quinta-feira, 18 de julho de 2013

Eco das ruas?

Juventude ganha novo canal de participação junto ao Governo Federal
O Governo Federal lançou ontem, quarta-feira (17), uma plataforma virtual para ampliar os canais de diálogo com a juventude. De acordo com o governo, a plataforma busca a participação dos jovens que não fazem parte de conselhos e organizações sociais e não têm oportunidade de chegar até as conferências regionais e nacionais de juventude.
A plataforma foi chamada de Participatório ou  Observatório Participativo da Juventude.
O anúncio de lançamento do  Participatório havia sido feito logo após a reunião que a presidenta Dilma Rousseff manteve com representantes de movimentos de juventude após as manifestações que tomaram as ruas do país.
Para fazer parte basta se cadastrar entrar no site do programa. A ideia é que todos os assuntos que interessem a juventude possam ser discutidos e que o debate para a criação ou aperfeiçoamento de política pública ou leis.

Acesse o  Participatório.

Os Pombos 59

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Parlamentar brasileiro tem um dos melhores salários do mundo

Essa turma tem um dos
melhores salários do mundo
Foto: Ailton de Freitas/O Globo
Apuração foi feita pelo parlamento britânico
Os deputados parlamentares britânicos estão brigando por um reajuste salarial de 11,5%. O órgão interno, que controla os gastos do parlamento, pesquisou a quantas anda os salários de parlamentares no mundo e concluiu que se a proposta for aprovada, o congressista britânico passará a ganhar US$ 117 mil. E vai continuar com uma das menores remunerações entre 29 países pesquisados. Os números foram divulgados pela revista The Economist.
No ranking, os britânicos recebem apenas o 15º maior salário. Na relação entre os salários dos parlamentares e a renda per capita de seu país, ficam com a 21º posição. Entre os chamados países do primeiro mundo, ganham apenas da França e da Espanha, que ficam mais ao final da fila.
Não é o que acontece com os parlamentares brasileiros.
Pelos números apurados,os brasileiros ocupam a quinta colocação, agraciados com US$ 157,6 mil por ano, mais do que em países como Canadá (US$ 154 mil), Japão (US$ 149,7 mil), Noruega (U$S 138 mil), Alemanha (U$ 119,5 mil), Israel (US$ 114,8 mil), Reino Unido (US$ 105,4 mil), Suécia (US$ 99,3 mil), França (US$ 85,9 mil) e Espanha (US$ 43,9 mil).
Na comparação salários sobre renda per capta, a remuneração anual dos parlamentares brasileiros é 13 vezes o Produto Interno Bruto per capita, ficando em sexta posição na lista.
Os únicos países onde um parlamentar recebe mais do no Brasil são Austrália (US$ 201,2 mil), Nigéria (US$ 189,5 mil), Itália (US$ 182,0 mil) e Estados Unidos (US$ 174 mil).
A listagem, entretanto, leva em conta apenas o salário do parlamentar. No Brasil, porém, um deputado federal, além do salário de R$ 26.723,13 por mês, tem direito a plano de saúde, auxílio-moradia, cota parlamentar, passagens aéreas e carro oficial.
Abaixo, vídeo explica a remuneração de deputados no Brasil.

Fontes: The Economist, O Globo e Congresso em Foco.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Um mundo mais religioso e mais conservador

