O Brasil é um dos maiores exportadores
globais de “água virtual”
Quando um produto é comercializado entre países, a água usada também foi exportada |
A disputa por água no planeta tem
dimensões surpreendentes.
Confesso que essa nunca me ocorreu.A água é fartamente usada na produção, como se sabe. E, naturalmente, é possível calcular a quantidade de água empregada para produzir algo. Essa água embutida nas coisas é chamada de "água virtual".
Alguns países, como a China,
descobriram que é melhor importar mercadorias que exijam um grande
consumo de água na produção que produzi-las por lá.
É o caso da soja e foi o que descobriu
a professora Maria Victoria Ramos Ballester, do Centro de Energia
Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba.
Para países situados em regiões que
sofrem com escassez hídrica, o comercio de água virtual é atraente
e benéfico. “Por meio da importação de mercadorias que consomem
muita água durante seu processo produtivo, nações, estados e
municípios podem aliviar as pressões que sofrem sobre suas próprias
fontes”, esclarece a professora. “Quando um produto, seja ele
qual for, é comercializado entre países, estados ou municípios,
entende-se que a água utilizada em seu processo fabril também foi
exportada”, completa.
De acordo com a professora, o Brasil é
hoje um dos maiores exportadores globais de “água virtual”,
especialmente por meio das commodities agrícolas.
As tendências de crescimento
populacional na Ásia indicam que esse comércio se tornará ainda
mais estratégico para a segurança hídrica dos países da região,
principalmente a China.
Dai a ideia de avaliar o impacto do
incremento das exportações no Alto Xingu, uma área cujos recursos
hídricos subterrâneos ainda está entre as menos explorados do
planeta.
Outras informações sobre o projeto
podem ser obtidas pelo fone (19) 3302-0100.
Com informações da Agência USP de Notícias.