Tela "São Paulo" de Tarsila do Amaral |
Um discurso muito repetido no Brasil, atualmente, inclusive em nossas searas, diz respeito a uma suposta desindustrialização no país.
Jorge Arbache, professor de economia da Universidade de Brasília e assessor econômico do BNDES, em artigo publicado recentemente no jornalão Folha de S. Paulo (02-12-2012) pondera sobre o assunto e pede cautela.
Em primeiro lugar, diz ele, a baixa participação no PIB ou no emprego nem sempre implicam que a indústria seja marginal. Como exemplo os EUA, Arbache cita os EUA.
Em segundo lugar, desindustrialização seria a suplantação da indústria por outros setores como polos dinâmicos. O setor primário ou de serviços ainda não cumpre esse papel no Brasil, e a indústria ainda é quem mais gera impostos, impactos em outros setores e inovação, afirma o economista. Os dados sobre Contagem mostram a proeminência do setor.
Em terceiro lugar, a indústria brasileira tem passado por vários ciclos nas últimas décadas e mostrou fantástica capacidade de recuperação quando as condições melhoraram.
Em quarto lugar, as competências, infraestruturas, diversificação produtiva, capitais e instituições políticas de representação e de ensino profissional - condições para recuperar o dinamismo- ainda estão fortes e presentes.
Em quinto lugar, o horizonte aponta o surgimento de novas oportunidades para o desenvolvimento industrial, como pré-sal, PAC e Minha Casa, Minha Vida, sem falar no crescimento do mercado de consumo.
Finalmente, há que se considerar que políticas públicas voltadas para custos do capital e insumos, infraestruturas, tributos, treinamento e inovação influenciarão a competitividade da indústria.
Muito bem dito.