quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

No Brasil, menos da metade dos professores da rede pública tem o hábito de ler livros

Em Minas Gerais e em Contagem índice chegou a mais de 70%
Ilustração: Ziraldo
É isso que afirma um levantamento realizado em parceria entre a Meritt Informacão Educacional e a Fundação Lemann, organização sem fins lucrativos voltada para educação.
O levantamento usou como base as respostas dadas aos questionários socioeconômicos da Prova Brasil 2011, aplicados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e divulgados em agosto do ano passado.
O resultado é desnorteante. Dos 225.348 professores que responderam à questão, 101.933 (45%) leem sempre ou quase sempre, 46.748 (21%) o fazem eventualmente e 76.667 (34%), nunca ou quase nunca.
Os professores da rede pública em Minas Gerais não ficaram bem nesta medição. Entre os professores que responderam ao Prova Brasil 2011, apenas 2% afirmaram ler livros sempre ou quase sempre, contra 75% que responderam nunca ou quase nunca. Em Contagem a coisa não foi diferente. Apenas 2% dos professores da rede municipal declararam ler livros sempre ou quase sempre, e 71% nunca ou quase nunca.
Bom lembrar que essa medição se refere à leitura de livros. O levantamento aborda outros tipos de leitura, como humor, quadrinhos, sites na internet, revistas de divulgação científica /cultural e jornais. Nestes casos, o índice dos hábitos de leitura cresce acentuadamente, ainda bem.
Bom lembrar ainda que os dados se referem apenas aos que responderam ao Prova Brasil, ou seja, um universo de 810 questionários respondidos.
Os pesquisadores acreditam que o baixo índice de leitura de livros está relacionado ao alto custo dos livros e à falta de bibliotecas e não a uma suposta falta de interesse. Faz sentido e o alto índice de leitura de outros meios indica isso. Sobre o assunto das bibliotecas postei recentemente.
A pesquisa apurou diversos aspectos da educação, tais como proficiência dos alunos em português e matemática, desempenho das escolas, comparação entre redes municipais, perfil dos professores, dos diretores e outros.
Os dados estão disponíveis para consulta pública no QEdu: Aprendizado em Foco. Os interessados podem se cadastrar no site e passar a receber informações regulares sobre a educação no País.
Acesse matéria sobre o assunto na AgênciaBrasil.
Acesse o Qedu.