Estudantes precisam assistir a pelo menos 85% das aulas para manterem o benefício. Foto: Portal do Professor |
O Programa Bolsa Família reduz a repetência de quem o recebe. Essa é a principal conclusão de um novo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, com estudantes de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), do Governo Federal.
Entre os que recebem o auxílio, as chances de repetir de ano são cerca de 11% menores que as de alunos cadastrados mas não beneficiados pelo programa.
É bom lembrar que o CadÚnico inclui famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 339 atualmente) ou de até 3 salários mínimos no total (R$ 2.034). Já o Bolsa Família beneficia apenas a parcela dessas famílias com renda de até R$ 140 por pessoa.
A pesquisa cruzou, pela primeira vez, dados de três bases administrativas – CadÚnico, Projeto Frequência e Censo Escolar, totalizando mais de 1,2 milhão de casos analisados.
O cruzamento de dados permitiu ainda outras constatações importantes. Entre elas:
- Crianças cadastradas cujos responsáveis completaram pelo menos o ensino fundamental têm chance 32% menor de repetir;
- Os meninos do cadastro repetem 71% mais do que as meninas;
- O índice de repetência entre estudantes que possuem algum tipo de necessidade especial é aproximadamente 76% maior que o dos demais, indicando a dificuldade do sistema escolar em lidar com essas pessoas;
- Alunos já defasados têm 24% mais chances de repetir;
- Os que repetiram o ano anterior têm outros 46% adicionais em probabilidade de permanecer mais um ano estacionados na mesma série.
Baixe o documento “O impacto do Programa Bolsa Família sobre a repetência: resultados a partir do Cadastro Único, Projeto Frequência e Censo Escolar”, do Ipea.