sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Água virtual, produto de exportação

O Brasil é um dos maiores exportadores globais de “água virtual”
Quando um produto é comercializado entre países,
a água usada também foi exportada
A disputa por água no planeta tem dimensões surpreendentes.
Confesso que essa nunca me ocorreu.
A água é fartamente usada na produção, como se sabe. E, naturalmente, é possível calcular a quantidade de água empregada para produzir algo. Essa água embutida nas coisas é chamada de "água virtual".
Alguns países, como a China, descobriram que é melhor importar mercadorias que exijam um grande consumo de água na produção que produzi-las por lá.
É o caso da soja e foi o que descobriu a professora Maria Victoria Ramos Ballester, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba.
Para países situados em regiões que sofrem com escassez hídrica, o comercio de água virtual é atraente e benéfico. “Por meio da importação de mercadorias que consomem muita água durante seu processo produtivo, nações, estados e municípios podem aliviar as pressões que sofrem sobre suas próprias fontes”, esclarece a professora. “Quando um produto, seja ele qual for, é comercializado entre países, estados ou municípios, entende-se que a água utilizada em seu processo fabril também foi exportada”, completa.
De acordo com a professora, o Brasil é hoje um dos maiores exportadores globais de “água virtual”, especialmente por meio das commodities agrícolas.
As tendências de crescimento populacional na Ásia indicam que esse comércio se tornará ainda mais estratégico para a segurança hídrica dos países da região, principalmente a China.
Dai a ideia de avaliar o impacto do incremento das exportações no Alto Xingu, uma área cujos recursos hídricos subterrâneos ainda está entre as menos explorados do planeta.
Outras informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo fone (19) 3302-0100.
Com informações da Agência USP de Notícias.