glance 2013 da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que divulguei em post anterior, se refere à continuidade do crescimento da assim chamada geração “nem-nem”. O crescimento das taxas de emprego em alguns países da América Latina, entre eles o Brasil, além da ampliação do acesso à escola, tem colocado em evidência esse grupo de pessoas que não faz nem uma coisa e nem outra. Por isso são chamados geração “nem-nem”.
Eles já são um problema global e um fenômeno identificado há algumas décadas. São jovens que, por diversas razões, não podem ou não querem estudar ou trabalhar, apesar de estarem na idade mais adequada para ambas as coisas. Os “nem-nem” abandonaram o sistema escolar; em geral não terminaram o ensino médio e não conseguem se inserir no mercado de trabalho. Na América Latina existem cerca de 21,7 milhões deles. Apenas no México são oito milhões. Esse número representa a quarta parte da população em idade de finalizar o ensino médio, ir à universidade ou buscar seu primeiro emprego. As médias latino-americanas são semelhantes às dos países de renda elevada.
As razões deste fenômeno são múltiplas. Entre elas estão o uso de drogas; qualificação insuficiente para conseguir emprego; obrigações famílias que restringem o tempo para a vida pública (como no caso das “donas de casa”) e outras. Situações desse tipo fazem com que algumas pessoas simplesmente desistam seja porque não se encaixam nos perfis de profissionais requisitados pelo mercado, seja porque não se sentem atraídas pela escola. Sem perspectivas, o mais comum é que muitas caiam na criminalidade.
No caso do Brasil, um em cada cinco brasileiros entre 18 e 25 anos não trabalha nem estuda. São cerca de 5,3 milhões de jovens, conforme dados do Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, as mulheres, principalmente em razão da maternidade, são a maioria. Elas somam 3,5 milhões contra 1,8 milhão de “nem-nem” do sexo masculino.
No recorte por renda, e na parcela da população com rendimento per capita de até R$ 77,75, a geração "nem-nem" chega a 46,2%. Os dados do IBGE mostram ainda que no Norte e no Nordeste, os “nem-nem” chegam a 25% dos residentes nessa faixa etária, contra 13% no Sul e 16,8% no Sudeste.
O problema é agravado pelas crescentes exigências de formação escolar para se obter um emprego. Em países como como o Brasil, Argentina ou México, por exemplo, é solicitado o ensino médio completo, além de experiência anterior, para um posto de vendedor de telefones celulares.
Os pesquisadores da OCDE acreditam que esse problema pode ser enfrentado e solucionado corrigindo as debilidades com as quais esta geração chega ao mercado de trabalho. Trata-se de oferecer capacitação profissional específica, com o olho nas demandas do mercado. Num outro nível, assegurar a intermediação da para que empregadores e candidatos às vagas se encontrem.
tem que encontrar empregadores e potenciais trabalhadores. O Estado também pode, conforme o parecer da organização, impedir legalmente exigências despropositadas – ainda que compreensíveis – como a exigência do ensino médio completo para certas funções ou a tal da “boa aparência”, coisas que nem para o trabalho, nem para o empregador significam muito, mas servem como filtro para selecionar o universo de possíveis candidatos.
Com informações da Agência Brasil.

sábado, 2 de novembro de 2013

Quem curte samba também vai de sertanejo

Cerca de 73% da população escuta rádio com frequência. Maioria é das classes B e C.
O IBOPE Media realizou importante levantamento sobre preferências musicais entre os ouvintes de rádio no país. Trata-se da pesquisa Tribos Musicais.
Os dados apontam que 73%  da população das principais capitais e regiões metropolitanas brasileiras escutam rádio com frequência. Entre os ouvintes, 58% escutam sertanejo e 44% ouvem samba e pagode.
A classe social e a idade têm forte influência entre as preferências. A maioria dos ouvintes de sertanejo e samba/pagode é da classe C e tem entre 25 e 34 anos. Além disso, 81% dos que ouvem samba/pagode também escutam sertanejo. Já entre os ouvintes de sertanejo, 61% apreciam samba.
Com relação aos hábitos de lazer, as preferências entre os dois grupos também apresentam semelhanças: 39% dos ouvintes de samba e pagode participam de churrascos com frequência, percentual que entre os sertanejos é de 37%.
O estudo foi realizado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Brasília e nos interiores de São Paulo e das regiões sul e sudeste, entre julho de 2011 e agosto de 2012. Foram realizadas 20.736 entrevistas com pessoas de ambos os sexos das classes AB, C e DE, com idades entre 12 e 75 anos, e que ouviram rádio nos sete dias anteriores à entrevista. A representatividade é de 49% da população brasileira entre 12 e 75 anos ou 71 milhões de pessoas.
Acesse a integra da pesquisa Tribos Musicais, do Ibope Media.


