quarta-feira, 27 de março de 2013

Entrevista de Lula ao jornal Valor Econômico

Reproduzo abaixo, íntegra da entrevista que o ex-presidente Lula concedeu ao jornal Valor na edição de hoje, quarta-feira (27). NA entrevista Lula afirma que não existe eleição fácil, mas que Dilma chegará em posição confortável em 2014. Ele promete participar ativamente da campanha – e na linha de frente: “eu quero palanque”.
"Senso prático de Dilma supera ideologia"
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o Valor num hotel na zona sul de São Paulo depois do seminário "Novos Desafios da Sociedade", promovido pelo jornal. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Valor: Como está sua saúde?
Luiz Inácio Lula da Silva: Agora estou bem. Há um ano vou à fisioterapia todos os dias às 6h da manhã. Minha perna agora está 100%. Estou com 84 quilos. É 12 a menos do que já pesei mas é oito a mais do que cheguei a ter. Não tem mais câncer, mas a garganta leva um bom tempo para sarar. A fonoaudióloga diz que é como se fosse a erupção de um vulcão. Tem uma pele diferenciada na garganta que leva tempo para cicatrizar. Quando falo dá muita canseira na voz. Já tenho 67 anos. Não é mais a garganta de uma pessoa de 30 anos.
Valor: O senhor deixou de fumar e beber?
Lula: Não dá mais porque irrita a garganta.
Valor: Dois anos e três meses depois do início do governo Dilma, qual foi seu maior acerto e principal erro?
Lula: Quando deixei a Presidência, tinha vontade de dar minha contribuição para a Dilma não me metendo nas coisas dela. E acho que consegui fazer isso quando viajei 36 vezes depois de deixar o governo. Fiquei um ano imobilizado por causa do câncer. Estou voltando agora por uma coisa mais partidária. Sinceramente acho que no meu governo eu deixei muita coisa para fazer. Por isso foi importante eleger a Dilma, para ela dar continuidade e fazer coisas novas. O Brasil nunca esteve em tão boas mãos como agora. Nunca esse país teve uma pessoa que chegou na Presidência tão preparada como a Dilma. Tudo estava na cabeça dela, diferentemente de quando eu cheguei, de quando chegou Fernando Henrique Cardoso. Você conhece as coisas muito mais teóricas do que práticas. E ela conhecia por dentro. Por isso que estou muito otimista com o sucesso da Dilma e ela está sendo aquilo que eu esperava dela. Foi um grande acerto. Tinha obsessão de fazer o sucessor. Eu achava que o governante que não faz a sucessão é incompetente.
Valor: A presidente baixou os juros, desonerou a economia, reduziu tarifas de energia e apreciou o câmbio. Ainda assim não se nota entusiasmo empresarial por seu governo ou sua reeleição. A que o senhor atribui a insatisfação? Teme-se que esse governo não tenha uma política anti-inflacionária tão firme ou é pela avaliação de que o governo Dilma seja intervencionista?
Lula: Não creio que haja má vontade dos empresários com a presidente. Passamos por algumas dificuldades em 2011 e 2012 em função das políticas de contração para evitar a volta da inflação. Foi preciso diminuir um pouco o crédito e aí complicou um pouco, mas Dilma tem feito a coisa certa. Agora tem conversado mais com setores empresariais. Acho que os empresários brasileiros, e eu vivi isso oito anos assim como Fernando Henrique também viveu, precisam compreender que uma economia vai ter sempre altos e baixos. Não é todo dia que a orquestra vai estar sempre harmônica. O importante é não perder de vista o horizonte final. O Brasil está recebendo US$ 65 bilhões de investimento direto. Então não dá para se ter qualquer descrença no Brasil nesse momento. Nunca os empresários brasileiros tiveram tanto acesso a crédito com um juro tão baixo. Vamos supor que a Dilma não tivesse a mesma disposição para conversar que eu tinha. Por razões dela, sei lá. O dado concreto é que, de uns tempos para cá, a Dilma tem colocado na agenda reuniões com empresários e partidos políticos.
Valor: Os empresários acham que ela é ideológica demais...
