O novo papa não é como o antigo e
está mostrando isso aos católicos
A The Advocate, considerada a mais
importante publicação LGBT norte-americana, elegeu o Papa Francisco
como a pessoa mais influente do mundo em 2013.
Há poucos dias a revista Time havia
feito o mesmo.
A revista faz questão de enumerar
muitos vacilos e posicionamentos conservadores que o Papa assumiu no
começo. Lembra, por exemplo, que Francisco começou seu mandato
emitindo uma encíclica conjunta com Bento XVI em julho (a Lumen
fidei) reafirmando que o casamento deve ser uma “união estável do
homem e da mulher”.
Como arcebispo da Argentina, o cardeal
Jorge Bergoglio foi contrário à aprovação da igualdade de
direitos ao casamento dizendo que a união de pessoas do mesmo sexo
seria “ataque destrutivo contra o plano de Deus”.
A The Advocate, entretanto, afirma que
houve uma evolução nas ideias e no comportamento do Papa em torno
das questões morais.
O Papa não usou os momentos no centro
das atenções mundiais para condenar as pessoas LGBT.
Ao contrário, abriu-se para o diálogo,
a compaixão e a defesa de uma convivência pacífica. A revista
estampa na capa de sua última edição a resposta de Francisco
quando perguntado sobre os gays: “Se alguém é gay e busca o
Senhor com boa vontade, quem sou eu para julgar?”.
A visão de Francisco sobre a forma
como a Igreja Católica deve abordar as pessoas LGBT foi mais bem
explicada em suas próprias palavras durante uma entrevista em
profundidade para a revista América em setembro.
Ele lembrou: “Uma vez, uma pessoa, de
modo provocativo, perguntou-me se eu aprovava a homossexualidade. Eu,
então, respondi-lhe com outra pergunta: 'Diga-me: Deus, quando você
olha para uma pessoa homossexual, você aprova a sua existência com
afeto ou a rejeita, condenando-a?' É necessário sempre considerar a
pessoa".
Os editores da The Advocate afirmam que
Francisco ainda não é pró-gay segundo o padrão de hoje.
Mas consideram gritante a diferença do
Papa Francisco com relação à retórica dos seus dois antecessores.
A revista pondera que ainda ainda há muito desacordo sobre o papel
das mulheres, sobre a contracepção, e outros temas. Mas o que
Francisco diz sobre as pessoas LGBT, concluem, já causou reflexão
e consternação dentro da Igreja.
Veja a tradução da íntegra da
matéria no site do Instituto Humanitas Unisinos.
Acesse a página da revista The Advocate, em inglês.