sexta-feira, 17 de maio de 2013

Grandes empresários preferem Aécio, mas acham que Dilma leva

Pesquisa revela angústia e confusão das elites oposicionistas
Essa turma não sabe o que fazer.
A um ano e cinco meses do primeiro turno da eleição presidencial, a confusão parece instalada entre os grandes empresários brasileiros. De um lado, estão seus desejos. De outro, a opinião da maioria da população, a falta de vigor da oposição e o sucesso dos programas governamentais que beneficiaram as empresas e, de resto, todo o país, nas três últimas gestões do Partido dos Trabalhadores.
Foi o que entendi do resultado de uma pesquisa realizada pelo Fórum da Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH, com presidentes de 97 das 200 maiores empresas privadas do Brasil e repercutida pelo jornal Valor Econômico de hoje, dia 17.
Que essa elite prefere qualquer partido, menos o PT, todos sabemos. Que qualquer desculpa servirá para que não apoiem a reeleição de Dilma, sabemos também.
Não surpreende, portanto, que a maioria dos executivos que comandam as grandes companhias no país preferiram Aécio Neves (PSDB) ou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Assim, naturalmente, a insatisfação do empresariado com o atual cenário macroeconômico é o mote para repercutir as candidaturas de ambos e enfraquecer a preferência por Dilma.
O problema é que, em primeiro lugar, segundo a matéria, os empresários têm dificuldade para captar um discurso de Aécio para 2014. “Não vi nada ainda que possa sensibilizar o eleitorado, a não ser críticas ao governo”, disse um desses executivos ao jornal. Outro acrescentou: “Acho que ele ainda está sem discurso de candidato”. Pesa também contra o senador a imagem de boêmio, frequentador de endereços e rodas elegantes. “Não vejo essa vida muito condizente com a de um presidente", disse outro entrevistado.
Essas considerações abrem a possibilidade de Eduardo Campos crescer em preferência entre os grandes empresários. O que fará a diferença, conforme um banqueiro não identificado de Pernambuco, é a vontade de ser presidente. “Eduardo quer muito e o querer é fundamental; é um diferencial que ele tem”, diz.
Ou seja, é o campo deles dividido.
O segundo problema é que, apesar de não gostarem, os empresários não deixam de reconhecer os resultados positivos de programas governamentais, incentivos fiscais e outras medidas que têm beneficiado – e muito – suas empresas nos últimos 10 anos, além de melhorar os empregos, a renda e o bem estar da população.
Um exemplo, é a carga tributária. Pesquisa semelhante feita pela ABRH realizada em agosto do ano passado apontava um total de 71% dos entrevistados angustiados com os custos com impostos - um dos três maiores entraves para acelerar a competitividade. Na sondagem realizada agora, apenas 26% das respostas indicaram essa questão como uma das maiores preocupações.
Finalmente, e por consequência, a maioria acredita que, gostem ou não, Dilma fatura a eleição.
Essa opinião é compartilhada por 68% dos entrevistados. Na pesquisa anterior da ABRH, mais de 60% dos empresários também apontaram Dilma como a provável eleita no pleito de 2014.
Bom notar que o fórum da ABRH, realizado anualmente em São Paulo, é exclusivo para presidentes de empresas. Para 71% deles, hoje o que mais preocupa são os problemas de infraestrutura (estradas, portos e logística. Na pesquisa anterior, esse percentual era de 70%. Neste ponto, tenho acordo. Este é um gargalo a ser enfrentado inclusive com o forte apoio dos donos do capital.
Fonte: Valor Econômico

Acesse a matéria completa no jornal Valor Econômico.
A matéria também pode ser acessada (em caso de bloqueio para não assinantes) no clipping diário do Ministério do Planejamento.