Homens são os que mais reclamam da
falta de tempo, afirma IBOPE
O Ibope Inteligência tem realizado
algumas pesquisas que contribuem para compreender um pouco a cabeça
dos brasileiros e brasileiras. Uma dessas pesquisas, chamada "Jogos
do Tempo" pretendeu investigar como a população brasileira
lida com sua jornada diária.
Dia útil típico na vida do brasileiro começa entre 6 e 7 da manhã e acaba por volta das 22h |
A conclusão é que tudo que seja
lento, atrasado ou que represente espera, está em desacordo com a
mentalidade pós-moderna no Brasil. Brasileiros e brasileiras querem
que tudo e todos estejam disponíveis em um sistema 24X7 e
simultâneo.
A pesquisa verificou que 22% de
brasileiros assume realizar atividades simultâneas em seu dia a dia
como, por exemplo, utilizar a TV e a internet juntos, TV e rádio,
rádio e internet etc. A equipe do IBOPE suspeita que esse percentual
pode ser maior já que as pessoas têm certa resistência em assumir
a falta de concentração no trabalho ou no estudo.
O estudo parece confirmar certas
teorias sociológicas sobre a "presentificação" da vida e
a ojeriza aos prazos de carência, tais como as desenvolvidas pelos
filósofos franceses Paul Virilio e Gilles Lipovetsky.
A urgência com as coisas entretanto é
bastante relativa.
Os dados mostram que 35% dos
brasileiros se sentem escravos do tempo e, entre esses, os homens na
faixa etária entre 35 e 64 anos são os que mais reclamam. Todavia,
as pessoas topam gastar mais tempo ainda em alguma tarefa na
dependência da sensação de prazer ou conforto que sentem. Por
exemplo, homens e mulher aceitariam gastar até uma hora a mais para
se alimentar em restaurantes em dias úteis, se a comida for
"caseira".
Ainda assim, quando questionados se e
quanto pagariam por uma hora a mais no dia, apenas 1/3 dos
brasileiros demonstraram interesse na compra, sendo que o valor
seria, em média, R$ 50 em um dia útil. Mas os homens tenderiam a
pagar R$85 por uma hora a mais em um dia de folga.
Outro dado interessante diz respeito à
“juvenilização” da sociedade. Entre os entrevistados, 65% se
considera 10 anos mais jovem do que realmente é.
O estudo Jogo do Tempo foi realizado
durante o ano de 2013.
Leia mais sobre Paul Virílio.
Leia mais sobre Gilles Lipovetsky.
Acesse a matéria completa no site do
IBOPE.