sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

35% dos brasileiros se sentem escravos do tempo

Homens são os que mais reclamam da falta de tempo, afirma IBOPE
O Ibope Inteligência tem realizado algumas pesquisas que contribuem para compreender um pouco a cabeça dos brasileiros e brasileiras. Uma dessas pesquisas, chamada "Jogos do Tempo" pretendeu investigar como a população brasileira lida com sua jornada diária.
Dia útil típico na vida do brasileiro
começa entre 6 e 7 da manhã e acaba
por volta das 22h
A conclusão é que tudo que seja lento, atrasado ou que represente espera, está em desacordo com a mentalidade pós-moderna no Brasil. Brasileiros e brasileiras querem que tudo e todos estejam disponíveis em um sistema 24X7 e simultâneo.
A pesquisa verificou que 22% de brasileiros assume realizar atividades simultâneas em seu dia a dia como, por exemplo, utilizar a TV e a internet juntos, TV e rádio, rádio e internet etc. A equipe do IBOPE suspeita que esse percentual pode ser maior já que as pessoas têm certa resistência em assumir a falta de concentração no trabalho ou no estudo.
O estudo parece confirmar certas teorias sociológicas sobre a "presentificação" da vida e a ojeriza aos prazos de carência, tais como as desenvolvidas pelos filósofos franceses Paul Virilio e Gilles Lipovetsky.
A urgência com as coisas entretanto é bastante relativa.
Os dados mostram que 35% dos brasileiros se sentem escravos do tempo e, entre esses, os homens na faixa etária entre 35 e 64 anos são os que mais reclamam. Todavia, as pessoas topam gastar mais tempo ainda em alguma tarefa na dependência da sensação de prazer ou conforto que sentem. Por exemplo, homens e mulher aceitariam gastar até uma hora a mais para se alimentar em restaurantes em dias úteis, se a comida for "caseira".
Ainda assim, quando questionados se e quanto pagariam por uma hora a mais no dia, apenas 1/3 dos brasileiros demonstraram interesse na compra, sendo que o valor seria, em média, R$ 50 em um dia útil. Mas os homens tenderiam a pagar R$85 por uma hora a mais em um dia de folga.
Outro dado interessante diz respeito à “juvenilização” da sociedade. Entre os entrevistados, 65% se considera 10 anos mais jovem do que realmente é.
O estudo Jogo do Tempo foi realizado durante o ano de 2013.
Leia mais sobre Paul Virílio.
Leia mais sobre Gilles Lipovetsky.
Acesse a matéria completa no site do IBOPE.