Lula: O que é importante é que ela não perde suas convicções ideológicas, mas não perde o senso prático para governar o país. Ela não vai governar o país com ideologia. Se alguém ainda aposta no fracasso da Dilma, pode começar a quebrar a cara. Ela tem convicção do que quer. Esses dias liguei para ela e disse para tomar cuidado para não passar dos 100%. Porque há espaço para ela crescer. Vai acontecer muito mais coisa nesse país ainda. Não adianta torcer para não ter sucesso. Não há hipótese de o Brasil não dar certo.
Valor: A queixa é de que tudo que eles [os empresários] precisam têm que falar com a presidente porque os ministros não têm autonomia para decidir, ela não delega. É isso?
Lula: Se isso foi verdade, já acabou. Sinto, nos últimos meses, que a Dilma tem feito muito mais reuniões. Tem soldado muito mais o governo. A pesquisa mostra que o governo vem crescendo e vai chegar perto dela nas pesquisas. E os ajustes vão acontecendo. É a primeira vez que a gente tem uma mulher. O papel dela não é tão fácil quanto o meu porque 99% das pessoas que recebia eram homens, e homem fala coisa que mulher não pode falar, conta piada. Não há hábito do homem ainda perceber a mulher num cargo mais importante. Mas os homens vão ter que se acostumar. Uma mulher não pode se soltar numa reunião onde só tenha homem. Então acho que as pessoas têm que aprender a gostar das outras pessoas como elas são. A Dilma é assim e é assim que ela é boa para o Brasil. A mesma coisa é a Graça [Foster]. É uma mulher muito respeitada também. Não brinca nem é alegre, mas cada um tem seu jeito de ser.
Valor: Seu governo viabilizou projetos essenciais para o rumo que a economia pernambucana tomou, como o polo petroquímico e a fábrica da Fiat. A pré-candidatura Eduardo Campos, que agrega adversários fidagais de seu governo, como Jarbas Vasconcelos e Roberto Freire, e anima até José Serra, é uma traição?
Lula: Não. Minha relação de amizade com Eduardo Campos e com a família dele, que passa pela mãe, pelo avô e pelos filhos, é inabalável, independentemente de qualquer problema eleitoral. Eu não misturo minha relação de amizade com as divergências políticas. Segundo, acho muito cedo pra falar da candidatura Eduardo. Ele é um jovem de 40 e poucos anos. Termina seu mandato no governo de Pernambuco muito bem avaliado. Me parece que não tem vontade de ser senador da República nem deputado. O que é que ele vai ser? Possivelmente esteja pensando em ser candidato para ocupar espaço na política brasileira, tão necessitada de novas lideranças. Se tirar o Eduardo, tem a Marina que não tem nem partido político, tem o Aécio que me parece com mais dificuldades de decolar. Então é normal que ele se apresente e viaje pelo Brasil e debata. Ainda pretendo conversar com ele. A Dilma já conversou e mantém uma boa relação com ele.
Valor: O Fernando Henrique teve como candidato um ministro e o senhor também. O senhor acha que ainda é possível demover Eduardo Campos com a proposta de que ele se torne um ministro importante no governo Dilma e depois seu candidato? É possível se comprometer com quatro anos de antecedência?
Lula: Somente Dilma é quem pode dizer isso. Não tenho procuração nem do Rui Falcão [presidente do PT] nem da Dilma para negociar qualquer coisa. Vou manter minha relação de amizade com Eduardo Campos e minha relação política com ele. Até agora não tem nada que me faça enxergá-lo de maneira diferente da que enxergava um ano atrás. Se ele for candidato vamos ter que saber como tratar essa candidatura. O Brasil comporta tantos candidatos. Já tive o PSB fazendo campanha contra mim. O Garotinho foi candidato contra mim. O Ciro também. E nem por isso tive qualquer problema de amizade com eles. Candidaturas como a do Eduardo e da Marina só engrandecem o processo democrático brasileiro. O que é importante é que não estou vendo ninguém de direita na disputa.
Valor: Já que o senhor tem uma relação tão forte de amizade com ele, vai pedir para Eduardo Campos não se candidatar?
