sexta-feira, 31 de maio de 2013

O Brasil é, de fato, um dos menos competitivos do mundo?


É necessário olhar com cautela as pesquisas e as noticias
O Institute for Management (IMD), considerado uma importante escola de negócios da Suíça, divulgou essa semana um relatório que mereceu muito destaque na imprensa nativa.
O relatório, chamado IMD World Competitiveness Yearbook, analisa o desempenho de 60 economias e faz um ranqueamento da competitividade das nações.
Esses ranqueamentos são sempre complicados, por diversas razões, como tenho enfatizado neste Blog.
O esforço de comparar a economia norte-americana com a da Africa do Sul ou da Coreia, por exemplo, só pode levar a conclusões inúteis. Ranqueamentos, para serem eficientes, precisam confrontar realidades mais homogêneas.
Outo fator agravante são as fontes de dados.
Essas agências utilizam, na maior parte das vezes, fontes internacionais desatualizadas em relação aos dados produzidos pelas organizações locais. Quanto maior o número de informações, maior a chance de erro. No caso do relatório produzido pelo IMD, foram considerados 60 países e 333 indicadores organizados em quatro grupos: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura. Cerca de 2/3 dos dados concretos utilizados vieram de organismos internacionais como o FMI, Banco Mundial, OCDE e OIT e de instituições privadas (CB Richard Ellis, Mercer HR Consulting, PriceWaterhouseCoopers e, no caso brasileiro, a Fundação Dom Cabral).
O terço restante foi obtido em consultas a executivos de negócios de médio e alto escalão.
Naquilo que interessa ao país e que chamou a atenção da imprensa, perdemos cinco posições no ranking em apenas um ano, passando da 46ª colocação em 2012 para o 51º lugar este ano.
É um mau resultado considerando que o documento se destina às grandes empresas e serve como uma espécie de guia para negócios.
Por outro lado, o Brasil nunca esteve bem posicionado no ranqueamento do IMD.
No primeiro ano da pesquisa, em 1997, a economia brasileira era considerada apenas a 34ª mais competitiva entre 46 países estudados. Nos anos seguintes, despencamos até chegar à 49ª colocação, em 2007. Houve uma recuperação no período seguinte e chegamos ao 38º lugar em 2010. Mas, na medição realizada para 2011 já estávamos novamente no final da fila, em 44º lugar, continuando a cair desde então.
O relatório de competitividade do IMD não é o único existente.
Ele concorre com outros, como o Relatório de Competitividade Global, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) e que mostra um quadro relativamente diferente. Este relatório também é realizado com o apoio da Fundação Dom Cabral.
Na série histórica, de acordo com os estudos do Fórum Econômico Mundial, a trajetória do país é ascendente, passando da 72ª colocação em 2007 para a 64ª em 2008 e 56ª em 2009. Em 2010, houve um pequeno tropeço em função da crise mundial e recuamos para o 58º lugar. No levantamento realizado em 2011, com 142 países, voltamos a crescer e o Brasil havia subiu cinco posições no ranking de competitividade global, passando a ocupar a 53ª posição. Em 2012, entre com 144 países, crescemos mais cinco posições e ficamos com a 48ª colocação.
Não sei qual dos relatórios é mais confiável. Naturalmente, prefiro o do WEF. Mas sei que é necessário ter muito cuidado com o noticiário diário. O Brasil vive, sim, problemas grandes para manter o padrão de crescimento alcançado na última década. Mas está no rumo certo.
Acesse o relatório, em inglês, IMD World Competitiveness Yearbook, do Institute for Management.
Acesse o relatório, também em inglês, Relatório de Competitividade Global 2012-2013, do Fórum Econômico Mundial.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Tribalistas lançam música a favor do casamento gay

Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte gravaram canção em apoio à campanha do deputado Jean WyllysOs Tribalistas voltaram, mas por apenas uma música. Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes compuseram “Joga Arroz”, para a campanha Casamento Civil Igualitário, idealizada pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ).
A mensagem publicada no canal da campanha, no Youtube, explica o intuito da canção. “Para sensibilizar os deputados, senadores e a sociedade brasileira em nome da liberdade de amar.”
No último dia 14, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou uma resolução determinando a obrigatoriedade de cartórios em todo o país realizarem o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
“É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo”, diz a resolução.
 Confira a letra da canção:



Joga Arroz
(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte)

O seu juiz já falou
Que o coração não tem lei
Pode chegar
Pra celebrar
O casamento gay

Joga arroz
Joga arroz
Joga arroz
Em nós dois

Quem vai pegar o buquê
Quem vai pegar o buquê
Maria com Antonieta
Sansão com Bartolomeu
Dalila com Julieta
Alexandre com Romeu

Joga arroz
Joga arroz
Joga arroz
Em nós duas em nós todos
Em nós dois
Fonte: Revista Fórum

Os Pombos 56

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A sujeira em grandes números

Aterro Sanitário de Contagem:
vida útil próxima do fim.
Volume de lixo cresce em proporção maior que a população brasileira
O serviço de coleta de lixo no Brasil já alcança cerca de 90% da população, estando próximo da universalização. O problema, cada vez mais grave, é a destinação das toneladas de resíduos produzidas diariamente.
Falta pouco mais de um ano para que os municípios deem fim à destinação inadequada de resíduos, conforme determina a  Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Até 2014, os lixões devem ser erradicados e substituídos por aterros sanitários; devem estar em funcionamento os programas de coleta seletiva separando o lixo reaproveitável do rejeito, e todos os municípios devem ter seus planos de resíduos sólidos.
Todavia, mais de 3 mil municípios brasileiros ainda dão destino inadequado aos resíduos e, na maioria dos casos (60% dos municípios), as iniciativas para implantação dos programas de coleta seletiva ainda são precárias.
É o caso de Contagem.
De acordo com informações do site da Prefeitura, a coleta seletiva é realizada em apenas nove bairros, alcançando cerca de seis toneladas de materiais recicláveis por mês. O número é baixo e a meta da Prefeitura é chegar a 20 bairros até o final deste ano – número ainda pequeno considerando que a cidade tem mais de 130 bairros.
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais -  Abrelpe, divulgou um relatório atualizado sobre o assunto.
Os dados da pesquisa mostram que o volume de recursos aplicados pelas administrações públicas na coleta e destinação adequada do lixo tem crescido. Mas ainda está longe de ser suficiente. Inclusive porque a produção de lixo não para de crescer.
A geração de lixo por pessoa aumentou de 955g por dia para 1,223 kg nos últimos dez anos. Paradoxalmente, em parte, isso se deve ao aumento da renda das famílias. Pessoas com mais dinheiro no bolso consomem mais embalagens plásticas e outros produtos cujo impacto ambiental é maior que o dos resíduos orgânicos. A maioria dos municípios tem menos de 10 mil habitantes, têm baixa capacidade de arrecadação e não dão conta de enfrentar esse problema sozinhos.
Não surpreende, portanto, que o relatório mostre a região Nordeste como a com maior percentual de resíduos levados para destinações inadequadas, como lixões.
No Nordeste, apenas 77% do lixo produzido é coletado e  65%, um total de 25,8 mil toneladas por dia, não recebe destinação final adequada.
A melhor cobertura de coleta foi verificada no Sudeste (96,8%). Essa região é também a que  melhor destina os resíduos (72%). Ainda assim, em 51% das cidades da região, 854 municípios, não há tratamento adequado dos resíduos.
Os grandes números do lixo:
  • De 2003 a 2012, a população do Brasil aumentou 9,65%.
  • No mesmo período, o volume de lixo cresceu mais do que o dobro disso, 21%. A geração de lixo por pessoa aumentou de 955g por dia para 1,223 kg;
  • Em 2012, foram gerados no Brasil cerca de 64 milhões de toneladas de resíduos. Isso equivale a uma geração per capita de 383 kg /ano.
  • O crescimento em relação a 2011 foi de 1,3% no lixo por habitante, índice superior à taxa de crescimento populacional registrada no mesmo período, que foi de 0,9%;
  • O serviço de coleta chegou a 55 milhões de toneladas em 2012 - aumento de 1,9% em comparação a 2011;
  • Os número da coleta indicam uma cobertura de serviços superior a 90% no país;
  • Os recursos investidos cresceram cerca de 7% em 2012, atingindo a média de R$ 11,00/habitante/mês;
  • Do total coletado, 58% (quase 32 milhões de toneladas), tiveram destinação adequada em aterros sanitários;
  • Quase 24 milhões de toneladas, em 3 mil cidades brasileiras, foram enviadas para destinos considerados inadequados. Esse volume representa 37,5% do total;
  • Outros 6,2 milhões de toneladas de resíduos não foram sequer coletados -  número 3% inferior em relação a 2011;
  • Apenas 766 municípios brasileiros, cerca de 14% do total, operam programas de coleta seletiva;
  • Cerca de 60% dos municípios declararam ter algum tipo de iniciativa de coleta seletiva.
Acesse o documento Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2012 no site da Abrelpe.

