sábado, 2 de novembro de 2013

O Estado da educação na América Latina em 2013

Mais jovens e menos escolarizados estão pagando o custo da crise
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou seu balanço anual sobre o estado da educação na América Latina. As notícias são relativamente boas no que se refere ao acesso às vagas escolares. Os números mostram que cresceu o acesso de crianças às escolas infantis, o número de jovens matriculados em 15 a 19 anos de idade e o número de adultos com formação universitária.
As más notícias ficam por conta da relação entre os anos de escolaridade das pessoas e a empregabilidade, principalmente nestes tempos de crise econômica no mundo.
A conclusão geral é que continua a existir, e cada vez mais forte, uma simetria entre emprego e educação. Quanto maior a escolaridade, maior a facilidade para se arrumar um trabalho e melhores são os salários.
Com a crise econômica dos últimos anos, essa relação foi agravada com franco prejuízo para os menos escolarizados e, entre esses, os mais jovens. Entre 2008 e 2011, as taxas de desemprego entre essas pessoas aumentaram vertiginosamente na maioria dos países  pesquisados e, segundo os pesquisadores, têm se mantido elevadas desde então.
Eis alguns dados:
  • Quase todas as crianças passaram a iniciar  sua educação formal antes dos cinco anos de idade. Oito em cada dez crianças de quatro anos (82%) estão inscritas em escolas de educação infantil;
  • Em 2011, 84% dos jovens entre de 15 a 19 estavam matriculados nas redes educacionais dos países vinculados à OCDE;
  • A taxa de pessoas com idade entre 20 a 29 anos frequentes à escola cresceu de 22% em 2000 para 28% em 2011;
  • Entre as pessoas com idade entre 25 e 34 anos em 2011, 39% possuía formação superior;
  • Cerca de 4,8% das pessoas com formação superior  universitária estavam desempregadas em 2011. Esse percentual era de 12,6% entre aqueles que cursaram apenas o ensino médio;
  • A crise econômica ampliou a diferença salarial entre as pessoas com menor nível de educação e aquelas com alto nível educacional. Em 2008, essa diferença estava em 75% na média. Em 2011, chegou, também em média, a 90%;
  • A taxa de desempregados entre as pessoas com diploma universitário e idade entre 25 a 34 ano era de apenas 6,8% em 2011. Mas era de apenas 4% entre as pessoas com 55 a 64 anos de idade, com a mesma formação;
  • As pessoas com idade entre 25 e 34 anos, e com educação universitária, ganham 40% a mais, em média, que um adulto com a mesma idade mas que tenha apenas o ensino médio;
  • Sem a educação de nível médio, as pessoas de 25 a 34 anos recebem cerca de 80% menos que seus colegas certificados;
  • No caso das pessoas com idade entre 55 a 64 anos sem o diploma de curso médio, os salários tendem a ser 72% menores que os recebidos pelos pessoas com essa formação.
Professores também pagam
O estudo também revela que os professores foram igualmente afetados pela crise. De acordo com os dados, entre os anos 2000 e 2011, os salários aumentaram em termos reais na maioria dos países onde os dados estão disponíveis. Entretanto, num período mais recente (entre 2009 e 2010), em alguns desses países, os salários se mantiveram congelados ou foram reduzidos em função das limitações fiscais impostas como forma de enfrentar os riscos de recessão econômica. Por consequência, inclusive entre os que ganham melhor, os salários não são competitivos com os recebidos por profissionais com idêntico nível de instrução em outras áreas.
Educação e saúde
Outro conjunto de dados interessantes está na correlação entre educação, obesidade e tabagismo. De acordo com o relatório Panorama da Educação 2013, os adultos com maior escolaridade têm menor probabilidade de serem obesos e de fumarem, que os com menos anos de escolaridade.
Acesse o relatório (em inglês) Education at a Glance 2013. OECD Indicators.