Em 2020 número de religiosos pode chegar a 90% da população
O mundo está ficando mais religioso, mais cristão e mais muçulmano. Em 1970, o número de pessoas que se declaravam religiosas representava 82% da população mundial. Em 2013, esse percentual chegou a 88% e deve alcançar 90% em 2020. A apuração foi feita pelo Center for the Study of Global Christianity de South Hamilton (Massachussetts, EUA, considerado o mais autorizado centro de estatística religiosa do mundo.
Em relatório recentemente divulgado com o título “Christianity in its Global Context, 1970–2020: Society, Religion, and Mission” (Cristandade em seu contexto global, 1970-2010: sociedade, religião e missão) são apresentadas diversas estatísticas atualizadas este ano e com projeções até 2020.
Entre os fatores identificados para o aumento da religiosidade no mundo, estão os de ordem demográfica. Segundo o relatório, de cada 10 crianças que nascem no mundo, nove são de famílias declaradamente religiosas, e seis delas em contexto cristão ou muçulmano. Além disso, as famílias mais conservadoras tendem a ter mais filhos.
Isso parece indicar, em futuro próximo, um avanço problema para a sobrevivência das formas liberais ou progressistas de pensamento religioso.
Outro dado significativo é deslocamento da religiosidade para fora da Europa. Em 1970, apenas 41,3% dos cristãos viviam no hemisfério sul do mundo (Ásia, África e América Latina). A estimativa é que, em 2020, eles sejam em 64,7%. Na Ásia e na África, o cristianismo vem crescendo, na média, o dobro do crescimento da população em geral.
Cristão e muçulmanos são os crentes que mais crescem. Juntas, as religiões cristãs e muçulmanas representavam 48% da população mundial em 1970. Em 2020, serão 57,2%. De cada 3 pessoas, 1 será cristã, e quase 1 de 4 será muçulmana.
Os dados apontam também que a Europa tem se tornado menos religiosa, menos cristã e menos católica e que na América Latina cresce, ainda que de forma discreta, o número de pessoas que não frequentam nenhuma igreja.
Os EUA continuam sendo o primeiro país do mundo em número de pessoas que se declaram cristãs, ainda que esta situação tenha diminuído de 90,9% em 1970, a 80,1% atualmente, e se prevê que diminua para 78,1% em 2020. Até lá os EUA serão o único país "ocidental" entre os primeiros 10 em número de cristãos, uma lista que em 1970 incluía a Itália e a Espanha e que agora, depois dos EUA, conta com Brasil, China, México, Rússia, Filipinas, Nigéria, Congo, Índia e Etiópia.
Entre os cristãos, até 2020, cerca de 700 milhões de pessoas, ou seja, mais de 25%, serão pentecostais e carismáticos, incluindo os carismáticos católicos.
Infelizmente o estudo está disponível apenas em inglês.
Acesse o documento Christianity in its Global Context, 1970–2020: Society, Religion, and Mission.

Programas religiosos dominam TV aberta no Brasil

Programas voltados para educação correspondem a apenas 3,5% da grade
Os programas religiosos ocupam, em média, 13,55% da programação das emissoras de TV aberta no Brasil. Entre eles, a maioria é vinculada às igrejas evangélicas neopentecostais, tais como a Igreja Mundial do Poder de Deus, Igreja Internacional da Graça e Igreja Universal do Reino de Deus, entre outras.
Essa informação consta do Informe de Acompanhamento de Mercado de TV Aberta - 2012, divulgados pelo Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual – OCA, órgão ligado à Agência Nacional do Cinema –  ANCINE.
Para a produção do Informe, foi monitorada a grade de programação de 10 emissoras (Bandeirantes, CNT, Globo, MTV Brasil, Record, RedeTV!, SBT, TV Brasil, TV Cultura e TV Gazeta), todas cabeças de rede cuja programação chega a vários estados do país. O resultado é um estudo detalhado que apura, inclusive, a origem da programação (se nacional ou estrangeira). Do total de  longas-metragens exibidos em 2012, por exemplo, 291 foram de programação brasileira (13,8%). As redes que dedicaram mais espaço aos filmes nacionais foram TV Cultura, a TV Brasil e Rede Globo.
Para mapear os tipos de programas e a participação de cada um na grade, o Observatório definiu cinco grandes categorias (Entretenimento, Informação, Educação, Publicidade e Outros), cada uma delas desmembrada em diversos gêneros. Os programas religiosos formam um gênero da categoria Outros. É o gênero que mais ocupa espaço na programação de todos os canais. As três emissoras com maior tempo dedicado a programas religiosos são a Rede TV!, com 38,08%; CNT, 36,67%; e Record, com 23,33%.
Na apuração por categorias,59% do tempo de programação total da TV Aberta é ocupado programas de Entretenimento. Em seguida, e bem distante, estão os programas de Informação (15,06%).  A categoria Publicidade aparece em terceiro lugar, com 8,6%, mais que o dobro  do espaço destinado à Educação, com apenas 3,5% do tempo total da programação anunciada.
Acesse o Informe de Acompanhamento de Mercado de TV Aberta – 2012.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Para ser copiado