Lula: Não faz parte da minha índole pedir para as pessoas não se candidatarem porque pediram muito para eu não ser. Se eu não fosse candidato eu não teria ganho. Precisei perder três eleições para virar presidente. Eu não pedirei para não ser candidato nem para ele nem para ninguém. A Marina conviveu comigo 30 anos no PT, foi minha ministra o tempo que ela quis, saiu porque quis e várias pessoas pediram para eu falar com ela para não ser candidata e eu disse: "Não falo". Acho bom para a democracia. E precisamos de mais lideranças. O que acho grave é que os tucanos estão sem liderança. Acho que Serra se desgastou. Poderia não ter sido candidato em 2012. Eu avisei: não seja candidato a prefeito que não vai dar certo. Poderia estar preservado para mais uma. Mas Serra quer ser candidato a tudo, até síndico do prédio acho que ele está concorrendo agora. E o Aécio não tem a performance que as pessoas esperavam dele.
Valor: Quem é o adversário mais difícil da presidente: Aécio, Marina ou Eduardo?
Lula: Não tem adversário fácil. O que acho é que Dilma vai chegar na eleição muito confortável. Se a gente trabalhar com seriedade, humildade e respeitando nossos adversários e a economia estiver bem, com a inflação controlada e o emprego crescendo, acho que certamente a Dilma tem ampla chance de ganhar no primeiro turno.
Valor: Como vai ser sua atuação na campanha de 2014? Vai atuar mais nos bastidores, na montagem das alianças, ou vai subir em palanque em todos os Estados?Lula: Eu quero palanque.
Valor: Vai subir em Pernambuco e pedir votos para Dilma?
Lula: Vou. Vou lá, vou em Garanhuns, vou no Rio, São Paulo, na Paraíba, em Roraima...
Valor: Seus médicos já liberaram?
Lula: Já. Se eu não puder eu levo um cartaz dela na mão (risos). Não tem problema. Acho que ela vai montar uma coordenação política no partido e eu não sou de trabalhar bastidores. Eu quero viajar o país.
Valor: Nem às costuras de alianças o senhor vai se dedicar?
Lula: Não precisa ser eu. O PT costura.
Valor: Quais são as alianças mais difíceis? Como resolver o problema do Rio?
Lula: No Rio tem uma coisa engraçada porque nós temos o Pezão, que é uma figura por quem eu tenho um carinho excepcional. Nesses oito anos aprendi a gostar muito do Pezão, um parceiro excepcional. E tem o Lindbergh.
Valor: Ele disse que vai fazer o que o senhor mandar...
Lula: Não é bem assim. Eu não posso tirar dele o direito de ser candidato. Ele é um jovem talentoso, um encantador de serpentes, como diriam alguns, com uma inteligência acima da média, com uma vontade de trabalhar, como poucas vezes vi na vida. Ele quer ser. Cabe ao partido sempre tratar com carinho, porque nós temos que ter sempre como prioridade o projeto nacional. Ou seja: a primeira coisa é a eleição da Dilma. Não podemos permitir que a eleição da Dilma corra qualquer risco. Não podemos truncar nossa aliança com o PMDB. Acho que o PT trabalha muito com isso e que Lindbergh pode ser candidato sem causar problema. Acho que o Rio vai ter três ou quatro candidaturas e ele, certamente, vai ser uma candidatura forte. Obviamente Pezão será um candidato forte, apoiado pelo governador e pela prefeitura. Na minha cabeça o projeto principal é garantir a reeleição de Dilma. É isso que vai mudar o Brasil.
Valor: Aqui em São Paulo o candidato é o Padilha?
Lula: Olha, acho que a gente não tem definição de candidato ainda. Você tem Aloizio Mercadante, que na última eleição teve 35% dos votos, portanto ele tem performance razoável. Tem o Padilha, que é uma liderança emergente no PT, que está em um ministério importante. Tem a Marta que eu penso que não vai querer ser candidata desta vez. Tem outras figuras novas como o Luiz Marinho, que diz que não quer ser candidato. Tem o José Eduardo Cardozo, que vira e mexe alguém diz que vai ser candidato e você pode construir aliança com outros partidos políticos. Para nós a manutenção da aliança com o PMDB aqui em São Paulo é importante.
Valor: Isso passa até pelo PT aceitar um candidato do PMDB?
Lula: Se tiver um candidato palatável, sim. Nós nunca tivemos tanta chance de ganhar a eleição em São Paulo como agora. A minha tese é a mesma da eleição de Fernando Haddad. Ou seja, alguém que se apresente com capacidade de fazer uma aliança política além dos limites do PT, além dos limites da esquerda. Como é cedo ainda, temos um ano para ver isso. Eu fico olhando as pessoas, vendo o que cada um está fazendo. E pretendo, se o partido quiser me ouvir, dar um palpite.