O Estado da educação na América Latina em 2013

Mais jovens e menos escolarizados estão pagando o custo da crise
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou seu balanço anual sobre o estado da educação na América Latina. As notícias são relativamente boas no que se refere ao acesso às vagas escolares. Os números mostram que cresceu o acesso de crianças às escolas infantis, o número de jovens matriculados em 15 a 19 anos de idade e o número de adultos com formação universitária.
As más notícias ficam por conta da relação entre os anos de escolaridade das pessoas e a empregabilidade, principalmente nestes tempos de crise econômica no mundo.
A conclusão geral é que continua a existir, e cada vez mais forte, uma simetria entre emprego e educação. Quanto maior a escolaridade, maior a facilidade para se arrumar um trabalho e melhores são os salários.
Com a crise econômica dos últimos anos, essa relação foi agravada com franco prejuízo para os menos escolarizados e, entre esses, os mais jovens. Entre 2008 e 2011, as taxas de desemprego entre essas pessoas aumentaram vertiginosamente na maioria dos países  pesquisados e, segundo os pesquisadores, têm se mantido elevadas desde então.
Eis alguns dados:
  • Quase todas as crianças passaram a iniciar  sua educação formal antes dos cinco anos de idade. Oito em cada dez crianças de quatro anos (82%) estão inscritas em escolas de educação infantil;
  • Em 2011, 84% dos jovens entre de 15 a 19 estavam matriculados nas redes educacionais dos países vinculados à OCDE;
  • A taxa de pessoas com idade entre 20 a 29 anos frequentes à escola cresceu de 22% em 2000 para 28% em 2011;
  • Entre as pessoas com idade entre 25 e 34 anos em 2011, 39% possuía formação superior;
  • Cerca de 4,8% das pessoas com formação superior  universitária estavam desempregadas em 2011. Esse percentual era de 12,6% entre aqueles que cursaram apenas o ensino médio;
  • A crise econômica ampliou a diferença salarial entre as pessoas com menor nível de educação e aquelas com alto nível educacional. Em 2008, essa diferença estava em 75% na média. Em 2011, chegou, também em média, a 90%;
  • A taxa de desempregados entre as pessoas com diploma universitário e idade entre 25 a 34 ano era de apenas 6,8% em 2011. Mas era de apenas 4% entre as pessoas com 55 a 64 anos de idade, com a mesma formação;
  • As pessoas com idade entre 25 e 34 anos, e com educação universitária, ganham 40% a mais, em média, que um adulto com a mesma idade mas que tenha apenas o ensino médio;
  • Sem a educação de nível médio, as pessoas de 25 a 34 anos recebem cerca de 80% menos que seus colegas certificados;
  • No caso das pessoas com idade entre 55 a 64 anos sem o diploma de curso médio, os salários tendem a ser 72% menores que os recebidos pelos pessoas com essa formação.
Professores também pagam
O estudo também revela que os professores foram igualmente afetados pela crise. De acordo com os dados, entre os anos 2000 e 2011, os salários aumentaram em termos reais na maioria dos países onde os dados estão disponíveis. Entretanto, num período mais recente (entre 2009 e 2010), em alguns desses países, os salários se mantiveram congelados ou foram reduzidos em função das limitações fiscais impostas como forma de enfrentar os riscos de recessão econômica. Por consequência, inclusive entre os que ganham melhor, os salários não são competitivos com os recebidos por profissionais com idêntico nível de instrução em outras áreas.
Educação e saúde
Outro conjunto de dados interessantes está na correlação entre educação, obesidade e tabagismo. De acordo com o relatório Panorama da Educação 2013, os adultos com maior escolaridade têm menor probabilidade de serem obesos e de fumarem, que os com menos anos de escolaridade.
Acesse o relatório (em inglês) Education at a Glance 2013. OECD Indicators.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Brasil vai devagar em ranking mundial da desigualdade de gênero

Fórum Econômico Mundial divulga oitava edição do The Global Gender Gap Report
A desigualdade de gênero na América Latina e no Caribe diminuiu 70% desde que o Fórum Econômico Mundial calculou o índice pela primeira vez, em 2006. É a melhor taxa de redução em todas as religiões do planeta. Nesse período o Brasil, entretanto, praticamente não saiu do lugar. Subiu apenas cinco posições e ocupada a 62ª posição mundial.
Esses números no Relatório Global sobre Desigualdade de Gênero 2013. Esta é a oitava edição do relatório. O estudo contempla 136 países e são considerados fatores como a capacidade de reduzir a desigualdade de sexo nas áreas consideradas vitais para a saúde e a sobrevivência (salários, participação e empregos de alta qualificação), acesso à educação (acesso ao ensino de base e superior), participação política (representação em estruturas de tomada de decisões) e igualdade econômica (expectativa de vida e proporção entre sexos).
Na América Latina, a Nicarágua foi considerado o país que mais avançou no período, ocupando a 10ª posição. Cuba fico com o 15º lugar. O México melhorou 16 posições e alcançou 68º lugar
Islândia, Finlândia, Noruega, Suécia e Filipinas lideram o ranking mundial.
O Brasil, parece, vai estabelecendo muito vagarosamente uma política clara nesse terreno. Em 2006 estávamos no 67º lugar da lista. Em 2010 fomos para a 85ª posição. Em 2011, passamos para 82ª. E agora chegamos à 62ª posição mundial.
Acesse o relatório completo (em inglês) The Global Gender Gap Report 2 013.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Dona Etelvina, os acidentes no trânsito e os limões do Wandercleif