Site interativo para cidadãos opinarem
Propostas dos cidadãos marcadas em verdes.
As soluções em vermelho.
A Prefeitura de São Paulo lançou o site Gestão Urbana SP.
Trata-se de uma ferramenta de mapeamento coletivo onde qualquer cidadão pode apontar problemas na cidade. O morador também pode fazer sugestões de soluções.
Um mapa marca em vermelho os problemas apontados e em verde as sugestões de soluções.
Todas as contribuições passam por um filtro antes de serem publicadas, a fim de evitar que o mapa se desvirtue. O sistema servirá como base de dados para o Plano Diretor Estratégico da prefeitura.
O mapa do Gestão Urbana SP pode ser navegado livremente, e dá para limitar os os pontos exibidos usando um recurso de filtros, na parte inferior da tela.
É ponto para o prefeito Fernando Haddad.
Conheça o Gestão Urbana SP.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Para quem gosta de ler

Atílio Boron, Boaventura dos Santos, Francis Fukuyama, Manuel Castells, Marilena Chaui e Muniz Sodré
Da profusão de artigos e entrevistas sobre os recentes protestos, selecionei seis, com diferentes pontos de vista – do esquerdismo de Boron ao neo-conservadorismo de Fukuyama. Divirtam-se.
Atilio Boron
Este artigo ilustra o pensamento mais à esquerda do espectro político. Atilio A. Boron faz a crítica aos governos do PT, defende a radicalização do protagonismo popular um um novo sistema de alianças mais coerente com a luta anticapitalista, segundo ele. Boron, um dos mais respeitados intelectuais latino-americanos da atualidade, foi agraciado em 2009 pela Unesco com o Premio Internacional José Martí por sua contribuição para a unidade e integração dos países da América Latina e Caribe. O artigo foi publicado no síte do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a tradução é do próprio PCB. 
O preço do progresso e os dois Brasis
Boaventura dos Santos
O governo Dilma permitiu a desaceleração e mesmo estancamento de processos profundos de transformação da realidade brasileira iniciados com Lula. Com isso, voltaram a ganhar força, sob as novas roupagens, novas e velhas formas de corrupção, bem como a agenda conservadora.
Para entender os protestos – que foram enorme surpresa internacional – deve-se examinar as agendas interrompidas no governo Dilma – e a que se impôs. Boaventura de Sousa Santos é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, um dos maiores nomes da sociologia mundial, com uma trajetória marcada pela pesquisa de novas formas de participação e emancipação política e social. 
Do Brasil àTurquia, uma revolução da classe média 
Francis Fukuyama
O recente crescimento econômico do Brasil produziu uma classe média empreendedora, emanada do setor privado e que tanto pode servir de base para uma nova coalizão por reformas quando pode dissipar suas energias. Nada garante que o Brasil vai seguir um caminho reformista na esteira dos protestos. Vai depender muito da liderança. Francis Fukuyama é um cientista político norte-americano e membro sênior do Center on Democracy, Development and the Rule of Law at Stanford University. Conhecido pelos livros O Fim da História e o Último Homem, é um dos expoentes do pensamento neo-conservador atual.  
O povo não vai se cansar de protestar
Manuel Castells
Em entrevista só jornal O Globo, o sociólogo catalão Manuel Castells afirma que ausência de líderes é uma das qualidades dos protestos e que movimento no Brasil vai influenciar países vizinhos. Castells é um dos maiores nomes da sociologia mundial, especialmente conhecido por suas pesquisas sobre as novas tecnologias de informação e seus impactos sobre a economia, a cultura e a organização social. 
As manifestações de junho de 2013 na cidade de São Paulo 
Marilena Chaui
A maioria dos manifestantes aderiu à mensagem ideológica difundida anos a fio pelos meios de comunicação de que os partidos são corruptos por essência. Neste sentido, aderem à perspectiva da classe média conservadora. As saídas passam por promover uma prática inovadora capaz de criar instituições públicas que impeçam a corrupção, garantam a participação, a representação e o controle dos interesses públicos e dos direitos pelos cidadãos. Marilena Chaui é professora de filosofia e historiadora de filosofia brasileira. Além de extensa produção acadêmica, foi Secretária Municipal de Cultura de São Paulo, de 1989 a 1992, durante a administração de Luiza Erundina. (1988-1992), e filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Muniz Sodré
Ainda não temos um guia para a perplexidade sobre políticos, jornalistas e alguns acadêmicos a propósito das manifestações de rua. As análises oscilam entre uma difusa indignação com o estado de coisas e a atração pela pura e simples ausência de finalidade. Muniz Sodré é jornalista, sociólogo, e um dos mais prestigiados pesquisadores do Brasil e da América Latina na área de comunicação.

terça-feira, 2 de julho de 2013

O que significa dobrar a bancada evangélica?

