sexta-feira, 10 de maio de 2013

A questão da vinda dos médicos cubanos para o Brasil

Governo Federal quer 6 mil médicos cubanos para atender moradores de áreas carentes
Tenho insistido neste blog quanto à luta do país para melhorar a qualidade dos profissionais formados em nossas escolas. Esta é uma das exigências a serem atendidas para que o Brasil consiga sustentar seu crescimento econômico e social.
As soluções para essa demanda são de longo prazo.
Implicam na construção de uma pedagogia desde a educação básica que aposte na formação integral da pessoa; na melhoria da qualidade do ensino superior; em investimentos na competitividade da indústria e em Ciência e Tecnologia; na ampliação da experiência vivida pelos profissionais; em planos de carreira consistentes para as categorias profissionais dedicadas ao serviço público, e outras.
Os dados disponíveis mostram que temos avançado em todos esses terrenos. Muitas ações, entretanto, são recentes. É o caso, entre outras, da educação infantil ou da aposta no ensino médio profissionalizante. Vão levar tempo para maturar.
Por outro lado, as ações em curso no país demandam esses profissionais desde já e, principalmente, interior a fora. O caso dos médico é especialmente gritante.
A pesquisa “Demografia Médica no Brasil”, sobre a qual postei em 19 de fevereiro e realizada pelo próprio Conselho Federal de Medicina - CFM, revela a forte tendência de o médico fixar moradia na cidade onde fez graduação ou residência. As cidades que abrigam escolas médicas também são aquelas que concentram o maior número de serviços de saúde, públicos ou privados. Junta-se a fome com a vontade de comer. Em boa medida, isso explica a alta concentração de médicos na grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Não é de agora que o Governo Federal tem buscado soluções para o problema. Entre elas, atrair médicos da Espanha e de Portugal onde muitos estão desempregados por causa da crise; fortalecer o Programa de Valorização do Profissional na Atenção Básica (Provab); mudar os critérios e procedimentos para abertura de cursos de medicina no país direcionando-os para as regiões onde a presença desses profissionais é escassa, entre outras medidas.
A iniciativa mais recente foi anunciar a contratação de cerca de 6 mil médicos cubanos para atender em regiões carentes. A medida foi anunciada na última segunda-feira (06) em um encontro entre o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, e seu colega cubano, Bruno Eduardo Rodríguez Parrilla.
A reação do CFM foi virulenta. Em nota, classificou a medida como “eleitoreira, irresponsável e desrespeitosa”. Discordo. Vale a pena ler sobre este assunto carta do médico Pedro Saraiva, enviada ao Blog de Luis Nassif, com informações esclarecedoras e amplamente favorável à proposta do governo.
Acesse a nota do Conselho Federal deMedicina.