terça-feira, 2 de abril de 2013

Partes humanas já são criadas em laboratório

Ciência avança na criação de “órgãos de reposição”
O Dr. Francisco Fernandez-Aviles
com seu projeto de coração humano
criado em laboratório
Foto: Gautam Naik/The Wall Street Journal
Venho acompanhando, com bastante interesse, as evoluções no campo da bioengenharia.
Trata-se de uma área inovadora e que carrega uma forte promessa em termos da prorrogação da vida humana, especialmente no que se refere à criação de órgão em laboratório, com fins de transplantes.
Defendo essa possibilidade por algumas razões.
Em primeiro lugar porque ela é mais eficiente que o transplante de órgãos doados ou produzidos com materiais sintéticos. As, digamos, “peças de reposição” cultivadas podem ser desenvolvidas a partir de células do próprio paciente. Isso significa a eliminação de problemas ligados à rejeição, comuns nos demais casos.
Em segundo lugar, é uma alternativa viável que responde à escassez de doadores de órgãos e à crescente demanda por transplantes.
Finalmente, com a descoberta de que as células-tronco podem ser encontradas na medula óssea e em outras partes do corpo humano, além dos fetos, as resistências – de fundo religioso, em sua maioria – ao desenvolvimento dessas pesquisas perderam a razão de ser.
Por isso, me chamou a atenção matéria publicada pelo jornal Valor Econômico dia 27 último, reproduzindo artigo do The Wall Street Journal.
A matéria registra avanços alcançados pela medicina na construção de órgãos humanos avulsos.
Essas experiências vem sendo realizadas desde a década de 1990, e com sucesso em vários casos de implante. No início, entretanto, envolviam componentes mais simples, como bexigas e traqueias. Com as conquistas da técnica, os cientistas vêm dando passos mais ousados e há uma variedade itens programados na linha de produção, desde vasos sanguíneos simples até o fígado humano, passando por narizes, orelhas e, maior das ousadias por enquanto, o coração.
Este é, justamente, o foco da matéria. O texto relata o experimento que vem sendo realizado pelo médico Francisco Fernández-Avilés, chefe do serviço de investigação do hospital madrilenho Gregorio Marañón e professor na Universidad Complutense de Madrid.
Avilés e sua equipe estão tentando criar um coração em laboratório. A expectativa é que, em 10 anos, possam começar a transplantar corações cultivados.
Na minha opinião, é uma grande notícia. Vale a pena monitorar.
Acesse a matéria do The Wall StreetJournal.
Acesse a tradução da matéria no Valor Econômico.
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