Segundo pesquisas, 21,3% dos acidentes
com motos envolvem o uso de drogas ilegais
ou álcool
Trânsito brasileiro é o 5° mais violento do mundo. Razões é que não faltam.
Que os acidentes de trânsito são de matar, isso todo mundo sabe. Principalmente no Brasil. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), nosso país ostenta o 5° lugar mundial entre os trânsitos mais violentos do mundo. Números apontados pelo sistema de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), indicam que são 150 mortes por dia em todo o país. Isso resulta na bagatela de 54.00 almas enviadas ao além, quem sabe prematuramente, todos os anos.
Outro importante levantamento, realizado pelo Instituto Sangari, especializado em pesquisas científicas, aponta que o Brasil é o segundo país do mundo em mortes em acidentes de motos. Nos últimos 15 anos a taxa de mortalidade em acidentes com os veículos sobre duas rodas aumentou cerca de 846%, enquanto a de carros, com suas saudáveis quatro rodas, cresceu apenas 58%. É evidente que tanto num caso quanto no outro, o trânsito é um inferno. Mas, no caso no que se refere às motos, é evidente que o capeta é mais sedutor e mais guloso.
Além de aumentar as estatísticas de mortes e acidentes no trânsito, esses aventureiros também causam um rombo aos cofres públicos. Somente no estado de São Paulo, o SUS gasta cerca de 57 milhões de reais a cada ano para com as vítimas graves de acidentes. O Ministério da Saúde garante que cada paciente internado por seis meses em um hospital custa qualquer coisa a partir de 300 mil reais. Todos os dias vemos nos telejornais e nos impressos notícias sobre o assunto. Mostram ousadias e imprudências flagradas ao vivo. Gente sem cinto de segurança, motoristas que não sinalizam com antecedência ao fazer manobras, pilotos de Fórmula 1 em vias locais. Nem assim eles aprendem.
Minha velha amiga Dona Etelvina, sem querer, entrou para essas estatísticas, como vítima indireta. Afinal, sofrimento pelos outros também conta. Segundo ela, seu sobrinho Wandercleif (juro que é assim que se escreve) foi praticamente morto num acidente de trânsito, e com moto. Ele e seus chegados bebiam latas, cascos, copos e o que mais houvesse pela frente, devidamente embalados pelo ritmo pagodeiro do Zeca e outros igualmente competentes, quando, não mais que de repente, acabaram os limões. Partiram ele e Heitor das Moças, acelerados, antes que o mercado fechasse. Ele no guidom, Heitor na garupa. Na volta, foram parar na UPA JK, nosso único Pronto Socorro central até o momento, por conta de um cachorro bandido que atravessou a pista sem obedecer ao sinal. Em lágrimas, e do fundo de sua angustia, Dona Etelvina me contou toda a história de dor e desespero familiar a que foram submetidos.
– Dotô, cheguei no JK e não tinha médico cubano que desse conta daquilo. Era estropiado pra tudo que é lado. Sexta à noite e fim de semana é assim mesmo. Só dá maluco. Graças a Deus não era nada demais. Só o braço quebrado. O Heitorzim nem isso. Só umas esfoladuras aqui e ali.
–  Menos mal, respondi. Que bom que os dois não tiveram nada nada mais grave...
– É. Mas sabe qual foi a primeira coisa que o  Wandercleif me perguntô quando me viu?
– Me conte, Dona Etelvina...
– “Acharo os limão?” Pode uma coisas dessas, dotô?
Realmente, eles não aprendem.

