Homicídios nas regiões metropolitanas
O Observatório das Metrópoles lança o livro “Homicídios nas regiões metropolitanas” com o propósito de compreender a dimensão metropolitana da criminalidade e o modo como ela vem impactando a vida urbana brasileira – no plano econômico, político, socioespacial e da sociabilidade.
Um fato destacado no livro é o incremento da violência nas regiões metropolitanas situadas nos estados do norte, nordeste e centro-oeste, cujo processo de metropolização é relativamente recente.
Esse fato contrasta com as regiões que experimentaram um processo de metropolização precoce, já na década de 1970, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. Nestes casos, há um quadro de maior estabilidade nas taxas de homicídios, ainda que a violência persista e que existam grandes variações no período estudado.
O que ocorre, na opinião dos autores, é que as cidades que vivem por processos recentes de desenvolvimento e integração passam a absorver os problemas urbanos próprios das capitais, na medida em que recebem grandes contingentes de migrantes e ainda não dispõem de uma estrutura urbana – bem como das medidas de segurança – adequadas.
Haveria, portanto, um movimento nacional de descentralização da violência a partir dos maiores centros urbanos para as suas franjas imediatas, dentro das próprias regiões metropolitanas.
Eu comungo dessa opinião.
O país viveu na última década um ciclo virtuoso de crescimento e inclusão que está em descompasso com a infraestrutura prévia existente (equipamentos públicos, serviços, condições de mobilidade, forças de segurança, etc.). Esse processo, desigual e combinado como dizem alguns teóricos, gera tensões decorrentes do próprio modo de vida metropolitano que favorecem a ação violenta, em especial nas áreas periféricas.
Estamos vivendo algo semelhante em Contagem. As taxas de violência na cidade vinham declinando nos últimos anos. Voltaram a crescer a partir de 2010, conforme os dados da Secretária de Estado de Defesa Social – Seds e, em boa medida, esse fenômeno está relacionado às novas necessidades geradas pela retomada do desenvolvimento da cidade.
O livro “Homicídios nas regiões metropolitanas”, infelizmente, não possui versão para baixar. Precisa ser comprado (Editora Letra Capital). A produção é resultado de três anos de trabalho de um grupo de pesquisa participante do Observatório das Metrópoles que integra o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia INCT/CNPq/ Faperj.
Acesse matéria sobre a publicação no site do Observatório das Metrópoles.
Para adquirir o livro "Homicídios nas regiões metropolitanas", acesse o site da Singular.