Começou a guerra de pesquisas!
João Santana, marqueteiro das campanhas presidenciais de Lula (2006) e de Dilma. Foto: Divulgação |
A 113ª Pesquisa Confederação
Nacional do Transporte - CNT e do instituto MDA, divulgada ontem,
terça-feira (11), contraria – em parte – a enquete divulgada no
domingo, pelo Datafolha.
A pesquisa CNT/MDA aponta uma oscilação
para baixo na taxas de aprovação da administração da presidenta
Dilma Rousseff. Na apuração anterior, realizada em julho do ano
passado, a avaliação positiva era de 56,6% e a negativa somava 7%.
Agora, 54,2% dos entrevistados consideram o governo bom ou ótimo, e
9% afirmam que o governo é ruim ou péssimo.
Como a margem de erro é de 2,2 pontos,
a conclusão que se impõe é que, de lá para cá, ficou tudo mais
ou menos na mesma.
No mais, tanto a pesquisa do Datafolha
quanto a da CNT/MDA aponta Dilma como favorita à reeleição, com
intenções de voto suficientes para vencer a disputa do ano que vem
já no primeiro turno.
Outro ponto em comum (e este sim,
merece providências) se refere à preocupação dos brasileiros e
brasileiras com a situação econômica do país.
A inflação é um dos fatores que mais
pesam no crescimento do pessimismo e tende a contaminar as
expectativas quanto à qualidade de vida (emprego e renda) e ao
conjunto dos serviços públicos (saúde, educação, segurança
pública) nos próximos meses.
Ante o ritmo lentíssimo de retomada do
crescimento; o Banco Central elevando as taxas de juros; a cotação
do dólar subindo e contínuas reduções nas projeções de
crescimento do PIB, o cidadão põe o pé no freio das expectativas. É
compreensível.
Por outro lado,existem indícios claros
que o diabo não é tão feio quanto o pintam. Mantido o atual curso
das coisas, teremos um segundo semestre melhor.
O problema maior, ao que tudo indica, é
que as boas notícias não estão chegando ao lares brasileiros nem
com a mesma força, e nem na mesma quantidade, que a barulheira
infernal promovida pela mídia conservadora.
Francamente, eu já havia achado a
pesquisa do Datafolha muito boa.
Mesmo sob bombardeio midiático
impiedoso, sistemático e prolongado, a presidenta continua com
avaliações melhores que seus antecessores na comparação dentro do
mesmo período de mandato. Segundo o Datafolha, em junho de 1997,
FHC somava 39% de bom e ótimo e, em junho de 2006, Lula tinha 36%.
Vale a pena ler, neste sentido, artigo
publicado ontem por Jânio de Freitas, colunista da hiper conservadora Folha de São
Paulo. Reproduzo um trecho:
“Pode-se dizer que, nos comentários todos, a inflação é a causa da perda. Ou a principal. A pesquisa contém indício claro nesse sentido. Mas o que a mim parece também claro é que não foi propriamente a inflação sentida, foi a inflação ouvida e lida. Posta nas cabeças pela artilharia com que os meios de comunicação fazem os índices vizinhos do limite, a tal "meta" estabelecida há meses, parecerem uma explosão inflacionária.A luta por uma inflação domada tem perdido sucessivos rounds, mas não houve até agora, nem se mostra como provável, descontrole de fato assustador. Há duas inflações: uma real, indesejável mas suportável, e outra originária de intenções políticas”.
Passa da hora de a presidenta tomar
providências quanto à sua comunicação. Chama o João Santana! E
rápido.
Baixe a 113ª Pesquisa CNT/MDA.
Leia o artigo Outra visão, de Jânio
de Freitas.