Dilma de volta às redes

Hiperatividade de Dilma nas redes chama a atenção
"A Presidente do Brasil Dilma Rousseff é o perfeito exemplo de líderes mundiais que descobriram o Twitter durante a campanha eleitoral e, uma vez eleitos, abandonaram seus seguidores. Sua 'aventura no Twitter', como ela disse em seu primeiro tweet, em abril de 2010, durou até 13 de dezembro do mesmo ano. Quando foi eleita, em novembro de 2010, ela tinha 200.000 seguidores. Hoje, conta com mais de 1,8 milhões de seguidores, apesar de nunca mais ter enviado um único tweet desde dezembro de 2010. Sua última postagem, retuitada mais de 6.000 vezes diz: 'Estou Feliz por ter sido a sensação do Twitter em 2010. Com a esperança de ter mais tempo para estar aqui com você. Vamos conversar mais em 2011.” Seus seguidores ainda estão à espera para o resto da discussão ...
Dilma Rousseff marcou "retomada"
no Twitter com encontro com autor
da sátira Dilma Bolada
 O parágrafo acima, em tradução livre, foi retirado do estudo Twiplomacy 2013, realizado pela empresa de consultoria Burson-Marsteller, e divulgado em junho deste ano. O trabalho analisa o uso do Twitter pelos líderes globais e seus respectivos governos.
Parece que a presidenta resolveu fazer as pazes com os tuiteiros. Ela voltou a postar em 27 de setembro último, depois de mais de 32 meses sem usar o microblog.
De acordo com os jornais, desde a mudança de postura, a presidenta ganhou mais de 40 mil “amigos” no Facebook, e ampliou em mais de 90 mil o número de seguidores no Twitter, que já alcança os 2 milhões.
Alguns analistas parecem céticos com a iniciativa. Consideram que a cláusula pétrea das redes é a interação. Dai que não bastaria à presidenta postar. Ela também precisaria retuitar, responder e que tais.
Pode ser. Certamente os cérebros pensantes que assessoram a presidência vão levar esse problema em consideração.
Todavia, antes de tudo, Dilma é fonte de informação. Outros estudos mostram que as grandes fontes não necessariamente interagem. Apenas fixam a informação que desejam ver repercutida e contam com sua rede de adeptos para isso.
De toda forma, é uma boa notícia. O que se viu durante os protestos de junho é que o Governo Federal estava completamente off.
A volta de Dilma ao Twitter foi acompanhada por  várias outras iniciativas de reforço da presença do governo na Internet. Entre elas, a a reformulação do Portal Brasil (www.brasil.gov.br), o lançamento do Participatório (uma rede social para a discussão de temas políticos), a abertura de uma conta no Instagram e o aumento da frequência de atualizações da página da presidenta no Facebook.
A conta oficial de Dilma no Twitter é @dilmabr
Com informações da BBC Brasil.
Acesse a pesquisa Twiplomacy 2013.

A paisagem religiosa global

Mais de oito em cada dez pessoas no mundo afirmam ter alguma religião
Estima-se que existam no mundo cerca de 5,8 bilhões de adultos e crianças afiliados a alguma religião. Isso significa 84% da população em 2010, estimada à época em 6,9 bilhões.
Esses números são do último levantamento realizado pelo Pew Research Center’s Forum on Religion & Public Life (algo como Fórum Pew sobre Religião e Vida Pública), como parte de um projeto que pretende avaliar as mudanças religiosas e seu impacto sobre as sociedades.
O estudo é relevante por sua profundidade e alcance. Foram investigados 230 países e territórios, e mais de 2.500 censos, inquéritos e registros da população. O resultado inclui as grandes religiões mundiais, tais como o cristianismo e o islamismo, o grupo de pessoas que se declara sem religião e, inclusive, as chamadas religiões “tradicionais”, ou seja, as crenças tribais e étnicas ainda existentes. Trata-se, portanto, de um levantamento que alcança 100% da população estimada para o ano de 2010. Os investigadores alertam que alguns países publicaram censos logo após a divulgação da pesquisa. Isso pode implicar em pequenas diferenças regionais que, entretanto, não comprometem o resultado final.
Os números apresentados, naquilo que se refere às grandes religiões conhecidas, confirmam as conclusões de outros pesquisadores. O cristianismo é a maior religião do planeta, com 2,2 bilhões de adeptos (32% da população mundial). Em seguida estão os muçulmanos que somam 1,6 bilhão de pessoas (23% da população mundial).
O terceiro maior grupo é formado por aquele que não se identificam com nenhuma das religiosidades reconhecidas. Entre eles estão ateus, agnósticos e indivíduos que acreditam em Deus, deuses ou em algum ser considerado superior. Esse grupo soma pelo menos 1 bilhão de pessoas e representa 16,3% da população do planeta.
Fonte: Pew Research Center’s Forum on Religion & Public Life
Outro dado relevante é que apenas nove países não têm uma maioria religiosa clara. São Guiné Bissau, Costa do Marfim, Macau, Nigéria, Cingapura, Coreia do Sul, Taiwan, Togo e o Vietnã. Nos demais sempre há algum grupo preponderante. Entretanto, pelo menos 3/4 (73%) da população mundial vivem em países onde sua religião é a majoritária. Os hindus e os cristãos são os que se encontram em posição mais confortável nesse quesito.
A religião que possui seguidores com idade média mais elevada é o judaísmo (36 anos). Os muçulmanos são os que possuem seguidores com idade média mais baixa: 23 anos. A diferença na idade média dos seguidores entre as diversas religiões, em parte, se deve à distribuição geográfica dos grupos. Por exemplo, aqueles que possuem um grande número de adeptos nos chamados países em desenvolvimento tendem a concentrar, nesses países, um número maior de jovens. As religiões mais fortes na China e nos países de industrialização mais antiga, e onde o crescimento populacional é mais lento, possuem o maior número de seguidores mais velhos, também nessas localidades.
Fonte: Pew Research Center’s Forum on Religion & Public Life
Acesse o estudo completo (em inglês) no site do Pew Research Center’s Forum on Religion & Public Life.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Mulher é reduzida a corpo e bunda em comerciais de TV