Feliciano, o boquirroto que sabe onde o galo canta
Foto:  André Coelho/O Globo
Evangélicos são 15% da Câmara e 22,2% da população
Uma coisa tenho que admitir.
Alguns líderes evangélicos sabem fazer barulho. Falo, entre outros, do deputado Marco Feliciano, o esdruxulo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados - CDH.
Feliciano saiu pisando duro e falando alto da sessão de hoje à noite que enterrou o Projeto de Decreto Legislativo - PDC 234/11, mais conhecido como de “cura gay”.
Segundo ele, o PDC foi retirado e não “arquivado”. Promete voltar ao assunto na próxima legislatura – e com força redobrada.
“Nos aguarde (sic) em 2015! Viremos com força dobrada”, escreveu no Twitter o pentecostal, pastor da Catedral do Avivamento, igreja filiada à Assembleia de Deus.
Há poucos dias, Feliciano ameaçou Dilma com a mesma lorota. Em entrevista à imprensa e também ao microfone do plenário, o deputado ameaçou "tomar providências" caso houvesse interferência do Executivo na tramitação do “cura gay”. Indagado sobre quais providências seriam essas, respondeu que “ano que vem é ano político”. Para bom entendedor, um pingo basta.
O que significa dobrar a bancada evangélica?
Essa bancada ampliou  – e muito – sua visibilidade com a assunção de desinfeliz ao controle da Comissão de Direitos Humanos (culpa do PMDB).
Na prática, os 66 deputados evangélicos atuais formam uma representação relativamente adequada da população que se declarou evangélica no Censo 2010 –   15% da Câmara e 22,2% da população, respectivamente.
Por outro lado, levantamento realizado pelo jornalão Folha de S. Paulo, em matéria publicada em 26 de maio deste ano, mostra que eles estão dispersos entre 24 igrejas, com articulação quase nula em votações.
Existem evangélicos do PT (Benedita da Silva -RJ); do PMDB (Leonardo Quintão – MG), do PSDB (como o próprio João Campos, presidente da Frente Parlamentar Evangélica), e 13 outros partidos.
Além disso, eles não se entendem.
Leonardo Quintão e Anthony Garotinho (PR-RJ), ambos presbíteros, se enfrentaram por causa da Medida Provisória dos Portos. Garotinho já foi processado por danos morais por Benedita e é desafeto confesso de Eduardo Cunha (PMDB), ligado à igreja Sara Nossa Terra. Nem a bancada da Universal, a mais coesa entre os evangélicos, é totalmente unida: embora seis deputados sejam filiados ao Partido da República, um é do PRB.
Com tamanha dispersão,  possuem baixo poder de pressão nas questões mais universais e que envolvem o problema do desenvolvimento econômico e social do pais.
O grupo tem pouco em comum, fora as questões de crença e de moral. Estão juntos e embolados nas causas que representam o pensamento religioso mais conservador, tais como o direito ao aborto, a aversão aos gays, e outras. Vide as declarações de Marina Silva, da Rede, em favor de Marco Feliciano que, segundo ela, é criticado “por ser evangélico, e não por (suas) posições políticas”.
Diferem, nesse sentido, da bancada ruralista, unida em torno do problema da propriedade fundiária rural – coisa prática e objetiva: a defesa dos latifúndios, acima de tudo.
Na atual realidade brasileira, essa bancada conquistaria poucas coisas, não fosse apoio de outros parlamentares. Como no caso do acordo, articulado pelo PMDB, que levou Infeliciano à presidência da CDH.
É ai que mora o perigo. E é nisso que Feliciano e seus pares apostam suas fichas.
Vejas as matérias:
Câmara retira de pauta e arquiva projeto da ‘cura gay”;
Feliciano ameaça retaliar Dilma em ano eleitoral se houver interferência na ‘cura gay";
Atuação de evangélicos na Câmara é restrita e dispersa;
Marina diz que Feliciano é criticado 'por ser evangélico, e não por posições políticas'.

