Na prática, entretanto, os 10% mais ricos detêm 86% da riqueza mundialO mundo nunca foi tão rico. Essa conclusão é da Credit Suisse Research Institute, instituição ligada ao banco de mesmo nome. O instituto foi criado em 2008 para alimentar a clientela do banco com pesquisas sobre tendências sociais, econômicas, científicas, ambientais e demográficas do mercado global.
Seu novo relatório, “Credit Suisse 2013 Wealth Report”, traça um panorama bastante completo sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, e de sua distribuição entre as diversas nações e por pessoas, o chamado PIB per capta.
A boa notícia é que, apesar da crise, a riqueza mundial atingiu, em meados deste ano, US$ 241 trilhões. É um número recorde e representa crescimento de 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Essa montanha de dinheiro, se fosse dividida pela população mundial, daria uma renda média anual por pessoa de US$ 51.600 – pouco mais de 100 mil reais.
É nesse ponto que começam as más notícias. Na prática, a conta é outra. A desigualdade de acesso à renda é uma marca mundial.
Os 10% mais ricos detêm 86% da riqueza mundial. Destes, apenas 0,7% tem posse de 41% do total (US$ 98,7 trilhões de dólares).
Os países mais ricos são, de acordo com o critério do banco, aqueles onde a renda per capta está acima de 100 mil dólares. Entre eles estão na América do Norte, Europa Ocidental, Oriente Médio e alguns poucos países da Asia.
Em contrapartida, a metade da população mundial concentra menos de 1% da riqueza total.
O grupo dos países mais pobres inclui aqueles onde a renda por pessoa é inferior a cinco mil dólares anuais. É formado por todos os países da Africa Central e do sul da Ásia, incluindo a Índia, dos Brics. Destaque nesse grupo para a vizinha Bolívia.
A Credit Suisse criou duas faixas de renda intermediárias.
Uma delas, uma espécie de classe média alta, corresponde aos países onde a renda média per capta oscila entre 25 mil e 100 mil dólares. Entre eles estão alguns da União Europeia (como Portugal), um bom número de nações do Oriente Médio (Bahrein, Omã, Líbano e Arábia Saudita) e vários da América Latina (Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Uruguai).
Na outra, a “classe média baixa”, a renda per capta fica entre cinco mil e 25 mil dólares. É nesse grupo que se encontra o Brasil, ao lado da China, Rússia, Egito, Irã e a maior parte da da América Latina (Argentina, Equador, El Salvador, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela).
O mais interessante é a projeção feita pelos pesquisadores da Credit Suisse quando ao crescimento do número de milionários no mundo nos próximos cinco anos.
O Brasil aparece no alto da lista. Enquanto por aqui esse crescimento devera ser de 84% ainda este ano, nos EUA o aumento deverá ficar em 41%. Para não haver dúvidas: o conceito de milionário, no caso dessa pesquisa, deve ser entendido em dólares.
Com informações de Opera Mundi.
Acesse o site da Credit Suisse Research Institute.
Acesse o relatório completo, em inglês, Credit Suisse 2013 Wealth Report.