Um passado que não terminou de passar... Imagem: Debret |
Dados atualizados sobre racismo e violência divulgados ontem pelo Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O estudo aponta que mais de 60 mil pessoas são assassinadas todos os anos no Brasil. Dessas, duas em cada três são negras.
Entre pessoas com as mesmas condições de escolaridade e características socioeconômicas, a cor negra aumenta em 8% as chances de uma pessoa se tornar uma vítima.
A expectativa de vida de um homem brasileiro negro é menos que a metade a de um branco.
A possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que um branco.
A taxa de homicídio de negros é de 36,5 para 100 mil habitantes. No caso dos brancos, esse número cai para 15,5.
Os negros também as maiores vítimas de agressões por parte de policiais, formando aquilo que é chamado pelo Ipea de racismo institucional. Isso faz com que os negros recorram à ajuda da polícia em proporção menor que os brancos em caso de agressão. Os dados mostram que 38,2% dos brancos não procuram os policias nesses casos, porcentual que sobe para 61,8% entre os negros.
Essas informações constam de artigo “Segurança Pública e Racismo Institucional”, na 4ª edição do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi) e devem ser utilizada na elaboração de um mapa do racismo no País, a ser divulgado mês que vem. Foram obtidas a partir do cruzamento de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde.
O boletim contém ainda seis outros artigos que tratam de temas como segurança pública, pacificação de favelas e manifestações de junho.
Acesse o site do Ipea.
Acesse a 4ª edição do Boletim de Análise Político-Institucional.