Brasil tem segundo maior programa de merenda escolar no mundo

No mundo todo, 368 milhões de crianças
são alimentadas nas escolas
Foto: Rádio ONU
PMA lança primeiro relatório global sobre alimentação nas escolas
O Programa Mundial de Alimentos - PMA, órgão ligado à Organização das Nações Unidas – ONU, divulgou na última sexta-feira (24), o relatório O Estado da Alimentação Escolar no Mundo - 2013. É primeiro balanço global sobre programas de alimentação escolar em 169 países.
O Brasil ganhou destaque no relatório, por alimentar 47 milhões de estudantes por dia. Segundo o PMA, é o segundo maior programa de merenda escolar do mundo, ficando atrás apenas da Índia, que alimenta 114 milhões de crianças nas escolas. Em seguida ficam os Estados Unidos e a China.
O programa brasileiro teria ainda o diferencial de ligar a alimentação escolar à produção dos pequenos agricultores, o que faria do país uma referência.
Segundo o relatório, cerca de 368 milhões de alunos são alimentados todos os dias nas escolas do planeta, uma média de um a cada cinco estudantes. O investimento global nesses programas é de US$ 75 bilhões, sendo que a maior parte da verba vem dos cofres públicos.
O PMA também destaca a situação em países de renda mais baixa, apenas apenas 18% das crianças recebem refeição escolar. Em países de média renda, a merenda é fornecida a 49% dos alunos.
Baixe o relatório O Estado da Alimentação Escolar no Mundo - 2013 no site do PMA (verões em inglês, espanhol e francês).

domingo, 26 de maio de 2013

Escolaridade e sexo determinam disparidade salarial no Brasil

Cresce interesse por profissionais com nível superior e mulheres ainda ganham menos
No Brasil, o mercado empregador está cada vez mais interessado em contratar pessoas com formação universitária. E está disposto a pagar bem mais pelo trabalho delas.  É o que dizem os dados da pesquisa Estatísticas do Cadastro Central de Empresas – CEMPRE, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, divulgado na última quinta-feira (24), com informações válidas para o período 2008 a 2011.
No período analisado, de acordo com o CEMPRE, o salário salário médio do pessoal assalariado com graduação universitária é de R$ 4.135,06, contra apenas R$ 1.294,70 para quem não tem nível superior. A variação é de 219,4% em favor de quem tem alguma graduação.
Além disso, embora ainda segam minoria entre o pessoal ocupado, apenas 17,1% do total, o percentual de contratações de pessoas com esse nível de formação cresceu 8,5% na comparação com 2010. No mesmo período, o volume de contratações de pessoal sem a graduação universitária cresceu apenas 4,4%.
Os dados corroboram os debates em curso sobre a forte demanda brasileira por profissionais mais qualificados, seja em anos de estudos, em especializações e experiência vivida. Demanda que justifica a forte disposição do Governo Federal em atrair “cérebros” estrangeiros, assunto que tenho abordado neste Blog.
Homens e mulheres
Além da disparidade salarial medida por nível de escolaridade, o Cadastro mostra também ela é forte entre homens e mulheres. Em média, eles recebem 25,7% a mais que a média recebida pelas mulheres. A média salarial dos homens é de R$ 1.962,97 contra R$ 1.561,12 das mulheres.
O dado positivo é que a distância parece estar diminuindo: as taxas de aumentos salariais reais foram praticamente iguais: 2,5% para eles contra 2,4% para elas.
Empresas que melhor pagam
Administração Pública – com somente 0,4% do universo pesquisado,  respondem por 18,1% do pessoal ocupado total, 20,9% do pessoal ocupado assalariado e 30,2% dos salários e outras remunerações. São as que pagam os valores mais elevados em média: R$ 2.478,21;
Entidades sem fins lucrativos – totalizaram 9,7% das organizações pesquisadas,  respondem por 6,4% do pessoal ocupado total, 6,6% do pessoal ocupado assalariado e 6,3% dos salários pagos no ano. Ficaram em segundo lugar no quesito quem melhor paga, com R$ 1.691,09, em média;
Entidades empresariais privadas – correspondem a 89,9% do universo pesquisado e 75,5% do pessoal ocupado total; 72,4% do pessoal ocupado assalariado e são responsáveis por 63,4% dos salários e outras remunerações pagos. Mas são as que praticam os salários mensais mais baixos: em média, R$ 1.592,19.
O documento disponibiliza outras informações de interesse, tais como a distribuições por setores da economia, por regiões geográficas, porte das empresas, participação nos lucros e outras.
Acesse matéria completa no site do IBGE.
Baixe o documento Estatísticas do Cadastro Central de Empresas – CEMPRE.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os Pombos 54

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Anuário da Educação Básica 2013 já está disponível

Documento está atualizado com base nas metas do PNE
O Movimento Todos Pela Educação e Editora Moderna lançaram na quarta-feira (22 de maio) o Anuário da Educação Básica 2013.
O documento reúne indicadores educacionais de todo o País e está organizado de acordo com os temas contemplados nas 20 metas propostas no Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita atualmente no Senado Federal. Entre elas, por exemplo, a de universalizar o acesso a educação entre crianças de 4 e 5 anos.
Esta  é a segunda edição do anuário. Estão disponíveis informações e séries históricas estatísticas para cada Unidade da Federação; análises de especialistas produzidas especialmente para a publicação; informações relativas à gestão e ao financiamento educacional, com explicações sobre a tramitação de Projetos de Lei, como o que institui o PNE, e sobre o funcionamento das principais estruturas governamentais de Educação. Conta também com um glossário de termos específicos da área.
Segundo o Movimento Todos Pela Educação exemplares impressos serão distribuídos gratuitamente a gestores públicos, legisladores e escolas. Também é possível acessar a publicação pela internet.
Baixe o anuário no site do Movimento Todos Pela Educação.

PC do B e PRB retornam à base de oposição ao governo estadual

O bloco parlamentar Minas Sem Censura – MSC foi criado em fevereiro de 2011 com 23 deputados estaduais com o objetivo de oferecer sustentação ao Governo Dilma no Estado e realizar oposição ao Governo Anastasia. Sete meses depois, foi desfeito devido à dissidência dos deputados do Partido Comunista do Brasil - PC do B e do Partido Republicano Brasileiro – PRB.
De acordo com regimento da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, são necessários, no mínimo, 16 parlamentares para se formar um bloco.
Na última quarta-feira (22), tudo voltou a ser como dantes. Reunião em Brasília marcou a reconstrução da aliança entre os partidos.
A recomposição do bloco integra o bem vindo esforço de unificar a política de oposição em Minas e fornecer uma importante base de sustentação à presidente Dilma ano que vem.
Na reunião, presença destacada do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), virtual candidato do PT à sucessão estadual.
O Bloco Minas sem Censura está de volta
Foto: Minas Sem Censura
 Acesse o site do movimento Minas Sem Censura.

