quinta-feira, 27 de junho de 2013

Congresso acelera votações que atendem desejo das ruas e mercado chia

Demanda das ruas já tem custo de R$ 115 bi por ano, diz o Valor
Em menos de 24 horas, o Congresso Nacional tomou seis decisões diretamente relacionados com as demandas apresentadas pelas manifestações que tomaram as ruas e avenidas do país nos últimos dias. Uma surpreendente capacidade de trabalho, sem dúvida.
a rejeição d
* A PEC 37 foi arquivada por acachapantes 430 votos contra e apenas 9 a favor. Note-se que antes dos protestos, a tendência era a de aprovação da emenda.
* No Senado foi aprovada uma lei que considera a corrupção um crime hediondo. O projeto agora segue para a Câmara. Notar que a Câmara rejeitou em duas oportunidades um projeto similar. Dessa vez passa.
* A Comissão de Constituição e Justiça, também do Senado, aprovou um projeto para acabar com as votações secretas em processos de cassação de mandatos parlamentares. O projeto ainda deve ser aprovado pelo Plenário.
* Na Câmara dos Deputados, foi aprovado o projeto que destina 75% dos royalties do petróleo à educação e 25% para os gastos com a saúde. A intenção original, proposta pelo DEM, era deixar a repartição a critério das prefeituras e governos estaduais. A proposta aprovada é uma solução de acordo entre os líderes. A vontade de Dilma é que 100% dos royalties vá para a educação. A proposta segue agora para o Senado.
* Também na Câmara, foi aprovado projeto que desonera o transporte público rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário, zerando as alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins, importante para o barateamento das passagens. O projeto ainda deve ser apreciado pelo Senado.
* O presidente da Câmara, Henrique Alves, determinou à tarde, a abertura do processo de cassação do mandato do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), condenado ontem pela manhã no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de peculato e formação de quadrilha. A novidade, no caso, foi a rapidez com que a decisão foi tomada.
* O presidente do Senado, Renan Calheiros, prometeu ainda acelerar a tramitação de vários projetos parados na Casa e que, segundo ele, estão em sintonia com as aspirações dos manifestantes. Entre eles estão a criação do passe livre estudantil e a aprovação do Plano Nacional de Educação, que prevê 10% do PIB para o setor.
O destaque do jornal Valor Econômico, em sua edição de hoje, foi para o que isso significará em termos de custos: cerca de R$ 115 bi por ano. Elementar. A pressão do mercado financeiro é para que o governo corte gastos, eleve os juros e realize um ajuste fiscal forte e em termos ortodoxos. Por outro lado, a demanda das ruas cobra melhorias em serviços públicos, como saúde, educação e transportes – coisas que nada têm a ver com o ganho do rentismo.