segunda-feira, 10 de junho de 2013

Estadão demole gestão Aécio Neves

Aécio e Anastasia manipularam dados
sobre o “Choque de Gestão” com fins
eleitorais
Foto: Correio do Brasil
Estatísticas de segurança pública, mortalidade infantil e educação foram distorcidas para servirem à propaganda política
O conservador jornalão Estado de S. Paulo, ao que parece, não deseja mesmo que Aécio Neves seja o representante dos tucanos na disputa presidencial do ano que vem.
Só isso explica a demolidora matéria publicada hoje por esse jornal detonando com a gestão do senador quando governador de Minas e com a atual administração, comandada Antonio Anastasia.
A rivalidade entre paulistas e mineiros não tem preço.
A reportagem é assinada pelo jornalista Daniel Bramatti e, em resumo, acusa o ex-governador de distorcer números para por em movimento a “locomotiva” que lhe valeu o mandato e que alimenta sua possível candidatura à sucessão presidencial.
Nas palavras do jornalista, tudo não passa de “um monte de números desconexos que, nem de longe, espelham a realidade vivida pelos mineiros”.
A maior distorção ocorre nos dados sobre segurança pública.
Durante a gestão tucana, houve aumento de 14,1% nos homicídios em Minas, contra uma redução de 3,1% na média nacional, diz a matéria.
No caso da mortalidade infantil, a queda em Minas Gerais teria sido de 27% contra 28%  nos demais Estados brasileiros, comprovando que o fenômeno da melhora da saúde dos recém-nascidos é nacional, e não uma realização do governo mineiro. Pior: Aécio usou dados dos governos anteriores para inflar seu resultado.
No Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb ( que avalia a rede pública nos anos iniciais do ensino fundamental), e onde também se registra uma melhoria como regra geral, – o ritmo de crescimento no Brasil, foi 30,8% contra apenas 22,5% em Minas.
Para arrematar, o famoso “Choque de Gestão” está sob investigação fiscal.
Implantado em 2003, o “Choque” foi amplamente alardeado pelo governo mineiro com o apoio da famosa SMP&B, de Marcos Valério – sempre ele.
Bateram tanto bumbo que chamaram a atenção da Fazenda Pública.
Pelo apurado até agora, o difundido choque nos mineiros e mineiras foi supervisionado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial – INDG, organização que faz consultoria em todo o país celebrando convênios para diversos fins.
O INDG é mantido por contribuições de grandes grupos empresariais, em geral também financiadores de campanhas eleitorais.
Para tocar o choque, conforme o convênio assinado pelo ex-governador, seriam captadas contribuições junto à iniciativa privada.
A coordenação do chapéu ficou a cargo da Fundação Brava.
Essa Fundação Brava tem sede no paraíso fiscal de Delaware, nos EUA, é controlada pela Anheuser-Busch InBev – AB InBev, a toda poderosa dona de diversas marcas de cervejas no mundo e está ligada tanto ao Instituto Fernando Henrique Cardoso quanto ao Grupo Gerdau, via um de seus caciques.
Mas, no distraído livro “O Choque de Gestão em Minas Gerais”, editado pelo governo mineiro e pela Universidade Federal de Minas Gerais, ela sequer é mencionada.
No mínimo, faltou transparência, anui a matéria.
Para encerrar, os dados utilizados pelo Estadão são do Datasus, sistema de estatísticas do Ministério da Saúde, com números válidos para 2010.
Veja a matéria completa no site do Estadão.