Alunos e professores das escolas públicas estão mais conectados

A presença de computadores em escolas
públicas urbanas do país cresceu
Foto: Correio do Brasil
Uso de computadores e internet em sala de aula ainda é desafio
Apesar dos avanços na infraestrutura tecnológica das escolas brasileiras, o uso pedagógico do computador e da internet em atividades com os alunos em sala de aula ainda não incorporado pela escola pública no pais.
Essa informação não chega a ser nova. Em abril, divulguei os resultados da pesquisa TIC Educação 2011, realizada pelo IBOPE Inteligencia a pedido do CGI – Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
Esse levantamento mostrou que as enquanto 88% das escolas tinham computador nos espaços da coordenação e 81% nos laboratórios de informática, apenas 38% delas disponibilizavam acesso aos alunos na biblioteca e somente 4% na sala de aula.
Nos últimos dias, novas informações do CGI e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, apontaram importantes avanços e, também, o quanto ainda falta fazer em termos educacionais.
De acordo com os dados da pesquisa Acesso à Internet e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal, divulgada pelo IBGE no último dia 16, o número de alunos da rede pública de ensino que acessam a internet praticamente triplicou em seis anos e foi de 24%, em 2005, para 70%, em 2011.
O salto é muito expressivo, embora seja ainda maior entre os alunos de escolas privadas, que passou de 82% para 96,2% no mesmo período, uma situação de quase universalização do acesso.
Ontem, quinta-feira (23), o CGI divulgou os indicadores da pesquisa “TIC Educação 2012” que, com algumas discrepâncias, confirmam que é realmente amplo o acesso tanto de professores quanto dos jovens a computadores e à internet – em médias acima do restante da população.
No caso dos professores, os números do CGI mostram um profissional da rede pública cada vez mais conectado e próximo da universalização no que ser refere à presença de computador e Internet em seu domicílio.
Além disso, cresceu a procura por computadores portáteis e por apoio para desenvolver suas habilidades no uso dessas tecnologia – ainda que essa procura ocorra via contatos informais com outros educadores.
No caso dos alunos das redes públicas, 62% possuem computador em seus domicílios e aumentou o número dos que fazem uso da internet pelo celular (44% entre alunos do ensino público e 54% no ensino privado).
A proporção de alunos que declaram ter aprendido a usar o computador e/ou a internet sozinhos, entretanto, só vai crescendo e, pela primeira vez desde 2010, aparece como a forma mais citada de aprendizado.
Mas, dentro das escolas esse quadro está ainda longe de se repetir.
Segundo a pesquisa do CGI, a média seria de apenas 21 computadores por escola (incluindo os de mesa, portáteis e tablets). Desse total, ano passado, haviam computadores instalados em 85% das salas de diretores ou coordenadores; em 66% das salas de professores ou de reuniões; em 43% das bibliotecas e, em apenas 7% das escolas, existiam computadores e internet instalados dentro de sala de aula.
Nesse quadro, não é de se admirar que o laboratório de informática continue sendo o local mais comum para utilização de computador e internet para fins educacionais.
Um sinal positivo na pesquisa do CGI é o significativo avanço de 13% para 19% das atividades realizadas com essas ferramentas dentro da sala de aula entre 2010 e 2012.
Outro dado de extrema importância: menos da metade dos professores de escolas públicas (44%) tiveram disciplinas na faculdade que estivessem voltadas ao uso do computador como ferramenta pedagógica.
Fonte: Pesquisa TIC Educação 2012
Acesse o post de abril Pesquisa analisa o uso de novas tecnologias em escolas.
Acesse a pesquisa Acesso à Internet e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal - 2011, do IBGE.
Acesse a pesquisa TIC Educação 2012.

Base de dados revela as mudanças do Brasil nos últimos 50 anos

O país revisto desde
os tempos do Iê Iê Iê
Novidade é o acesso a fontes primárias de informação
Está disponível na internet para consulta por todos os interessados
O Centro de Estudos da Metrópole - CEM liberou para consulta o banco de dados que utilizou na pesquisa “Projeto Censo: o quanto o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos”. Esse pesquisa vem sendo realizada desde 2011 com base em informações dos Censos Demográficos decenais, de 1960 a 2010, e das Pesquisas Nacionais por Amostragem de Domicílios (PNAD) anuais, de 1976 a 2011, coletados e sistematizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
A vantagem do banco de dados do CEM em relação aos relatórios emitidos IBGE é que não estão preprocessadas, ou seja, são os dados individuais brutos coletados nos Censos e nas PNADS e que o interessado pode cruzar de acordo com suas intenções de pesquisa. Para isso estão  disponibilizados para uso na maioria dos softwares de estatística e bancos de dados comuns, como Excel ou Access.
Na base de dados podem ser obtidas estatísticas sobre perfil individual, como sexo, idade, raça, estado civil, características locacionais, como macrorregiões, unidades da federação, municípios e distritos intramunicipais (nos Censos) e religião (Censos e PNAD 1988).
Também é possível conseguir informações sobre demografia, entre as quais migração intermunicipal, fecundidade e comportamento reprodutivo e mortalidade.
Na área de educação, há informações sobre características de alfabetização, série e curso dos que estudam, última série e curso completo daqueles que estudaram, anos de estudo, defasagem/distorção idade-série.
Sobre trabalho e rendimento, é possível consultar dados a respeito de taxas de atividade, de ocupação e desemprego, natureza da ocupação e do setor de atividade econômica, rendas do trabalho, renda de outras fontes, como aposentadorias, pensões e outros.
Quanto às condições urbanas e domiciliares, estão disponíveis estatísticas sobre composição familiar e domiciliar, características dos domicílios, como número de quartos, banheiros, características de infraestrutura,energia elétrica, abastecimento de água e esgotamento sanitário.
A pesquisa “Projeto Censo: o quanto o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos” será publicada em forma de livro brevemente, segundo os pesquisadores.
O acesso ao banco de dados é livre, bastando preencher um breve cadastrado cujo propósito é conhecer o perfil do usuário.
Com informações da Agência USP.
Acesse a base de dados  Projeto Censo: o quanto o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos, no site do CEM.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Novo coração artificial será implantado em quatro países

O novo coração artificial da Carmat
Novidade é esperança para quem sofre de insuficiência cardíaca terminal
Em meio ao reme reme da política e da economia, o mercado e a ciência continuam dando passos firmes e decididos para definir o que seremos nas próximas décadas. Novas formas de ser e sobreviver estão sendo desenhadas debaixo de nossos narizes e mal paramos para pensar sobre isso.
Alguém, por exemplo, tem noção dos impactos do Google Glass? O que significa a liberação pela Organização das Nações Unidas da extração de minério no oceano abissal? E os drones norte-americanos que continuam soltos por ai?
A realização mais recente vem de uma empresa francesa, a Carmat, que finalmente recebeu autorização das autoridades sanitárias para comercializar um coração artificial.
É fantástico. Trata-se de um órgão bioartificial que pode substituir completamente o original. Tem duração entre cinco e dez anos, bateria com autonomia de 14 horas e é fabricado com uma série de materiais que o tornam auto-regulável, ou seja, ele “sabe” quanto sangue é necessário bombear a cada momento. De quebra, ainda reduz o riscos de formação de trombos, responsáveis pela trombose.
A coisa já começará a ser implantada em pacientes de quatro hospitais na Bélgica, Polônia, Eslovênia e Arábia Saudita, países com longas listas de espera para transplantes.
É uma ótima notícia e que enche de esperanças aqueles com insuficiência cardíaca terminal. O custo do dispositivo é que desespera.
Acesse o site da Carmat e conheça o coração de 200 mil euros.

