sexta-feira, 5 de julho de 2013

Para quem gosta de ler

Atílio Boron, Boaventura dos Santos, Francis Fukuyama, Manuel Castells, Marilena Chaui e Muniz Sodré
Da profusão de artigos e entrevistas sobre os recentes protestos, selecionei seis, com diferentes pontos de vista – do esquerdismo de Boron ao neo-conservadorismo de Fukuyama. Divirtam-se.
Atilio Boron
Este artigo ilustra o pensamento mais à esquerda do espectro político. Atilio A. Boron faz a crítica aos governos do PT, defende a radicalização do protagonismo popular um um novo sistema de alianças mais coerente com a luta anticapitalista, segundo ele. Boron, um dos mais respeitados intelectuais latino-americanos da atualidade, foi agraciado em 2009 pela Unesco com o Premio Internacional José Martí por sua contribuição para a unidade e integração dos países da América Latina e Caribe. O artigo foi publicado no síte do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a tradução é do próprio PCB. 
O preço do progresso e os dois Brasis
Boaventura dos Santos
O governo Dilma permitiu a desaceleração e mesmo estancamento de processos profundos de transformação da realidade brasileira iniciados com Lula. Com isso, voltaram a ganhar força, sob as novas roupagens, novas e velhas formas de corrupção, bem como a agenda conservadora.
Para entender os protestos – que foram enorme surpresa internacional – deve-se examinar as agendas interrompidas no governo Dilma – e a que se impôs. Boaventura de Sousa Santos é Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, um dos maiores nomes da sociologia mundial, com uma trajetória marcada pela pesquisa de novas formas de participação e emancipação política e social. 
Do Brasil àTurquia, uma revolução da classe média 
Francis Fukuyama
O recente crescimento econômico do Brasil produziu uma classe média empreendedora, emanada do setor privado e que tanto pode servir de base para uma nova coalizão por reformas quando pode dissipar suas energias. Nada garante que o Brasil vai seguir um caminho reformista na esteira dos protestos. Vai depender muito da liderança. Francis Fukuyama é um cientista político norte-americano e membro sênior do Center on Democracy, Development and the Rule of Law at Stanford University. Conhecido pelos livros O Fim da História e o Último Homem, é um dos expoentes do pensamento neo-conservador atual.  
O povo não vai se cansar de protestar
Manuel Castells
Em entrevista só jornal O Globo, o sociólogo catalão Manuel Castells afirma que ausência de líderes é uma das qualidades dos protestos e que movimento no Brasil vai influenciar países vizinhos. Castells é um dos maiores nomes da sociologia mundial, especialmente conhecido por suas pesquisas sobre as novas tecnologias de informação e seus impactos sobre a economia, a cultura e a organização social. 
As manifestações de junho de 2013 na cidade de São Paulo 
Marilena Chaui
A maioria dos manifestantes aderiu à mensagem ideológica difundida anos a fio pelos meios de comunicação de que os partidos são corruptos por essência. Neste sentido, aderem à perspectiva da classe média conservadora. As saídas passam por promover uma prática inovadora capaz de criar instituições públicas que impeçam a corrupção, garantam a participação, a representação e o controle dos interesses públicos e dos direitos pelos cidadãos. Marilena Chaui é professora de filosofia e historiadora de filosofia brasileira. Além de extensa produção acadêmica, foi Secretária Municipal de Cultura de São Paulo, de 1989 a 1992, durante a administração de Luiza Erundina. (1988-1992), e filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT).
Muniz Sodré
Ainda não temos um guia para a perplexidade sobre políticos, jornalistas e alguns acadêmicos a propósito das manifestações de rua. As análises oscilam entre uma difusa indignação com o estado de coisas e a atração pela pura e simples ausência de finalidade. Muniz Sodré é jornalista, sociólogo, e um dos mais prestigiados pesquisadores do Brasil e da América Latina na área de comunicação.