Os drones estão entre nós

Drone fez imagens aéreas dos protestos em São Paulo
A Folha de São Paulo está com um brinquedinho novo. Trata-se de um “drone” jornalístico.
Drone (zangão, em inglês) ou Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) é uma máquina voadora que dispensa tripulantes e pode ser controlada à distância. Em outros termos, um avião robô.
Este aparelho vem sendo utilizado para cobrir as manifestações na capital paulista.
O editor da TV Folha, João Wainer, no Instagram, postou foto do drone devidamente identificado com a palavra PRESS (imprensa).
É um quadricóptero modelo DJI Phantom, da DJI Innovations, criado especificamente para gravações aéreas, de acordo com o blog Gizmodo, dedicado a novidades em tecnologia.
Matéria publicada pela Folha, em 24/06, garante que o uso de drones pelo jornalismo, antes restrito a fotos ou documentários, começa a se disseminar pelas coberturas “quentes”. Se acordo com a matéria, grandes emissoras, como a CNN, a BBC e a ABC australiana, estão experimentando o uso de drones no jornalismo diário.
Não tenho nada contra uma filmadora que voa.
Este assunto, entretanto, é pra la de complicado.
O uso de drones pelo governo Obama, com fins militares, despertou a atenção mundial sobre o tema. Obama foi acusado de violar direitos civis e de permitir a morte de civis americanos com o uso dessas máquinas. Prometeu regras mais duras para limitar seu uso e aumentar a transparência da prática.
No Brasil e, parece, no resto do mundo, não existe regulação para essa matéria. Não existem normas que disponham sobre o uso civil de drones.
E seu uso tem crescido, graças à descoberta de novas funções para os aparelhos e barateamento dos custos. Segundo a própria Folha de São Paulo, hoje, por cerca de R$ 1.000, já é possível comprar um quadricóptero que voa e transmite vídeos diretamente ao celular.
Os drones podem voar por ai fazendo fotos ou vídeos de protestos para a imprensa, Mas também podem ser usados pela polícia, agências de inteligência do governo, paparazzis ou por qualquer desocupado.
É nossa privacidade posta em questão, mais uma vez.
O vídeo abaixo mostra a filmagem realizada pelo drone.
Acesse a página de João Wainer, no Instagram.
Acesse a matéria TVs e jornais pelo mundo começam ausar drones em coberturas, no site UOL.
Acesse o blog Gizmodo.

Foi dada a largada para a reforma política

Renan Calheiros e Henrique Alves recebem proposta de plebiscito
Prazo é curto e é preciso derrotar a oposição
A presidenta Dilma encaminhou hoje, terça-feira (2), mensagem aos presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, e do Senado Federal, Renan Calheiros, efetivando a sugestão de um plebiscito para a reforma política.
Entre os pontos sugeridos estão a forma de financiamento das campanhas eleitorais; a definição do sistema eleitoral; a continuidade da existência de suplência nas eleições para o Senado Federal; a manutenção da existência de coligações partidárias; e o fim ou não do voto secreto no Parlamento.
A mensagem é, claramente, uma cobrança e vai ao encontro de desejos manifestos na onda de protestos registrada desde o último dia 10 de junho.
Essas manifestações, diz o documento, “demonstram, de forma inequívoca, a força e o caráter irreversível do processo de consolidação de uma democracia participativa em nosso país. Exigem novas formas de atuação dos Poderes do Estado, em todos os níveis federativos, seja para satisfação e ampliação de direitos individuais e coletivos, seja para garantia da cidadania a todos”.
No texto, Dilma descarta a ideia de um referendo. Segundo ela, o povo tem de se pronunciar sobre “as linhas mestras que devem balizar a reforma política”, e não apenas manifestar a concordância com um modelo predefinido.
Caso a proposta seja aceita, caberá às duas casas se entenderem com o Tribunal Superior Eleitoral – TSE quanto à convocação do plebiscito e formulação das perguntas a serem submetidas à apreciação da população.
O TSE já determinou, atendendo a pedido de Dilma, que o prazo mínimo necessário para realizar o plebiscito, garantindo a boa informação da população sobre os pontos que estarão em questão, é de 70 dias.
Já o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), promete entregar um anteprojeto de reforma política, para ser apreciado pela Casa, em 90 dias. Uma vez aprovado, o texto deve ser submetido ao Senado, conforme as regras legislativas. Henrique Alves prometeu também que vai criar um grupo de trabalho para elaborar o anteprojeto ouvindo toda a sociedade, todos os movimentos que queiram participar.
A oposição persiste e é contra.
O tempo é escasso. Para valerem para as eleições do ano que vem, a reforma precisa ser aprovada ainda em outubro deste ano, de acordo como ministro do Gilmar Mendes, do STF.
Leia a mensagem na íntegra.