Câmara autoriza prefeitura a dobrar a divida municipal

Bancada do PT e DEM foram contra e pedem explicações
A bancada do PT não se calou.
Nas fotos, Zé Antônio, Obelino,
Zé de Souza e Rodinei.
Dois projetos de lei de autoria do Executivo Municipal devem ser apreciados em votação final na próxima terça, pela Câmara Municipal de Contagem. Serão aprovados pela maioria dos vereadores, assim como o foram na votação em primeiro turno, ocorrida na última terça, dia 21.
Juntos, os dois projetos praticamente dobram a divida nominal do município, que pode passar dos atuais R$ 476 milhões para mais de um bilhão de reais em termos absolutos. São os projetos de lei 010/2013 e 005/2013.
Desde que a Prefeitura começou a usar a dívida atual como pretexto para, por exemplo, não atender às reivindicações salariais dos servidores, a bancada do PT na Câmara Municipal passou a cobrar uma prestação de contas que até o momento não foi feita.
A bancada quer conhecer a composição da dívida existente e que, entre 2005 e 2012, foi muito bem administrada pela ex-prefeita Marília Campos, caindo em relação à receita de 102% para 33%.
Quer saber, ainda, qual o impacto que os serviços da nova divida terá sobre as despesas municipais.
Na falta desses esclarecimentos e dado o volume dos recursos solicitados, a atitude da bancada na última terça foi a de pedir o desmembramento dos projetos. José de Souza, José Antônio, Obelino e Rodinei aceitariam aprovar apenas uma parcela equivalente a R$ 194.350.167,66, destinados a empreendimentos projetados pela gestão passada e já aprovados pelo Governo Federal.
O DEM (Willian Barreiro) também
pôs a mão na consciência
Infelizmente, foram derrotados em votação e os projetos foram encaminhados para apreciação na integra. Foi correta a postura da bancada de se abster a partir dai. Votassem contra, estariam votando também contra projetos deixados pela gestão petista para a cidade. Nisso foram acompanhados pelo vereador Willian do Barreiro, a quem saúdo, e que ainda tentou, sem sucesso, pedir vistas ao projeto.
O projeto de lei 010/2013
Esse projeto trata de créditos para obras e investimentos em infraestrutura na cidade. A prefeitura quer R$ 488.539.634,95, dos quais R$ 194.350.167,66 são especificamente destinados a obras de mobilidade urbana, pavimentação e qualificação de vias, conforme reza o parágrafo único.
O texto do documento, entretanto, nada diz sobre a destinação dos quase 300 milhões restantes.
Esses 194 milhões são a parcela que a bancada do PT se dispôs a aprovar, pois correspondem a iniciativas conhecidas e iniciadas na gestão anterior.
Na gestão da prefeita Marília Campos, foram enviados a Brasília diversos projetos para investimentos necessários na cidade. Algumas delas, inclusive, com valores bastante elevados, como no caso do Programa de Integração do Sistema de Transporte, que prevê a construção de viadutos, estações e corredores BRTs (sistema de ônibus de alta capacidade) e outras intervenções. Apenas esse programa estava estimado em mais de R$ 350 milhões.
No início deste ano chegou a notícia que alguns desses projetos foram finalmente aprovados e incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC 2. O Governo Federal aprovou créditos na ordem de R$ 194,4, como foi amplamente noticiado.
O projeto de lei 005/2013
Neste caso, o governo requer a permissão dos vereadores para a contratação de R$ 47.489.653,01 destinados a diversos fundos dos servidores: o Fundo de Previdência dos Servidores do Município de Contagem - PREVICON, Fundo Municipal de Saúde e na FAMUC e Fundação de Assistência Médica e de Urgência de Contagem.
Basicamente, trata-se das pensões e aposentadorias dos servidores.
Em 2009, na gestão Marília Campos, foi criado o chamado fundo previdenciário de capitalização para novos servidores que fossem efetivados a partir desta data. A maioria desses novos servidores deve ser aposentar em algumas décadas. Até lá, cada um deles e também a Prefeitura deverão alimentar a “poupança” representada pelas contribuições ao fundo e que há de assegurar uma aposentadoria digna a esses servidores.
Levantamento realizado pelo economista José Prata de Araújo indica que, ao final de 2012, já haviam 2.521 servidores contribuindo para este fundo contra apenas dois aposentados e pensionistas (O legado de Marília Campos em Contagem).
Por outro lado, há o problema com aqueles que ingressaram no serviço público antes de 2009.
José Prata calcula que, ao final de 2008, eram 10.743 servidores ativos que contribuíam para um fundo especificamente destinado a eles (chamado “fundo financeiro”), contra 1.954 aposentados e pensionistas. No final de 2012, o número de contribuintes havia recuado para 8.116 enquanto o de aposentados e pensionistas passou para 2.876.
À medida que mais e mais servidores efetivados até 2009 forem se aposentando e, portanto, deixando de contribuir, maiores serão as necessidades de caixa do fundo financeiro. Em determinado momento no futuro, quando o último deles se aposentar, as contribuições serão apenas as patronais – ou seja, as do Tesouro Municipal.
Na publicação O legado de Marília Campos em Contagem, José Prata estima que “neste e nos próximos anos, a participação do Tesouro no custeio das aposentarias e pensões deve aumentar, em termos reais, de 40 a 80 milhões por ano”.
Este também era um problema previsto. A legislação municipal previa a alteração das alíquotas no custeio do fundo, pelo lado do Tesouro, para 1,91% a partir do ano que vem e, a partir disso, iria aumentando gradativamente a cada ano, sempre com um olho no desempenho das receitas.
De forma um tanto atropelada como reclamou a bancada petista, a Prefeitura encaminhou aos vereadores proposição votada em abril e que determinou a fixação da alíquota de uma só vez 9,49%, implicando em um impacto abrupto de mais R$ 387 mil mensais em recursos da Prefeitura no regime previdenciário municipal. Isso equivale, em valores anualizados, a mais ou menos o pedido de empréstimo.
A capacidade de endividamento da Prefeitura
A Prefeitura de Contagem tem uma boa capacidade de endividamento. Em termos legais pode comprometer até 120% da receita corrente líquida. Segundo José Prata, isso significa que, atualmente, a Prefeitura pode dever até R$ 1,230 bilhão. Feitas as deduções necessárias e considerada a dividia consolidada líquida, a atual gestão pode legalmente contrair empréstimos de até R$ 890 milhões. O que estão pedindo cabe, portanto, no limite.
Resta saber, todavia, se cabe no bolso. Possuir a margem legal para obter crédito é uma coisa. Possuir os recursos em caixa para amortizar parcelas, juros e correções é outra.
São essas explicações que a Prefeitura deve.
Leia mais sobre a divida fundada da Prefeitura e o Previcon. Artigo O que está bom é obra do Carlin e o que está ruim é culpa da Marília? Assim não dá!, no Blog do José Prata.
Acesse o Projeto de Lei 010/2013.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

CNI propõe metas para aumentar competitividade até 2022

Proposta é dobrar os investimentos nos próximos dez anos
A CNI – Confederação Nacional das Indústrias, divulgou ontem, terça-feira (21) seu Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. O mapa apresenta a opinião consolidada de 500 representantes do setor que, nos últimos nove meses, dedicaram-se ao debate de ações, iniciativas e estratégias para aumentar aumentar a produtividade da indústria brasileira e torná-la mais competitiva dentro de parâmetros internacionais.
No geral, as opiniões emitidas no documento estão em sintonia com os esforços que o governo federal tem feito para aumentar a competitividade do país e manter o ciclo virtuoso que temos experimentado nos últimos anos. Os alvos da CNI são, principalmente, a melhoria da qualidade da educação tecnológica, a redução da carga tributária, pesados investimentos em infraestrutura e a construção de um ambiente jurídico mais estável e que dê segurança aos investidores.
As metas e objetivos da CNI estão elencadas no mapa em dez fatores-chaves e que terão impacto direto na competitividade da indústria além de garantirem ganhos de produtividade. São eles: ambiente macroeconômico, eficiência do estado, segurança jurídica e burocracia, desenvolvimento de mercados, relações de trabalho, financiamento, infraestrutura, tributação, educação e inovação e competitividade.
Cumpridos os objetivos, a industria brasileira saltaria do patamar de crescimento médio anual na faixa dos 2,3% dos últimos 20 anos, para uma média de 4,5% anuais entre 2011 e 2022.
Abaixo, vídeo produzido pela CNI sobre o Mapa.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Os Pombos 53

