quarta-feira, 12 de junho de 2013

Chama o João Santana

Começou a guerra de pesquisas!
João Santana, marqueteiro das campanhas
presidenciais de Lula (2006) e de Dilma.
Foto: Divulgação
A 113ª Pesquisa Confederação Nacional do Transporte - CNT e do instituto MDA, divulgada ontem, terça-feira (11), contraria – em parte – a enquete divulgada no domingo, pelo Datafolha.
A pesquisa CNT/MDA aponta uma oscilação para baixo na taxas de aprovação da administração da presidenta Dilma Rousseff. Na apuração anterior, realizada em julho do ano passado, a avaliação positiva era de 56,6% e a negativa somava 7%. Agora, 54,2% dos entrevistados consideram o governo bom ou ótimo, e 9% afirmam que o governo é ruim ou péssimo.
Como a margem de erro é de 2,2 pontos, a conclusão que se impõe é que, de lá para cá, ficou tudo mais ou menos na mesma.
No mais, tanto a pesquisa do Datafolha quanto a da CNT/MDA aponta Dilma como favorita à reeleição, com intenções de voto suficientes para vencer a disputa do ano que vem já no primeiro turno.
Outro ponto em comum (e este sim, merece providências) se refere à preocupação dos brasileiros e brasileiras com a situação econômica do país.
A inflação é um dos fatores que mais pesam no crescimento do pessimismo e tende a contaminar as expectativas quanto à qualidade de vida (emprego e renda) e ao conjunto dos serviços públicos (saúde, educação, segurança pública) nos próximos meses.
Ante o ritmo lentíssimo de retomada do crescimento; o Banco Central elevando as taxas de juros; a cotação do dólar subindo e contínuas reduções nas projeções de crescimento do PIB, o cidadão põe o pé no freio das expectativas. É compreensível.
Por outro lado,existem indícios claros que o diabo não é tão feio quanto o pintam. Mantido o atual curso das coisas, teremos um segundo semestre melhor.
O problema maior, ao que tudo indica, é que as boas notícias não estão chegando ao lares brasileiros nem com a mesma força, e nem na mesma quantidade, que a barulheira infernal promovida pela mídia conservadora.
Francamente, eu já havia achado a pesquisa do Datafolha muito boa.
Mesmo sob bombardeio midiático impiedoso, sistemático e prolongado, a presidenta continua com avaliações melhores que seus antecessores na comparação dentro do mesmo período de mandato. Segundo o Datafolha, em junho de 1997, FHC somava 39% de bom e ótimo e, em junho de 2006, Lula tinha 36%.
Vale a pena ler, neste sentido, artigo publicado ontem por Jânio de Freitas, colunista da hiper conservadora Folha de São Paulo. Reproduzo um trecho:
Pode-se dizer que, nos comentários todos, a inflação é a causa da perda. Ou a principal. A pesquisa contém indício claro nesse sentido. Mas o que a mim parece também claro é que não foi propriamente a inflação sentida, foi a inflação ouvida e lida. Posta nas cabeças pela artilharia com que os meios de comunicação fazem os índices vizinhos do limite, a tal "meta" estabelecida há meses, parecerem uma explosão inflacionária.
A luta por uma inflação domada tem perdido sucessivos rounds, mas não houve até agora, nem se mostra como provável, descontrole de fato assustador. Há duas inflações: uma real, indesejável mas suportável, e outra originária de intenções políticas”.
Passa da hora de a presidenta tomar providências quanto à sua comunicação. Chama o João Santana! E rápido.
Leia o artigo Outra visão, de Jânio de Freitas.