quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Moradores de favelas do País têm renda de R$ 56 bilhões por ano, diz estudo

Infográfico: Valor
Comunidades teriam 12 milhões de pessoas, das quais 65% já pertencem à classe média
De 2002 a 2013, a parcela de moradores de favelas que pertenciam à classe baixa encolheu de 60% para 32%, enquanto a parcela incluída na classe média cresceu de 37% para 65%. A escolaridade também média também aumentou: 35% dos habitantes passaram a ter ensino médio completo, ante 13% em 2002. O número de analfabetos caiu de 51% para 33%. No total, a média de estudos passou de quatro para seis anos.
Dados com esses estão no estudo "As favelas brasileiras, um mercado de R$ 56 bilhões", divulgado ontem (20) pelo instituto Data Favela, com apoio do Data Popular e em parceria com a Central Única de Favelas (Cufa).
O levantamento foi realizado com base em entrevistas e dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (IBGE) e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).
As favelas brasileiras, segundo o estudo, teriam uma população estimada em 12 milhões de pessoas. Esse número representaria o quinto maior Estado brasileiro, na frente do Rio Grande do Sul, que segundo o IBGE tem 10 milhões de habitantes. De acordo com o instituto, o Estado mais populoso do país é São Paulo, seguido por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
Além disso, teriam uma renda próxima a R$ 56,1 bilhões de renda por ano, valor comparável ao Produto Interno Bruto - PIB, da Bolívia (cerca de R$ 57 bilhões).
O aumento de renda dessa parte da população também pode ser observado pela maior presença dos eletrodomésticos nos domicílios. De 2002 a 2013, o número de celulares passou de 26% para 89%; computadores com internet, de 1% para 31%; e máquina de lavar roupas, de 25% para 52%.
Outras informações pertinentes: 69% dessas populações utilizam dinheiro como forma de pagamento, 9% usam cartão de crédito de terceiros e 10%, cartão de crédito próprio. Além disso, cerca de 69% dos moradores de comunidades vão ao shopping toda a semana e 50% comem fora semanalmente. Nos próximos 12 meses, 49% pretendem comprar móveis; 36%, querem um novo eletrodoméstico; e 24% pretendem contratar serviços de TV por assinatura.
Para fazer a pesquisa, o Data Favela utilizou a definição de comunidade do IBGE: um aglomerado subnormal. Isso inclui por exemplo as favelas, comunidades carentes, mas não bairros mais pobres. Já para classe média, o instituto utilizou a definição da Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo federal, que define as família com renda média entre R$ 1.000 e R$ 4.000 como pertencentes a essa classe.
Infelizmente, a integra do estudo ainda não está disponível nem no site do Data Popular e nem no da Central Única de Favelas (Cufa).
Para registro, de acordo com os critérios do IBGE no Censo 2010, Contagem tem 45 aglomerados subnormais, ou favelas.
Matérias sobre o assunto, entre outros, podem ser lidas em: Valor, UOL, IG e Agência Brasil.