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ONU define rascunho dos 10 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Contagem foi sede da Consulta Nacional Pós 2015 da ONU
Metas para o mundo pós 2015 devem ser aprovadas em setembro
A Organização das Nações Unidas – ONU divulgou o documento que servirá de texto base para a definição dos dez Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no mundo pós 2015.
Já tratei deste assunto em posts anteriores. Em 2015 encerra-se o prazo para serem atingidos os oito Objetivos do Desenvolvimento do Milênio - ODM, estabelecidos pela ONU em 2000 e endossados por 198 Estados membros.
A definição das metas pós 2015 era esperada como resultado da conferência Rio+20 realizada ano passado, fato que não ocorreu devido a sabida ausência de consensos substantivos entre os delegados participantes.
No inicio deste ano, a ONU promoveu um inédito processo de consulta popular que, até o momento segundo a organização, envolveu cerca de meio milhão de pessoas tanto em situações presenciais (as conferências nacionais) quanto a participação dos interessados pela internet.
No caso das situações presenciais, é bom lembrar que Contagem sediou a Conferência de Consulta Nacional “O Mundo que Nós Queremos”, realizada em 16 de março deste ano, conforme noticiado pelo site da Prefeitura. Essa conferência foi dedicada á construção da nova agenda.
No caso das consultas via as mídias digitais, o processo continua aberto.
Na primeira fase das consultas, a ONU submeteu aos participantes uma pauta com 16 grandes temas, extraídos do balanço de realizações conquistados com os ODMs. Após o processo de consulta, essa pauta foi reduzida aos dez temas relacionados no texto base e que publico abaixo.
As sugestões de mudanças serão analisadas pela Assembleia Geral da ONU, em setembro deste ano.
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentáveis sugeridos pela ONU:
1 – Fim da pobreza extrema e da fome – Erradicar a pobreza e dar poder aos cidadãos para que sejam produtivos; reduzir a desigualdade, aumentar a renda e a nutrição de pessoas mais pobres; reduzir a pressão ambiental que, em parte, é impulsionada pela pobreza;
2 – Alcançar o desenvolvimento global – Auxiliar todos os países no desenvolvimento econômico; oferecer oportunidades de crescimento e investimento às nações pobres e fortalecer a inclusão social; promover a sustentabilidade ambiental, aliada ao “direito de se desenvolver” dos países;
3 – Garantir um aprendizado eficaz às crianças e jovens – Criar oportunidades de trabalho e subsistência a pessoas de todas as idades; elevar o ensino sobre o desenvolvimento sustentável, para criar uma geração de líderes inovadores e que pensem nas causas ambientais;
4 – Alcançar a igualdade de gêneros, inclusão social e direitos humanos – Mobilizar e dar poder a todos os membros da sociedade para que ocorra o desenvolvimento econômico; incluir as populações que vivem em florestas e que, devido à exclusão delas na sociedade, acabam causando danos ambientais;
5 – Alcançar o bem-estar e garantir a saúde em todas as idades – São pré-requisitos para alcançar a erradicação da pobreza e o desenvolvimento econômico; são temas centrais para promover a igualdade social e de gêneros; são garantidos por meio de ações políticas que combatem a poluição do ar, da água e agentes resultantes do desenvolvimento sustentável;
6 – Melhorar os sistemas agrícolas e aumentar a prosperidade rural – Elevar o uso de técnicas agrícolas para reduzir a pobreza e o combate à fome, além de promover o crescimento econômico; melhorar a vida dos pequenos agricultores; reduzir a pressão de sistemas agrícolas em ecossistemas, reduzir as emissões de gases-estufa e as altas taxas dos ciclos de nitrogênio e fósforo provenientes da agricultura;
7 – Capacitar as cidades, tornando-as inclusivas, produtivas e resistentes – Acelerar o uso de tecnologias nas cidades, produzindo empregos e reduzindo a pobreza; aumentar a inclusão social nas áreas urbanas com a redução de moradores de favelas e criação de empregos decentes; equipar as cidades para manter o ar e a água limpos, usar de forma eficiente o solo, e aumentar a prevenção contra desastres naturais;
8 – Controlar a mudança climática e garantir energia limpa a todos – Aumentar investimentos a curto prazo e procurar oportunidades de “crescimento econômico verde” – incluindo a implantação de matrizes energéticas renováveis; evitar danos às populações que ainda vivem na pobreza;
9 – Serviços ambientais, biodiversidade e gerenciamento dos recursos naturais – Valorar serviços ambientais, aliando a proteção do meio ambiente e a manutenção do crescimento econômico; evitar o colapso ambiental, que pode afetar a vida dos mais pobres;
10 – Transformar a governança para o desenvolvimento sustentável – Adequar o poder público e a iniciativa privada ao desenvolvimento sustentável; adequar o desenvolvimento financeiro para erradicar a pobreza extrema; transformar políticas públicas para beneficiar o clima e a questão ambiental.
Acesse o site Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (como sempre, totalmente em inglês).
Acesse matéria no portal da Prefeitura sobre a Conferência de Consulta Nacional “O Mundo que Nós Queremos”.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Déficit habitacional cai no Brasil sem beneficiar famílias de renda mais baixa

Ilustração "O Morro", do projeto Favela Painting
Em Contagem, déficit é de 19.777 moradias. Em Minas são necessárias 519.493 novas moradias
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea divulgou no último dia 17, Nota Técnica tratando do déficit habitacional brasileiro para o período 2007/2011.
As notícias são boas – ainda que nem tanto e mostram o grande desafio que ainda temos nessa frente da batalha pela melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro.
Em números grandes, o balanço é positivo. Segundo a nota, a deficiência de 5,6 milhões de habitações registrada em 2007, caiu para 5,4 milhões, em 2011. Essa redução pode parecer tímida. Mas, no mesmo período, o número de domicílios no país cresceu de 55.918.038 para 61.470.054 residências, enquanto a população residente passou de 183. 987.291 para 192.376.496 habitantes.
Esses valores deixam claro que o déficit recuou. Era de 10% em 2007 e chegou a 8,8% em 2011 – cerca de 12% em termos relativos.
Para chegar a essa conclusão, o IPEA leva em consideração quatro quesitos: situações de domicílios considerados precários; a coabitação, ou seja, casos de várias famílias que moram temporariamente na mesma residência; os casos nos quais as famílias que comprometem mais de 30% da renda no pagamento de aluguel e, finalmente, casas onde mais de três pessoas dividem o mesmo quarto (adensamento).
A combinação desses componentes mostra que a parcela mais significativa do déficit permanece urbana, nas grandes capitais e no Sudeste, especialmente, com 81% do total.
O fator decisivo para explicar essa realidade é o ônus excessivo do aluguel – e, obviamente, o custo elevado dos imóveis.
De acordo com os pesquisadores, o comprometimento de uma parcela maior da renda para o pagamento de aluguel passou a ser a causa mais importante no levantamento sobre a deficiência habitacional do país, atingindo 3,5% dos domicílios pesquisados, ou seja, mais de 2,1 milhões de famílias gastam mais de 30% de sua renda com aluguel.
Por isso mesmo, o avanço geral conquistado no período não beneficiou as famílias com renda de até três salários mínimos, que concentravam 70,7% do total em 2007 e 70,6% em 2011.
Na zona rural, bem como nas regiões Norte e Nordeste o fator que mais influencia a formação do déficit habitacional é a precariedade dos domicílios. No caso da zona rural brasileira, apesar da situação ter melhorado, a precariedade das residências é responsável por 75% do déficit total.
Minas e Contagem
Em Minas Gerais, a coabitação e o ônus excessivo com aluguel são as principais razões para o déficit habitacional de 519.493 moradias, ou 8,5% – relativamente em linha com o quadro nacional em termos percentuais.
Desse total, 237.506 moradias abrigam famílias que vivem em regime de coabitação e 198.933 são residências alugadas por valor que consome mais de 30% da renda familiar dos moradores.
Já Contagem, a situação é um pouco pior.
O levantamento do IPEA acusa um déficit habitacional igual a 10,55%, ou seja, de 19.777 moradias. A principal razão para este déficit é a coabitação temporária de famílias na mesma residência – indicando a falta de condições para pagar aluguel ou adquirir um imóvel próprio. Foram registrados 10.617 domicílios nesta situação. Além disso, em pelo menos 7.805 casos, os locadores comprometem mais de 30% da renda no pagamento de aluguel, além dos casos de famílias que vivem em ambientes improvisados, rústicos ou precários de modo geral.
Na apuração município a município, infelizmente, não há a pormenorização por faixa de renda. É bom lembrar, entretanto, que a cidade possui 23.011 famílias atendidas pelo programa Bolsa Famílias e pelo menos 52.664 cadastradas no Cadastro Único, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS.
A dificuldade para que as famílias com este perfil consigam alcançar o sonho da casa própria pode ser observada em Contagem pelo fraco desempenho do Programa Minha Casa, Minha Vida para a faixa de renda de 0 a 3 mínimos, apesar de todos os esforços da administração Marília Campos.
Baixe a lista completa do déficit habitacional dos municípios brasileiros com todas as componentes e subcomponentes, população e número de domicílios.