Publicidade no padrão europeu,
feita de elite para elite
Data Popular aponta conflito entre publicidade e mulheres reais
Uma pesquisa realizada em maio pelo Instituto Data Popular em parceria com o Instituto Patrícia Galvão traçou uma comparação entre as mulheres mostradas pela publicidade e as mulheres da vida real. E, ao que tudo indica, os publicitários andam dando seguidos tiros nos pés.
O estudo relevou um forte distanciamento entre essas duas pontas. Para 56% dos entrevistados, homens e mulheres, as propagandas na TV não mostram brasileiras reais e para 58% as mulheres são reduzidas a “corpo e bunda”.
A importância das mulheres no mercado de consumo é enorme. De acordo com o Data Popular, elas são responsáveis por 85% das decisões sobre o consumo doméstico que movimenta uma massa de recursos estimada em R$ 1,1 trilhão.  Elas chefiam 38% dos lares brasileiros e são majoritariamente negras. Além disso, nos últimos 20 anos, a participação feminina no mercado de trabalho cresceu cerca 162%.
A pesquisa mostra que a chamada propaganda “boca a boca” influencia 7 em cada 10 mulheres na hora das compras. O distanciamento entre a publicidade de TV e o mercado feminino é, portanto, um desastre para as empresas.
Na opinião dos analistas do Data Popular, e a pesquisa registra isso, as agências até avançaram na apresentação de conteúdos que retratam um perfil de mulher mais inteligente, independente e que valoriza a conquista e o mérito próprio (67% dos entrevistados concordam com isso).
Mas pecam na estética ultrapassada que visa agradar a um público de elite (as classes A e B), e não o consumidor final, de Classe C. Por isso, essa estética ainda está presa a um padrão europeu: mulheres brancas, de olhos claros, magra, altas e de cabelos lisos.

Para a pesquisa, foram realizadas 1.501 entrevistas com homens e mulheres maiores de 18 anos, em 100 municípios de todas as regiões do país.
Acesse a integra da pesquisa Representações das mulheres nas propagandas na TV.

Os Pombos 61

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“Las protestas en Brasil son sanas”

