terça-feira, 4 de junho de 2013

Maioria dos alunos e professores contam apenas com infraestrutura básica

Sala de aula, um ambiente que ainda
precisa tratamento adequado
Foto: Wikipédia
Escolas federais são as únicas que escapam a essa regra, informa nova pesquisa
A maior parte das escolas brasileiras (84,5%) apresenta uma estrutura física Elementar ou Básica. Isso significa que contam apenas com as redes de água, esgoto e energia elétrica; estruturas como banheiro, cozinha, sala de diretoria e equipamentos como TV, DVD, computadores e impressora.
Na outra ponta, apenas 0,6% das escolas apresenta uma infraestrutura considerada avançada, com sala de professores, biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva e parque infantil, laboratório de ciências, além de dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades especiais.
Esse levantamento consta do estudo “Uma Escala para Medir a Infraestrutura Escolar”, baseado no Censo Escolar 2011 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Trata-se de um trabalho acadêmico, mas com dados muito consistentes. O estudo foi feito com dados de 194.932 escolas em atividade, incluindo públicas e privadas, rurais e urbanas, classificadas conforme o âmbito de responsabilidade: privado, federal, estadual e municipal. Abrange o ensino regular (educação Infantil e ensinos fundamental e médio), educação especial e educação de jovens e adultos (EJA).
No caso das  escolas federais, 62,5% delas possuem, segundo o trabalho, uma infraestrutura entre Adequada (58,1%) ou Avançada, retratando o esforço real do Governo Federal de investir na melhoria da educação no país. Esforço que é retratado também por outros indicadores, menos “obreiros”.
Mas, no caso das escolas estaduais, 51,3% são consideradas no nível básico e 61,8% das escolas municipais foram classificadas na categoria Elementar – possuem somente aspectos de infraestrutura elementares para o funcionamento de uma escola, tais como água, sanitário, energia, esgoto e cozinha.
Mesmo da rede particular, sempre incensada, a pesquisa revela que 72,3% delas devem ser enquadradas nas categorias Elementar e Básica – sendo que esta última responde por 58,4% do total.
Na observação por regiões, o Nordeste comparece com a maior porcentagem de escolas com estrutura elementar (71% ) e apenas 0,3% com estrutura avançada. No caso da região Sudeste, onde estamos, apenas 0,5% das escolas são consideradas no nível Avançado e 79,7% nos níveis Elementar e Básico.
É alto, portanto, o percentual de escolas que não têm requisitos básicos de infraestrutura para funcionarem.
Seria importante que as autoridades da Educação se posicionassem sobre o assunto. A quantas anda este quadro nas escolas de Minas Gerais e, em particular, nas de Contagem?
O trabalho foi realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Brasília – UnB, e da Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC, e publicado sob a forma de artigo pela revista científica Estudos em Avaliação Educacional, da Fundação Carlos Chagas, no início deste ano (volume 24, número 54,  páginas 78 a 99).
Acesse o artigo Uma Escala para Medir a Infraestrutura Escolar na íntegra no site da  Fundação Carlos Chagas.