sábado, 18 de maio de 2013

Os Pombos 51

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O governo facilita normas para estrangeiros trabalharem no Brasil

Apenas no primeiro trimestre, mais de 15 mil  imigrantes receberam vistos
As novas regras foram publicadas na edição de sexta-feira (17) no Diário Oficial da União. O Governo Federal simplificou o processo de documentação exigido tanto às empresas contratantes quanto aos trabalhadores estrangeiros, além de normatizar a concessão de visto a estudantes de mestrado e doutorado em período de férias, para atividades temporárias (até 90 dias), sem prorrogação.
Apenas nos primeiros três meses desse ano,
15.064 vistos foram concedidos
Entre as novidades da Resolução Normativa número 103 do Conselho Nacional de Imigração, a partir de agora, a documentação dos trabalhadores pode ser enviada via internet, respeitadas as regras de segurança e autenticidade digital; o trabalhador pode aceitar remuneração inferior à que recebia no país de origem e a quantidade de documentos exigidos foi reduzida de dez para seis.
No caso dos estudantes de mestrado e doutorado, a resolução flexibiliza o vinculo a estágio ou intercâmbio.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho, nos primeiros três meses desse ano, foram concedidas 15.064 autorizações a estrangeiros – 689 permanentes e 14.366 mil temporárias. Em 2012, foram mais de 73 mil.
A maioria dos estrangeiros que vieram trabalhar no país é do homem. Eles somaram 13.659, contra 1.405 mulheres. Portugueses e espanhóis foram os que mais receberam visto de trabalho. OS vistos são para investidores, administradores, diretores, gerentes e executivos com poderes de gestão e similares, para trabalho a bordo de embarcação ou plataforma estrangeira e trabalhadores em assistência técnica, cooperação técnica e transferência de tecnologia, entre outros.
O governo federal trabalha com a meta de atrair cerca de 6 milhões de trabalhadores estrangeiros. A medida visa enfrentar a falta de mão de obra qualificada no país, conforme repercuti em post recente.
Acesse a Resolução Normativa número 103, de 16 de maio de 2013 do Conselho Nacional de Imigração, no Diário Oficial da União.

Português é 5º língua mais usada na web

Mais de 82,5 milhões de pessoas (3,9% do total)
utilizam a língua portuguesa para se comunicar
e navegar pela web.
Imagem: Wikipedia/Jeff Ogden
Avanço é resultado direto das políticas de redução da desigualdade no Brasil
Não há o que se discutir quanto à importância e necessidade de ampliar o acesso das pessoas à internet e demais meios informação e comunicação. Trata-se um imperativo desse século e condição para o desenvolvimento das pessoas e dos países.
Por isso mesmo, fiquei feliz ao saber que  língua portuguesa já é o quinto idioma mais falado na internet. Essa informação foi dada em maio pela União Internacional de Telecomunicações - UIT, com dados válidos para 2011.
Segundo a UIT, o português superou o árabe, francês e o alemão entre as línguas com o maior número de usuários navegando pela web, ficando atrás do inglês, do chinês, do espanhol e do japonês.
Essa notícia é muito relevante e diz muito sobre o que anda acontecendo no Brasil nos últimos anos.
Entre as populações mundiais que falam o português, o Brasil é disparadamente a maior, com aproximadamente 78,6% do total. Portanto, o crescimento da presença de nosso idioma na internet deriva diretamente da expansão rede no Brasil nos últimos dez anos.
Segundo a UIT, o crescimento no período entre 2000 e 2011 foi 990,1%, o quarto maior entre as dez línguas mais utilizadas na web.
Já de acordo com o levantamento Acesso à Internet e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,
no último dia 16, quase metade da população brasileira com 10 anos ou mais de idade (46,5%) acessava a internet em 2011. Esse índice representa mais do que o dobro do percentual registrado em 2005, quando aproximadamente 21% da população haviam acessado a internet nos últimos três meses por computador ou notebook.
O avanço verificado pelo IBGE ocorreu em todas as regiões, mas com destaque para o Norte e o Nordeste que, ainda assim, continuam ostentando os menores índices de acesso do país.
Em 2005 aproximadamente 12% das populações nortista e nordestina haviam acessado a internet nos últimos três meses. No levantamento atual, esse percentual saltou para 35,4% no Norte e 34% no Nordeste. O acesso triplicou, enquanto nas demais regiões o índice, em média, "apenas" duplicou.
O atraso nesses regiões, entretanto, pode ser visto pelo percentual dos conectado: 54,2% no Sudeste, 53,1% no Centro-Oeste e 50,1% no sul.
Os estados com os menores percentuais de internautas em 2011 eram o Maranhão (24,1%), o Piauí (24,2%) e o Pará (30,7%). OS mais conectados são o Distrito Federal (DF), com  71,1%, São Paulo, com 59,5%, e o Rio de Janeiro, com 54,5%.
Esses números mostram que acontece com o acesso à internet no Brasil o mesmo que ocorre com o acesso aos demais serviços.
Tem havido uma forte redução da desigualdade que, todavia, persevera dado os descasos existentes no passado e o forte déficit que herdamos.
A redução das desigualdades pode ser vista, também, no que se refere ao acesso das mulheres. Desde 2005, o acesso à internet por mulheres vem aumentando em ritmo mais acelerado que o acesso por homens, chegando em 2011 a uma diferença residual: 46,9% de internautas do sexo masculino contra 46,1% de internautas do sexo feminino. O Ibope, também em pesquisa recente, mostrou que no Brasil praticamente metade das mães já estão conectadas à internet.
A pesquisa do IBGE mostra, na mesma linha de raciocínio, que os percentuais de internautas aumentaram em todas as classes de renda. Mas, aumentou especialmente nas de rendimento mais baixo.
No grupo sem rendimento e com até ¼ de salário mínimo, o percentual de pessoas que acessaram a internet cresceu de 3,8% em 2005 para 21,4% em 2011.
No grupo de mais de ¼ até metade do salário mínimo, ele foi de 7,8% para 30%;
No grupo de ½ a um salário, de 15,8% para 39,5%.
Observou-se, também, que, em todos os anos pesquisados, o percentual de internautas foi maior na classe de rendimento de três a cinco salários mínimos, ultrapassando, inclusive, a classe de cinco ou mais salários mínimos.
São as políticas atuais de redução da pobreza, aumento da qualidade do emprego, a melhoria do poder de compra, aumento da escolaridade e outros fatores que têm propiciado a ampliação do acesso a bens e serviços criando, efetivamente, uma democracia e um mercado de massas. Nesse processo, a assim chamada nova “classe C” tem servido como verdadeira alavanca para nossa economia.
Confira a notícia Português é 5º língua mais usada na web, no site do Estadão.
Acesse a pesquisa Acesso à Internet e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal 2011, do IBGE.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Grandes empresários preferem Aécio, mas acham que Dilma leva