Entrevista de Lula ao jornal El Pais
A entrevista que Lula concedeu ao jornal El Pais no último dia 20 causou sensação. Por aqui foi divulgada com manchetes como “Lula cobra desapego de petistas por cargos públicos” (Valor) ou “Em entrevista a jornal espanhol, Lula critica o PT” (Globo). Os jornalões não perdem mesmo a chance de promover uma intriga. Confira a entrevista na integra, com tradução do PT Senado.
El País - Vou dizer que eu não preparei perguntas… Li páginas e páginas de sua vida e seus milagres e, salvo algo que queria dizer para iniciar a conversa, não trago nada a priori.
Lula - Nem eu preparei as respostas…
Começamos bem, então. Só uma coisa dá voltas em minha cabeça. Tanta universidade de prestígio para preparar líderes mundiais, tanto cérebro, muito estudo, para que venha alguém como você, sem qualquer título, formado na dureza das ruas e se convertendo num ícone mundial que quebra recordes.
Políticos devem entender um problema. Nas últimas três décadas, mas principalmente mais tarde, depois de um consenso entre Thatcher e Reagan, o mundo tornou-se governado por uma lógica muito burocrática, técnica, menos política. A economia começou a determinar a direção do governo, e não o inverso. Isso, na minha opinião, é um grande erro. Um grande político será capaz de montar uma boa equipe técnica. Mas se você é um bom técnico, talvez você não seja capaz de tomar boas decisões políticas. Por quê? As universidades não formam prefeitos, governadores ou presidentes de países. Essa experiência se adquire na relação que você tem com as pessoas, com os grupos políticos com os quais você está comprometido, com sua capacidade de viver democraticamente na diversidade. Um técnico pode se sentar em uma mesa e elaborar um documento extraordinário, mas para um político, se ele não sabe comunicar esta proposta no momento certo para as pessoas certas, e se não conversa com as pessoas envolvidas na sua decisão, as coisas não se concretizam.
Em outras palavras, a política é uma boa combinação de…
Bons políticos precisam de bons técnicos. Tomemos o exemplo de Sebastián Piñera no Chile, um grande empresário que está descobrindo que o exercício do governo, lidar com opositores interesses diversos, é mais difícil tomar uma decisão para sua empresa. Quando você é apresentado a uma crise interna, você tende a buscar técnicos que a resolvam no lugar de políticos. Por exemplo, na Europa, na minha opinião, enfrenta uma situação que afeta o mundo inteiro por falta de decisão política, não econômica. Antes, quando as crises afetavam a Bolívia, o Brasil, o FMI sabia tudo. Por que agora não tem ideia de como resolver a situação?
Isso. Por quê?
Porque é um problema político. As decisões não foram tomadas na hora certa. No fundo se permitiu os mesmos ajustes que são feitos em países pobres. Espanha e Grécia, com suas rendas per capita, poderiam fazer ajustes de mais longo prazo, e não em tão curto, asfixiando a economia, com base em enormes sacrifícios e sem ter em conta o que vai custar às pessoas para se recuperarem.
Técnicos, com a sua lógica de negócios.
Os técnicos especialistas em salvar bancos!
Então, aqui estamos, olhando para a cena política. Porque essa arte deve unir sentido comum e paixão. É o que está faltando a vários técnicos?
Até o momento já foram usados quase 10 bilhões de dólares para resolver o problema da crise. Não conseguiram. Tampouco existem sinais claros no curto prazo. Com esse dinheiro, quanto não se poderia fazer para elevar o padrão de vida dos mais desfavorecidos. Na América Latina, na Europa, na África. Creio que se a política tivesse prevalecido sobre os aspectos técnicos e da burocracia, as pessoas sofreriam menos. No momento em que o mundo precisava de mais comércio, diminui; quando precisávamos de mais empregos, também caíram. E os banqueiros, até agora, ainda não pagaram a conta.
Mas com líderes que temos na Europa…
Devo ser justo, eu sou um grande defensor do que foi alcançado com a construção da Europa. Foi um esforço coletivo histórico. Mas a verdade é que as organizações que a dirigem são frágeis. Eu poderia citar uns quantos líderes capazes de estar no comando da comissão.
Vamos falar sobre isso.
Não posso.
Para quem não preparou respostas, alguém poderia pensar o contrário.
Não digo nomes porque é uma falta de respeito por parte um ex-presidente de um país; poderia ser considerado uma ingerência.
Um pouco de luz, de experiência, nada de ingerência.
Quando o Barcelona quer ganhar do Real Madrid quer, sabe que tem que usar sua força total, e vice-versa. Na política, em tempos difíceis, você deve reunir todas as pessoas relevantes para tomar decisões em comum: é preciso ouvir os sindicatos, empresários, especialistas, acadêmicos, sociedade civil e construir uma proposta que contemple a maioria dos representantes do país. Mas se está pensando do ponto de vista estritamente técnico. A impressão que tenho é que a chanceler Merkel assumiu um superpapel na União Europeia e todos dependem dela, vão atrás, quando são 28 países e Alemanha é quem determina seu comportamento, seus ajustes. E agora que ela foi reeleita, qual discurso faz?
Que tudo continue igual.
Trabalhar, controlar os gastos, ao invés de buscar soluções comuns, no âmbito político. Quem sofre na Espanha? Os banqueiros? Os grandes empresários? Não. Os jovens com expectativas de encontrar emprego, estes sim. Com isso, não quero dizer que eu tenho a solução para tudo, mas simplesmente que, sem discutir politicamente o problema, é mais complicado encontrar a saída. Muito mais difícil. Mais ainda num mundo que em que a economia está globalizada e as decisões políticas são tomadas em nível nacional. Precisamos de instituições multilaterais fortes para ajudar a cumprir as medidas. Não como o FMI, que vinha aqui todos os meses e nos dizia o que fazer. Até que a Europa não lhes prestasse atenção, não nos demos conta que não tinham importavam.