Prefeitos têm até 20 de julho para divulgar metas de sustentabilidade

Vargem bem que merece um
compromisso com a sustentabilidade
Contagem não aderiu, mas ainda há tempo
O portal do Programa Cidades Sustentáveis - PCS irá disponibilizar, a partir do próximo dia 20, os planos de metas e os indicadores desenvolvidos pelos prefeitos que assinaram a carta compromisso com a sustentabilidade ambiental.
Mais de 230 prefeitos do Brasil, incluindo 20 de capitais estaduais, aderiram ao programa. Infelizmente, não é o caso de Contagem. O prefeito Carlin Moura, até o momento, não aparece na lista dos signatários. Mas ainda há tempo. Caso queira, pode fazê-lo,  até o dia 30 de agosto.
O Programa Cidades Sustentáveis é uma iniciativa da Rede Nossa São Paulo, Instituto Ethos e Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis. Seu propósito é sensibilizar, mobilizar e oferecer ferramentas para as cidades brasileiras se desenvolverem de forma econômica, social e ambientalmente sustentável.
Para tanto, pretende engajar cidadãos, organizações sociais, empresas e governos. O programa é apartidário e além dos prefeitos eleitos, dezenas de organizações da sociedade civil, empresas e órgãos públicos firmaram parceria com a causa.
Acesse o site do Programa Cidades Sustentáveis.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Muita calma nessa hora