Pesquisa revela angústia e confusão das elites oposicionistas
Essa turma não sabe o que fazer.
A um ano e cinco meses do primeiro turno da eleição presidencial, a confusão parece instalada entre os grandes empresários brasileiros. De um lado, estão seus desejos. De outro, a opinião da maioria da população, a falta de vigor da oposição e o sucesso dos programas governamentais que beneficiaram as empresas e, de resto, todo o país, nas três últimas gestões do Partido dos Trabalhadores.
Foi o que entendi do resultado de uma pesquisa realizada pelo Fórum da Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH, com presidentes de 97 das 200 maiores empresas privadas do Brasil e repercutida pelo jornal Valor Econômico de hoje, dia 17.
Que essa elite prefere qualquer partido, menos o PT, todos sabemos. Que qualquer desculpa servirá para que não apoiem a reeleição de Dilma, sabemos também.
Não surpreende, portanto, que a maioria dos executivos que comandam as grandes companhias no país preferiram Aécio Neves (PSDB) ou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Assim, naturalmente, a insatisfação do empresariado com o atual cenário macroeconômico é o mote para repercutir as candidaturas de ambos e enfraquecer a preferência por Dilma.
O problema é que, em primeiro lugar, segundo a matéria, os empresários têm dificuldade para captar um discurso de Aécio para 2014. “Não vi nada ainda que possa sensibilizar o eleitorado, a não ser críticas ao governo”, disse um desses executivos ao jornal. Outro acrescentou: “Acho que ele ainda está sem discurso de candidato”. Pesa também contra o senador a imagem de boêmio, frequentador de endereços e rodas elegantes. “Não vejo essa vida muito condizente com a de um presidente", disse outro entrevistado.
Essas considerações abrem a possibilidade de Eduardo Campos crescer em preferência entre os grandes empresários. O que fará a diferença, conforme um banqueiro não identificado de Pernambuco, é a vontade de ser presidente. “Eduardo quer muito e o querer é fundamental; é um diferencial que ele tem”, diz.
Ou seja, é o campo deles dividido.
O segundo problema é que, apesar de não gostarem, os empresários não deixam de reconhecer os resultados positivos de programas governamentais, incentivos fiscais e outras medidas que têm beneficiado – e muito – suas empresas nos últimos 10 anos, além de melhorar os empregos, a renda e o bem estar da população.
Um exemplo, é a carga tributária. Pesquisa semelhante feita pela ABRH realizada em agosto do ano passado apontava um total de 71% dos entrevistados angustiados com os custos com impostos - um dos três maiores entraves para acelerar a competitividade. Na sondagem realizada agora, apenas 26% das respostas indicaram essa questão como uma das maiores preocupações.
Finalmente, e por consequência, a maioria acredita que, gostem ou não, Dilma fatura a eleição.
Essa opinião é compartilhada por 68% dos entrevistados. Na pesquisa anterior da ABRH, mais de 60% dos empresários também apontaram Dilma como a provável eleita no pleito de 2014.
Bom notar que o fórum da ABRH, realizado anualmente em São Paulo, é exclusivo para presidentes de empresas. Para 71% deles, hoje o que mais preocupa são os problemas de infraestrutura (estradas, portos e logística. Na pesquisa anterior, esse percentual era de 70%. Neste ponto, tenho acordo. Este é um gargalo a ser enfrentado inclusive com o forte apoio dos donos do capital.
Fonte: Valor Econômico

Acesse a matéria completa no jornal Valor Econômico.
A matéria também pode ser acessada (em caso de bloqueio para não assinantes) no clipping diário do Ministério do Planejamento.

Motoristas podem consultar situação de rodovias na internet

Serviço informa localização, por exemplo, de pontos de combustível e controladores de velocidade
Os motoristas que desejarem pegar a estrada têm à disposição um instrumento que pode facilitar bastante a viagem.
Uma nova ferramenta, disponibilizada no site da Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, permite que os viajantes consultem o mapa da estrada, com a localização de postos de combustível, praças de pedágio, postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF), bases operacionais, postos de pesagem (quando existentes na rodovia), controladores de velocidade, postos de Serviços de Atendimento ao Usuário, entre outras informações.
Segundo a informação, o serviço abrange todas as rodovias federais concedidas. São 15 em todo o país e alcançam 11.191 quilômetros de estradas.
Mais uma boa iniciativa que usa as tecnologias de informação para facilitar a vida das pessoas.
Para acessar o serviço, basta entrar no site da ANTT e, na aba Infraestrutura, clique em Concessões Rodoviárias.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

PNUMA mostra as oportunidades da economia verde para países em desenvolvimento

Produção de fontes renováveis de energia representa vantagem competitiva
Não há dúvida que o mundo caminha para adoção de formas de produção baseadas em energias limpas. O “ecologicamente correto” está se espalhando por todos os setores. O que está em questão é o prazo para que isso ocorra – e ele será longo, além do custo da migração de uma economia baseada em carbono para outra, amparada em fontes renováveis. Isso explica a falta de consensos nos fóruns internacionais sobre o tema, o descumprimento de metas e as resistências a se abandonar as matrizes energéticas tradicionais.
O fato é que a chamada economia verde representa uma parcela ainda muito pequena do mercado global de bens e serviços. Mesmo com o consistente crescimento anual das transações, estima-se que até 2020 os serviços “ecologicamente corretos” vão movimentar cerca de 2,2 bilhões de dólares anuais. É um volume apenas três maior que o atual.
As dificuldades para o crescimento da economia verde apareceram com destaque durante os preparativos para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Foram frequentes as queixas de vários países, especialmente entre os chamados ”emergentes”, quanto às dificuldades que enfrentam devido aos altos custos e complexos regimes regulatórios internacionais.
Esses países, entretanto, são os que melhores condições possuem para fazer a migração. Eles contam com abundantes recursos renováveis, o parque industrial instalado é relativamente pequeno e têm feito por onde ocupar espaço. Do total de investimentos realizados em 2010 em fontes renováveis de energia, mais da metade foi feito pelos países em desenvolvimento.
O informe Green Economy and Trade Trends, Challenges and Opportunities (Comércio e economia verde; tendências, desafios e oportunidades) recém divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente -  PNUMA, trata justamente desse movimento. O informe é uma tentativa de resposta aos apelos da Rio+20.
Além de mostrar como esses países (entre eles o Brasil) estão bem posicionados para alavancar uma nova configuração econômica mundial, apresenta um diagnóstico do crescimento da economia verde em seis setores chave (pesca, agricultura, silvicultura, indústria, energias renováveis e turismo) e uma série de recomendações para que a comunidade internacional facilite a vida dos emergentes.
A iniciativa é boa. Mas, na prática, melhor não esperar que o primeiro mundo dê ouvidos ao PNUMA.
Acesse o informe (em inglês, como sempre...) Green Economy and Trade Trends, Challenges and Opportunities.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Um mundo distorcido

Aplicativo refaz mada do mundo e revê peso dos países
O Banco Mundial promoveu ano passado uma seleção de aplicativos para monitorar as mudanças climáticas no mundo e suas causas. O vencedor foi o excelente Ecofacts, desenvolvido pelo argentino made by Andrés Quijano, e que apresenta informações .
Mas dois programadores britânicos (Duncan Clark e Robin Houston) desenvolveram um programa bem mais divertido. O aplicativo distorce o mapa mundo padrão em conformidade com diferentes indicadores ambientais e econômicos.
O resultado são incríveis e reveladoras imagens das disparidades mundiais quanto as emissões, recursos e pobreza, tudo combinado.
Muito além das tradicionais tabelas e gráficos, os borrões criados pelo aplicativo de Clark e Houston mostram os diferentes pesos dos países e populações quando se compara a emissão de CO2 na atmosfera , a vulnerabilidade das pessoas menos equipadas para lidar com os choques climáticos, o poder de consumo ou as diferenças na distribuição da riqueza entre os países.
Veja algumas imagens abaixo.
Os dados utilizados são os fornecidos pelo Banco Mundial.
Eu teria votado nos britânicos.
Acesse aqui o site do aplicativo de Duncan Clark e Robin Houston, The Carbon Map.
Acesse o Ecofacts.
Mapa Mundo padrão