Eu o vejo em forma… Mas para quê? Aonde você quer chegar?
Quando uma pessoa completa 60 anos, e eu estou com 68, nossas expectativas futuras são menores. Quando eu tinha 18 anos, o mundo e a vida eram infinitos. Hoje, não. O tempo que me resta é muito mais curto do que aquele deixado para trás, mas não penso nisso o dia todo. Eu me cuido mais do que eu me cuidava.
Talvez a quantidade de tempo seja menor, mas você não desejaria que a qualidade fosse maior? Depois de derrotar a doença, o câncer, eu o vejo querendo voltar para a linha de frente.
Não, não, não. Só tenho vontade de sobreviver. Há algum tempo me operaram de um câncer e graças a Deus me recuperei e tenho trabalhado muito, eu diria que mais do que quando era presidente. (…) O que eu quero fazer realmente é tentar, através do meu instituto, é contribuir para o desenvolvimento na América Latina, na África, com experiências de sucesso que temos alcançado no Brasil, porque sim, é possível cuidar dos pobres, e eles não custam muito dinheiro. Se você lhes dá acesso a recursos, eles se tornam consumidores e aí a indústria produz, o comércio vende, se cria emprego, mais salários, e assim se forma um círculo virtuoso em que se produz, se consome, se estuda, existe acesso à cultura …
Um círculo virtuoso com o qual os jovens no Brasil não parecem satisfeitos. Daí os protestos?
Isso é importante. E damos muito valor. Estes protestos são saudáveis. Um povo com fome não tem vontade de lutar. Quando 40 milhões de pessoas passaram para a classe média, quando em 2007 havia 48 milhões de pessoas que podiam viajar de avião e em 2013 esse número subiu para 103 milhões, um país que produziu 1,5 milhões de carros e agora chega a 3,8 milhões…
Muitos, se olharmos para os engarrafamentos de trânsito aqui em São Paulo. Mais Metrô e menos carros não seria mal.
Um país que era a décima maior economia do mundo.
Vê como tem preparadas as respostas…?
Deixe-me concluir o raciocínio… E que em 2016 será a quinta maior economia do mundo, produziu uma sociedade que quer mais, é normal. A sociedade descobriu que é possível querer mais. Conseguimos em 10 anos passar de 3 milhões de graduados universitários para 7 milhões. Em 10 anos, conseguimos mais do que havíamos conseguidos em todo século 20, e isso desperta na sociedade o fato de querer mais. Temos que louvar a participação democrática e não permitir que os jovens reneguem a política, porque quando isso acontece, o que vem é o fascismo. Queremos que os jovens discutam abertamente para que sintam que fora dela não há outro caminho.
Tenha cuidado com tanto universitário, vão aparecer técnicos demais.
Precisamos de bons profissionais…
Isso sim. O que está claro é que Dilma Rousseff entendeu bem o grito das ruas, tem se mostrado sensível, mas você também tem sido crítico de certas atitudes de seu próprio partido. Não estão sabendo digerir a situação?
O Partido dos Trabalhadores completou 33 anos de vida. Quando se chega a isso, quem começou aos 35 anos deve dar vez a uma nova geração. Este é um partido que foi criado pelos trabalhadores e dirigido por eles, e se tornou o mais importante na esquerda da América Latina.
Você disse hoje “esquerda”, mas em alguns momentos deu a entender que não é.
Você me faz outra pergunta quando não terminei a resposta anterior… Eu digo que o PT é o mais importante da esquerda latino-americana.
Mas não uma esquerda clássica?
Nós o estamos construindo com a nossa própria experiência. O que eu digo é que era um pequeno partido que mais tarde se tornou grande, e como tal, foram aparecendo defeitos. Gente que valoriza muito Parlamento; outros, os cargos públicos…
Com um grande processo de corrupção no meio.
Também, mas quando esse acabar entramos em outro. Queria dizer que as pessoas tendem a esquecer os tempos difíceis em que achávamos bonito carregar pedras. Acreditávamos, era maravilhoso. Um grupo mais ideológico, a gente trabalhava de graça, de manhã, de tarde, de noite. Agora você faz uma campanha e todo mundo quer cobrar. Não quero voltar às origens, mas gostaria que não nos esquecêssemos de para quê fomos criados. Por que queríamos chegar ao governo? Não para fazer igual aos outros, mas para agir de forma diferente.
E para que valha a frase que você repete insistentemente e pela qual o criticam tanto: “Nunca antes na história do Brasil…”. Mas você dizia que, no processo de crescimento…
A corrupção aparece.
Os partidos são como os seres vivos? Vão se deteriorando?
O que eu digo aos companheiros é que só há uma maneira de não ser investigado neste país: não cometer erros. Duvido que exista no mundo um país com o número de auditorias que o Brasil tem. Noventa por cento das denúncias que aparecem são feitas pelo próprio governo. Nós contratamos policiais, reforçamos os serviços secretos, fortalecemos o controle das contas públicas… Quanto mais transparência, melhor. O que não se pode admitir é que, depois que uma pessoa passa por um processo e não se descobre nada, não se peça desculpas. Por isso que eu me preocupo com essas condenações a priori. No caso dos companheiros do PT, já foram previamente condenados. Alguns meios de comunicação fizeram isso, independentemente do julgamento, incluindo prisão perpétua. Alguns nem podem sair na rua. Eu insisto: temos de ser 150% corretos, porque se estamos errados em 1%, aos olhos dos nossos adversários e alguns meios de comunicação, elevarão a uns 1,000%. Às vezes me queixo, mas acho bom que nos controlem. Muitas vezes nos criticam pelo que temos de bom. Como uma árvore, se separa a que não dá bons frutos.
