Duas organizações pretendem mostrar
os grupos que concentram a maior parte do poder econômico privado
Em primeiro lugar no IPA está a Telefônica, com um poder acumulado de 187,46 bilhões de reais, ou 9,69% do total. Foto: REUTERS/Susana Vera/Revista Exame |
Qual é a estrutura de poder econômico
dos grupos privados que atuam no país? Quais são os atores que
acumulam maior poder nesta estrutura, e qual a relação entre os
mesmos? Qual o grau de influência desta estrutura de poder,
invisível, sobre as decisões do Estado quanto ao rumo do
desenvolvimento e as políticas econômicas? Como o Estado se
relaciona e alimenta esta estrutura de poder e quais as
contrapartidas desta relação para o bem-estar da sociedade?
Para tentar responder a essas e outras
perguntas, e mostrar que o capitalismo brasileiro tem rosto, nome,
sobrenome e endereço, o Instituto Mais Democracia – IMD e a
Cooperativa EITA – Educação, Informação e Tecnologia para a
Autogestão se juntaram para produzir o o ranking “Proprietários
do Brasil”. O nome é de péssimo gosto.
Diferente dos rankings que trabalham
com os maiores faturamentos, o foco dessas organizações é
desvendar a rede de participações das empresas e revelar a
concentração de poder por trás de cada marca. Para ranquear as
empresas foi criado o Índice de Poder Acumulado - IPA.
Os dados dados utilizados na construção
do índice são os fornecidos pelas próprias empresas à Comissão
de Valores Mobiliários - CVM, do Governo Federal.
Apesar do nome, a iniciativa é
relevante e pode ajudar a entender um pouco mais esse universo, ainda
obscuro.
No menu Ranking do site do projeto, é
possível acessar uma lista de empresas e conhecer a rede de relações
de cada uma delas, bem como seus desdobramentos – inclusive
pessoais. Eu chequei a Cemig, para testar. O resultado aparece na
imagem abaixo. O núcleo da rede é a letra E grafada em vermelho.
Acesse o site do projeto Proprietários do Brasil.