Mapa Mundo conforme o poder de consumo

Mapa Mundo conforme a pobreza

Mapa Mundo conforme os recursos
Mapa Mundo conforme a população

Mapa Mundo conforme as fontes de emissões de poluentes

Mundo chegará a 2014 com 2,4 bilhões de pessoas sem saneamento

Relatório OMS/UNICEF diz que meta número 7 não será cumprida
O Mundo entrará em 2015, prazo final para o cumprimento da meta de número 7 dos Objetivos do Milênio, com 2,4 bilhões de pessoas vivendo sem saneamento básico.  Esse número equivale a um terço da população mundial.
A constatação faz parte do documento “Progresso sobre Saneamento e Água Potável 2013 – Atualizado”,  divulgado na segunda-feira pela Organização Mundial da Saúde - OMS e Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef.
A meta número 7 reza que até 2015 deverá ser reduzida pela metade a proporção de população sem acesso sustentável a água potável segura e a saneamento básico. No caso da água, ano passado, tanto a OMS quanto a Unicef anunciaram que o objetivo foi alcançado já em 2010 - 5 anos antes do previsto. Desde 1990, cerca de 2 bilhões de pessoas passaram a ter acesso à água tratada.
No caso do saneamento básico, entretanto,  no ritmo atual, a meta não será alcançada.
Eis algumas das principais conclusões do relatório:
Desde 1990, cerca de 1,9 bilhões de pessoas passaram a ter acesso a melhores instalações sanitárias. * Esse serviço chega hoje a dois terços (64%) da população mundial;
* Aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas ainda carecem de atendimento adequado. Entre elas, 761 milhões usam instalações sanitárias públicas ou compartilhadas e 693 milhões usam instalações que não cumprem as normas mínimas de higiene;
* Em 2011, um bilhão de pessoas ainda defecavam ao ar livre. As áreas rurais concentram 90% dessas ocorrências;
* Em 2011, o fornecimento de água tratada alcançou 89% da população mundial, Isso significa que 768 milhões de pessoas ainda vivem sem esse serviço. Dessas, 185 milhões usam águas superficiais para as suas necessidades diárias;
* Os moradores urbanos compõem três quartos das pessoas com acesso ao fornecimento de água canalizada. As comunidades rurais representam 83% da população mundial sem acesso a fontes melhoradas de água potável e 71% das pessoas que vivem sem saneamento básico.
A situação do Brasil
Segundo o relatório, desde 1995, nosso país garantiu acesso ao saneamento a 23% da sua população. Dados do Instituto Trata Brasil mostram um quadro melhor, ainda que não menos dramático. De acordo com o Trata Brasil 50,6% da população urbana brasileira é atendida pela rede de esgoto e 13 milhões de habitantes não têm acesso a banheiro.
Contagem
Comparada com a realidade apontada no relatório, a situação de Contagem é relativamente tranquila. Entre os 182.432 domicílios existentes na cidade (Censo 2010) 163.413 contavam, em 2011, com água encanada e 151.831com a coleta de esgotos.
Baixe o relatório Progresso sobre Saneamento e Água Potável 2013 – Atualizado (em inglês).

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A questão da vinda dos médicos cubanos para o Brasil

Governo Federal quer 6 mil médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
Tenho insistido neste blog quanto à luta do país para melhorar a qualidade dos profissionais formados em nossas escolas. Esta é uma das exigências a serem atendidas para que o Brasil consiga sustentar seu crescimento econômico e social.
As soluções para essa demanda são de longo prazo.
Implicam na construção de uma pedagogia desde a educação básica que aposte na formação integral da pessoa; na melhoria da qualidade do ensino superior; em investimentos na competitividade da indústria e em Ciência e Tecnologia; na ampliação da experiência vivida pelos profissionais; em planos de carreira consistentes para as categorias profissionais dedicadas ao serviço público, e outras.
Os dados disponíveis mostram que temos avançado em todos esses terrenos. Muitas ações, entretanto, são recentes. É o caso, entre outras, da educação infantil ou da aposta no ensino médio profissionalizante. Vão levar tempo para maturar.
Por outro lado, as ações em curso no país demandam esses profissionais desde já e, principalmente, interior a fora. O caso dos médico é especialmente gritante.
A pesquisa “Demografia Médica no Brasil”, sobre a qual postei em 19 de fevereiro e realizada pelo próprio Conselho Federal de Medicina - CFM, revela a forte tendência de o médico fixar moradia na cidade onde fez graduação ou residência. As cidades que abrigam escolas médicas também são aquelas que concentram o maior número de serviços de saúde, públicos ou privados. Junta-se a fome com a vontade de comer. Em boa medida, isso explica a alta concentração de médicos na grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Não é de agora que o Governo Federal tem buscado soluções para o problema. Entre elas, atrair médicos da Espanha e de Portugal onde muitos estão desempregados por causa da crise; fortalecer o Programa de Valorização do Profissional na Atenção Básica (Provab); mudar os critérios e procedimentos para abertura de cursos de medicina no país direcionando-os para as regiões onde a presença desses profissionais é escassa, entre outras medidas.
A iniciativa mais recente foi anunciar a contratação de cerca de 6 mil médicos cubanos para atender em regiões carentes. A medida foi anunciada na última segunda-feira (06) em um encontro entre o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, e seu colega cubano, Bruno Eduardo Rodríguez Parrilla.
A reação do CFM foi virulenta. Em nota, classificou a medida como “eleitoreira, irresponsável e desrespeitosa”. Discordo. Vale a pena ler sobre este assunto carta do médico Pedro Saraiva, enviada ao Blog de Luis Nassif, com informações esclarecedoras e amplamente favorável à proposta do governo.
Acesse a nota do Conselho Federal deMedicina.

Bolsa Família dez anos depois

Em Contagem, cerca de 7.000 famílias
estariam no programa desde o começo
Cerca de 1,69 milhão de famílias já deixaram espontaneamente o Programa
Uma das principais objeções dos críticos ao Programa Bolsa Família é que ele estimularia os beneficiados a não procurar emprego e melhores condições de vida. Os tucanos, por exemplo, vivem cobrando a chamada “porta de saída” do programa.
A questão não deixa de ser legítima, embora menor quando confrontada com os objetivos do Bolsa Família. Não é pedagógico que famílias capazes de gerar o próprio sustento vivam às expensas do Estado. Dai o esforço que vem sendo realizado pelo Governo Federal para promover a geração de empregos e renda. Por outro lado, o programa tem objetivos claros: resgatar a dignidade das pessoas complementando a renda familiar com um mínimo que assegure a sobrevivência e promover a saúde e a escolarização das crianças.
Dados recentes fornecidos pelo ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS,  mostram, entretanto, que essa crítica é infundada. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.
Em primeiro lugar, nos dez anos de existência do programa, 1,69 milhão de famílias deixaram espontaneamente de receber o benefício, declarando que sua renda já ultrapassava o limite de R$ 140 por pessoa.
Estas famílias representam 12% de um total de 13,8 milhões de famílias atendidas. Os dados abrangem todo o período de existência do Bolsa Família, entre outubro de 2003 e fevereiro de 2013, e foram obtidos durante a atualização cadastral, feita a cada dois anos pelas prefeituras.
Em segundo lugar, 483 mil beneficiários foram excluídos do programa, flagrados com renda superior à permitida.
Finalmente, das quase 14 milhões de famílias hoje atendidas pelo Bolsa Família, apenas 522 mil recebem o benefício desde outubro de 2003 – quando eram 1,15 milhões de famílias atendidas.
No caso de Contagem, dados do MDS válidos para abril deste ano, indicam a existência de 23.011 famílias beneficiadas. Destas, cerca de 7.000 são atendidas deste a criação do programa, conforme o levantamento produzido pelo O Globo.
Para Minas Gerais, o MDS informa 1.155.338 famílias beneficiadas, das quais 42.848 permanecem desde a implantação do programa.
Ainda faltam ao Governo Federal instrumentos eficientes para compreender as razões para as saídas espontâneas do programa. O aumento da renda pode acontecer seja pela melhoria de seus ganhos do mercado de trabalho (formal ou informal) ou pela diminuição do número de integrantes da família, o que fez crescer a renda per capita.
Equipes do jornal O Globo visitaram famílias atendidas pelo programa e constaram tanto as óbvias dificuldades existentes na fiscalização e monitoramento do programa quanto o mais importante: a melhoria da qualidade de vida dos beneficiados, especialmente quando se compara as gerações da mesma família.
Fonte: O Globo

Acesse o site Relatórios de Informações Sociais do MDS para obter informações sobre o Programa Bolsa Família por estados e municípios.
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