Acabar com a miséria extrema e
ampliar a competitividade do país são os maiores desafios para o
país
Em artigo publicado na edição de
domingo (30), da Folha de S. Paulo, a presidenta Dilma Rousseff
avalia as principais conquistas de sua gestão e dos dois governos
Lula. Para Dilma, os dez anos da chegada do Partido dos Trabalhadores
ao governo federal marcam a incorporação de uma nova agenda para o
país. Segundo ela, o grande desafio para os próximos anos é acabar
com a miséria extrema e, ao mesmo tempo, ampliar a competitividade
do país.
Leia abaixo a íntegra do artigo de
Dilma publicado na Folha.
Dez anos de avanços
Os dez anos de governos liderados pelo
Partido dos Trabalhadores marcam a incorporação de uma nova agenda
para o Brasil.
O combate à desigualdade social passou
a ser uma política de Estado, e não mais uma ação emergencial. Os
governos do presidente Lula e o meu priorizaram a educação, a saúde
e a habitação para todos, a retomada dos investimentos públicos em
infraestrutura e a competitividade da economia.
Na última década, raros são os
países que, como o Brasil, podem se orgulhar de oferecer um futuro
melhor para os seus jovens. A crise financeira, iniciada em 2007,
devastou milhões de empregos e esperanças no mundo desenvolvido.
No Brasil, ocorreu o contrário. Cerca
de 40 milhões de pessoas foram incorporadas à chamada nova classe
média, no maior movimento de ascensão social da história do país.
A miséria extrema passou a ser combatida com uma ação sistemática
de apoio às famílias mais pobres e com filhos jovens.
Através do programa Brasil Carinhoso,
somente em 2012 retiramos da pobreza extrema 16,4 milhões de
brasileiros. Entre 2003 e 2012, a renda média do brasileiro cresceu
de forma constante e a desigualdade caiu ano a ano. Nesta década,
foram criados, sem perda de direitos trabalhistas, 19,4 milhões de
novos empregos, sendo 4 milhões apenas nos últimos dois anos.
Reconhecer os avanços dos últimos dez
anos significa também reconhecer que eles foram construídos sobre
uma base sólida. Desde o fim do regime de exceção, cada presidente
enfrentou os desafios do seu tempo. Eles consolidaram o Estado
democrático de Direito, o funcionamento independente das
instituições e a estabilidade econômica.
Acredito que os futuros governos
tratarão como conquistas de toda a população nossos programas de
educação -como o Pronatec, de formação técnica, o ProUni e o
Ciência Sem Fronteiras- e de eficiência do Estado -como os
mecanismos de monitoramento de projetos do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) e a transparência na prestação de
contas da Lei de Acesso à Informação.
O Brasil que emerge dos últimos dez
anos é um país mais inclusivo e sólido economicamente. O objetivo
do meu governo é aprofundar estas conquistas.
O desafio que se impõe para os
próximos anos é, simultaneamente, acabar com a miséria extrema e
ampliar a competitividade da nossa economia. O meu governo tem
enfrentado estas duas questões. Temos um compromisso inadiável com
a redução da desigualdade social, nossa mancha histórica.
Ao longo de 2012, lançamos planos de
concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, que abrem as
condições para um novo ciclo virtuoso de investimento produtivo.
Reduzimos a carga tributária, ampliamos as desonerações na folha
de pagamento e, em 2013, iremos baratear a tarifa de energia.
São medidas fundamentais para aumentar
a competitividade das empresas brasileiras e gerar as condições de
um crescimento sustentável.
Iremos aproveitar a exploração do
pré-sal para concentrar recursos na educação, que gera
oportunidades para os cidadãos e melhora a qualificação da nossa
força de trabalho.
É a educação a base que irá nos
transformar em um país socialmente menos injusto e economicamente
mais desenvolvido. Um Brasil socialmente menos desigual,
economicamente mais competitivo e mais educado. Um país que possa
continuar se orgulhando de oferecer às novas gerações
oportunidades de vida cada vez melhores. Um país melhor para todos.
Tenho certeza que estamos no rumo
certo.