Esta sua tolerância com os meios de comunicação que o atacam não poderia ser transferida a colegas seus da esquerda latino-americana que preferem fechá-los? Correa no Equador, Maduro na Venezuela, Cristina Fernández na Argentina…
Eu sou um democrata. Defendo a liberdade de imprensa. Sou o resultado disso. Nunca a imprensa brasileira falou bem de mim, mas nunca me importei. Nunca pedi favores, nem peço. Quem julga a imprensa são os leitores, o público. Mas em alguns países latino-americanos devemos adaptar as leis aos tempos que vivemos. No Brasil, existem nove famílias que controlam os meios de comunicação, o que mudou um pouco esse panorama foi a Internet. Não se trata de entrar em conteúdos, obviamente, mas sim democratizar, ampliar o acesso.
Você vai se candidatar em 2014?
Não. Eu tenho minha candidata, que é Dilma, e eu vou trabalhar para ela.
Imagine-se voltando e o panorama que se encontra agora. O que mudou na América Latina nas últimas décadas! Até que a Teologia da Libertação entrou no Vaticano de mãos com o papa Francisco. Que coisa!
Ninguém imaginava que na América Latina se produziriam tantas mudanças em tão pouco tempo. Mas isso aumenta a nossa responsabilidade. Quanto mais importante você é, mais obrigações deve assumir.
Verdade.
Voltando à Europa. Qualquer líder que está na oposição sabe as mudanças que devem ser aplicadas ao chegar ao cargo. Hollande, por exemplo, sabia durante a campanha.
Mas parece ter esquecido em alguns aspectos.
Tive uma conversa extraordinária com ele. Eu sou um amigo dele de antes. E lhe disse: você não pode esquecer o seu discurso ao se tornar presidente. Pegue suas propostas, marque-as, coloque-as na cabeceira da cama e não se esqueça nunca de por que te elegeram. A Obama comentei: você tem que limitar-se a mostrar a mesma coragem que mostrou o povo americano ao te eleger presidente.
Alguns podem pensar que tal conselho seriam bem vindos a você quando se tornou presidente e teve uma crise de pragmatismo.
Não, não, não. Tenho sido um político humilde. No meu discurso de posse eu formulei três coisas que mantive em todo meu mandato: primeira, fazer o necessário; depois, o possível; e, por último, quando menos esperamos, estaremos fazendo o impossível. Se ao final consegui que os brasileiros se levantassem e tomassem café, almoçassem e jantassem, cumpri a missão da minha vida.
A utopia possível? Sem nenhum problema?
Fizemos mais do que isso, ao definir o que queríamos.
Vejo o sonho de uma criança comendo pão pela primeira vez quando tinha sete anos. Isso me contaram.
Foi sim.
Como era essa criança?
Uma criança que foi criada por uma mãe que nasceu e morreu sem saber escrever a letra O.
Mas que suponho saber muitas outras coisas.
Como criar oito filhos ensinando-nos a ser perseverantes e a não se queixarem muito, mas sim que poderíamos conseguir cada vez mais. Quando as pessoas estão determinadas a fazer algo, elas fazem. O problema é que é mais fácil se acomodar. Na liturgia de um cargo, por exemplo, você se acomoda. Você se mata para ganhar uma eleição e entra em cerimonial que nem te ouve, cercado por uma equipe de segurança que informa quando, onde e que horas deve ir aos lugares. Pessoas nem sequer votaram em você… Cada gesto é determinado pela lógica da liturgia. Se você entrar nessa, não fará prometeu em campanha.
Como, por exemplo, colocar smoking no Palácio Real de Madrid?
Estava indo para uma recepção diante do Rei e me disseram que tinha de ir vestido assim, mas eu disse que me apresentaria com minha roupa normal porque eu não usava isso. Da mesma maneira, não se pode pedir a um líder africano que vista gravata ou ao rei Juan Carlos que colocou um turbante. Ele gostou, sempre me tratou muito bem. (…) Parece que tudo está escrito. Sei que às vezes essas regras são necessárias, mas não tanto. Marca uma estrutura de poder que sobrevive graças a isso.
Jamais se acostumou?
Não, e havia muitas pessoas que se aborrecia comigo porque eu não cumpria muitas coisas, mas eu me portava bem. Não saía para jantar, não passeava em museus para que a imprensa não dissesse que eu estava fazendo turismo… Valeu a pena.
O homem, um museu nunca é demais.
Sim, mas a imprensa diria de tudo.
Salvo o protocolo, existe algo do cargo que sinta falta?
Sou um homem de muitos relacionamentos. Gosto de política e eu gosto de pessoas. Manter boas relações com os governantes, tento estabelecer intimidade para quebrar essa distância, sempre fui de dar abraços, tenho saudades das amizades que fiz naqueles dias. Eu continuo viajando muito, falando mais… Mas pouco mais.
O que acontece? Há presidentes que não param de interferir em tudo.
Teria de perguntar a Dilma. Eu tomei a decisão de me afastar, viajei muito, depois veio a doença. Agora estou de volta, evito dar entrevistas, mas me sinto bem. Me orgulho de tudo que fiz na vida. Cumpri algo sonhava fazer. Muitas pessoas duvidaram que eu seria capaz de governar sem um diploma universitário, mas respondia que eu queria fazer para provar que ele era capaz de realizar muito mais do que eles.
Para a vida, estava preparado, e, portanto, para a política real, muito mais.
Sim, mas havia muitos preconceitos porque eu não falava Inglês ou Espanhol e, no entanto, o Brasil nunca teve uma política externa como na nossa época.
E sem bomba atômica. Embora você quisesse fortalecer seu país militarmente. Por quê?
Não, nem tanto, o que acontece é que o Brasil deve ter forças armadas dignas de sua grandeza. Devemos proteger nossos campos de petróleo, nossa floresta, nosso fronteira oceânica e terrestre. Se formou um conselho de defesa para promover uma unidade militar como existe na política. Mas sem armas nucleares. A nossa Constituição proíbe a proliferação de armas nucleares. Não foi o Lula, é a Constituição. Somos pacifistas. Nós gostamos de política, samba, carnaval, mas não de bomba atômica.