Eleitorado está sintonizado com o ciclo iniciado em 2003, diz Breno Altman
Cometerá sério erro quem enxergar, isoladamente, as pesquisas mais recentes. Não apenas pelo caráter factual (fotográfico e momentâneo), mas também por conta de outros registros disponíveis na análise acurada das enquetes.
Apesar do tsunami político dos últimos dias, a reversão nas avaliações não levou a uma maioria antagônica ao governo, ainda que haja riscos reais e imediatos. Os descolamentos atuais estão situados em um campo em disputa, no qual o governo e o PT podem encontrar audiência e recuperar terreno.
Em resumo, é esta a análise do jornalista Breno Altman, em entrevista especial ao canal 247.
Para ele, o quadro é preocupante, mas não desastroso para a esquerda brasileira.
Breno Altman é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel.
Abaixo, as considerações do jornalista.
Muita calma nessa hora
Recentes pesquisas realizadas pelo instituto Datafolha, sobre popularidade do governo federal e intenções de voto para 2014, assanham a direita e tiram o ar de setores da esquerda. Os números parecem dizer, a julgar por algumas manchetes e análises, que o país caminha para encerrar o ciclo de reformas iniciado em 2003. Mas recomenda-se cautela ao interpretar esses levantamentos, antes de bailar o carnaval ou vestir-se de luto.
O fato mais relevante é a queda de popularidade da presidente Dilma. O índice de eleitores que consideravam sua administração ótima ou boa cravou os 65% no final de março, baixou para 57% no início de junho e despencou para 30% após a escalada de protestos. O número de seus eleitores potenciais acompanhou a curva: 58%, 51% e 30%.
A má notícia para petistas e aliados é inegável, pois saltou de banda praticamente metade do apoio e eleitorado da titular do Planalto. Cometerá sério erro, no entanto, quem enxergar isoladamente esse dado estatístico. Não apenas pela natureza fotográfica e momentânea de pesquisas, mas também por conta de outros registros disponíveis nas mesmas enquetes.
O primeiro deles é que o bloco de confiança, agregando a classificação regular aos julgamentos francamente positivos, deteriorou-se em ritmo mais baixo. Situava-se em 93% no pico, manteve-se no início de junho (90%) e caiu agora para 73%. Enquanto o grupo superior perdeu 53,85% de seus adeptos em três meses, a faixa que abarca também o nível intermediário foi reduzida em 21,50%.
Ou seja, apesar do tsunami político, a reversão nas avaliações não levou a uma maioria antagônica ao governo, ainda que haja riscos reais e imediatos. Os descolamentos atuais estão situados em um campo em disputa, no qual o governo e o PT podem encontrar audiência e recuperar terreno.
Esta mesma tendência se aplica à intenção de votos em Dilma. No cenário mais provável para 2014, com quatro candidatos (a atual presidente, Marina Silva, Aécio Neves e Eduardo Campos), a petista perdeu 21 pontos em relação à última pesquisa, mas 12 desses pontos migraram para o grupo de votos indefinidos, brancos ou nulos. Os candidatos de oposição cresceram, é fato, mas absorvendo menos da metade do que Dilma perdeu.
Trata-se de ponto relevante que a chefe da Rede tenha sido a candidata mais beneficiada, crescendo de 16 para 23% - enquanto o representante tucano ganhou somente três pontos (de 14 para 17%) e o governador pernambucano praticamente patina na mesma posição (foi de 6 para 7%). Marina Silva, afinal, é desaguadouro natural e instável para eleitores desgostosos com o PT que não pretendem migrar para a direita.
Mesmo quando Joaquim Barbosa entra na parada, o quadro não muda de forma expressiva, ainda que promova relativa desidratação dos demais candidatos contra o oficialismo (Marina baixa a 19%, Aécio a 14% e Campos a 4%). A soma dos candidatos oposicionistas sobe de 47 para 53%, com o segmento de indefinidos, brancos e nulos descendo de 24 para 19%, enquanto Dilma fica praticamente na mesma, caindo de 30 para 29%.
Deve-se ressaltar que momentos de politização da sociedade alteram a lógica de alinhamento do eleitorado. Quando o cenário do país desenvolve-se sem solavancos, é comum haver certa simpatia administrativa até de quem não votou e sequer votaria no partido de plantão. Mas quando há clima de polarização, a tendência de confluência entre apoios e opção ideológica se afirma.
Os 30% de Dilma nas pesquisas representam o núcleo duro do eleitorado petista e de esquerda, contra outros tantos (simpáticos a Aécio e, em parte, a Marina ou Joaquim Barbosa) que são fiéis do conservadorismo, enquanto os setores oscilantes representam ao redor de 40% dos eleitores. Não houve, a julgar pelo Datafolha, significativo crescimento da direita, mas perda importante de gordura governista a favor da zona nebulosa na qual estão tanto votos indecisos, nulos e brancos quanto candidatos que exibem perfil alternativo aos partidos tradicionais.
O segundo tema de relevo está no desempenho do ex-presidente Lula caso fosse candidato em 2014. Alcança 45% das preferências, contra 43% de todos adversários somados (Marina faria 14%, Barbosa bateria em 13%, Aécio não ultrapassaria 12% e Campos estacionaria em 4%). Também recuam indecisos, nulos e brancos, para 13%. Apesar da queda de 10% em relação à última pesquisa, o desempenho do líder petista revela importantes reservas de força a favor da esquerda.
Esta performance também confirma que as características dos protestos no Brasil são bastante distintas de seus congêneres europeus ou árabes. A memória majoritária sobre os dez anos de governo progressista é positiva, especialmente entre os pobres da cidade e do campo, e profundamente identificada com o ex-presidente. O país viveu ciclo de melhoria paulatina da economia e das condições de vida e renda entre as camadas populares, que mantém sua lealdade ao projeto liderado pelo PT.
Os sucessos deste processo, associados a suas limitações, trouxeram novas contradições, e esse é um terceiro elemento central de análise. O desemprego é o principal problema nacional para apenas 4% dos entrevistados pelo Datafolha, por exemplo. Baixos salários sequer constam das inquietações principais. Tampouco inflação. Mas a oferta dos principais serviços públicos deixa 71% dos brasileiros insatisfeitos – 48% reclamam da saúde, 13% da educação e 10% da segurança, em respostas únicas e espontâneas.
Pode-se concluir que a ascensão sócio-econômica retirou algumas dezenas de milhões da plataforma de reivindicações para a sobrevivência e os colocou no rumo de exigências por melhor qualidade de vida, fenômeno que rebate diretamente no desempenho do poder público. Há perda paulatina na confiança de que essas demandas possam ser atendidas por um sistema político que parece contaminado por interesses corporativos e privatistas.
O aumento no preço das tarifas de transporte público e o custo das obras destinadas à Copa, potencializados pela repressão policial nos estados, aparecem como gatilhos para a conversão desta insatisfação em mobilização, que abraça temas concretos e conflui como questionamento generalizado ao arcabouço institucional construído pela transição conservadora à democracia.
O PT acumulou forças fora deste sistema, como seu crítico mais duro e contumaz, ainda que tenha sempre operado pelas regras constitucionalmente vigentes. Ao conquistar o governo, em minoria parlamentar, seus dirigentes consideraram que não havia forças para mudar essas instituições e conduziram reformas em seu âmbito. A explosão da crise de junho, nessas circunstâncias, atinge o partido e o conjunto da esquerda como integrantes de um edifício político corroído por cupins famintos, na percepção das ruas.
Por fim, um quarto componente das pesquisas convalida o tipo que crise que o país atravessa: 68% dos entrevistados apoiam o plebiscito para reforma política e 73% seriam favoráveis à convocação de uma constituinte (o que eventualmente revela recuo precipitado do governo sobre esse tema). Ao contrário do que manifestam correntes de direita, dentro e fora das legendas oposicionistas, a maioria dos eleitores aplaude uma solução política de grande amplitude para os dilemas atuais.
Esta inclinação do eleitorado talvez traga a chave de compreensão para a esquerda refazer sua estratégia e recuperar o terreno perdido. As ruas querem mais reformas e maior velocidade nas mudanças. Parte da cidadania, aquela de orientação progressista, condena o PT e seu governo por terem ficado parecidos demais, próximos demais, com os grupos econômicos e políticos que sempre combateram.
A resposta às mobilizações e aos resultados das pesquisas não parece ser uma questão técnica, de gestão, mas um rumo político. Uma nova agenda que aprofunde o processo iniciado em 2003, a começar pela radicalização da democracia. O confronto de programas, o reforço da identidade de esquerda e a defesa abnegada dos interesses populares contra a plutocracia podem ser o melhor caminho de reencontro com a base social momentaneamente perdida.
Uma visão tradicionalista, de que os 40% perambulando entre o PT e a oposição de direita constituem um "centro", a ser disputado com maior eficácia administrativa (ainda que necessária) e mais moderação tanto na política quanto na economia, tem boas chances de ser desastroso tiro no pé.
Acesse o artigo “ Muita calma nessa hora” no site 247.

“Não subestimem a capacidade da presidente Dilma”

A declaração é de Renato Meirelles, do Data Popular
Abaixo, a entrevista completa de Renato Meirelles, presidente do Instituto Data Popular, concedida ao jornalista Kennedy Alencar, apresentador do programa semanal de entrevistas “É Notícia”, na RedeTV!, no domingo, 30 de junho.
O Instituto Data Popular é especializado em pesquisas nas “classes” C, D e E e, recentemente, divulgou uma pesquisa chamada “O novo poder jovem” realizada dias antes do início dos protestos que tomaram conta do país nos últimos dias.
Renato Meirelles, que é publicitário, analisa a onda de protestos no país, o perfil dos jovens manifestantes, a queda da popularidade da presidenta Dilma Rousseff e especula (de forma sensata) sobre as possibilidades abertas pelo atual período, inclusive no que se refere às chances dos principais candidatos à eleição presidencial do ano que vem. Neste caso, apresenta argumentos importantes para a compreensão tanto da psicologia social dos jovens que foram às ruas, quanto do imaginário social das gerações mais velhas – gratas a Lula pelas conquistas que alcançaram.
No terceiro e último bloco, o publicitário faz um alerta que precisa ser levado em consideração: “Não subestimem a capacidade da presidente Dilma”.
Gostei e recomendo.

Bloco 1 Entrevista de Renato Meirelles ao “É Notícia"

Bloco 2 Entrevista de Renato Meirelles ao “É Notícia"

Bloco 3 Entrevista de Renato Meirelles ao “É Notícia"