Valor: Em 2012, em São Paulo, o senhor defendeu a renovação do partido, com um candidato novo. Essa fórmula será mantida para o governo do Estado?
Lula: Hoje temos condições de ver cientificamente qual é o candidato que o povo espera. Por exemplo, quando Haddad foi candidato a prefeito, eu nunca tive qualquer preocupação. Todas as pesquisas que a gente trabalhava, as qualitativas que a gente fazia, toda elas mostravam que o povo queria um candidato como ele. Então era só encontrar um jeito de desmontar o Russomanno, que em algum lugar da periferia se parecia com o candidato do PT. Na época eu não podia nem fazer campanha direito. Estava com a garganta inchada. Eu subia no caminhão para fazer discurso sem poder falar, mas era necessário convencer as pessoas de que o candidato do PT era o Haddad, não era o Russomanno. Quando isso engrenou, o resto foi mais tranquilo. Para o governo do Estado é a mesma coisa. Não é quem sai melhor na pesquisa no começo. É quem pode atender os anseios e a expectativa da sociedade.
Valor: E quem pode?
Lula: Não sei. Temos que ter muito critério na escolha. A escolha não pode ser em função só da necessidade da pessoa, de ela querer ser. Tem que ser em função daquilo que é importante para construir um leque de aliança maior. Temos que costurar aliança, temos que trazer o PTB, manter o Kassab na aliança e o PMDB. Precisamos quebrar esse hegemonismo dos tucanos aqui em São Paulo, porque eles juntam todo mundo contra o PT. Precisamos quebrar isso. Acho que temos todas as condições.
Valor: Desde que deixou a Presidência, o senhor tem sido até mais alvejado que a presidente. Foi acusado de tentar manter a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo. Agora foi acusado de ter suas viagens financiadas por empreiteiras. Como o senhor recebe essas críticas e como as responde?
Lula: Quando as coisas são feitas de muito baixo nível, quando parecem mais um jogo rasteiro, eu não me dou nem ao luxo de ler nem de responder. Porque tudo o que o Maquiavel quer é que ele plante uma sacanagem e você morda a sacanagem. É que nem apelido: se eu coloco um apelido na pessoa e a pessoa fica nervosa e começa a xingar, pegou o apelido. Se ela não liga, não pegou o apelido. Tenho 67 anos de idade. Já fiz tudo o que um ser humano poderia fazer nesse país. O que faz um presidente da República? Como é que viaja um Clinton? A serviço de quem? Pago por quem? Fernando Henrique Cardoso? Ou você acha que alguém viaja de graça para fazer palestra para empresários lá fora? Algumas pessoas são mais bem remuneradas do que outras. E eu falo sinceramente: nunca pensei que eu fosse tão bem remunerado para fazer palestra. Sou um debatedor caro. E tem pouca gente com autoridade de ganhar dinheiro como eu, em função do governo bem-sucedido que fiz neste país. Contam-se nos dedos quantos presidentes podem falar das boas experiências administrativas como eu. Quando era presidente, fazia questão de viajar para qualquer país do mundo e levar empresários, porque achava que o presidente pode fazer protocolos, assinar acordo de intenções, mas quem executa a concretude daquilo são os empresários. Viajo para vender confiança. Adoro fazer debate para mostrar que o Brasil vai dar certo. Compre no Brasil porque o país pode fazer as coisas. Esse é o meu lema. Se alguém tiver um produto brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo. Não tenho nenhuma vergonha de continuar fazendo isso. Se for preciso vender carne, linguiça, carvão, faço com maior prazer. Só não me peça para falar mal do Brasil que eu não faço isso. Esse é o papel de um político que tem credibilidade. Foi assim que ganhei a Olimpíada, a Copa do Mundo. Quando Bush veio para cá e fomos a Guarulhos, disse a ele que era para tirarmos fotografia enchendo um carro de etanol. Tinham dois carros, um da Ford e um da GM, e ele falou: "Eu não posso fazer merchandising". Eu disse: "Pois eu faço das duas". Da Ford e da GM. E o Bush tirou foto com chapéu da Petrobras. Sem querer ele fez merchandising da Petrobras. Você sabe que eu fico com pena de ver uma figura de 82 anos como o Fernando Henrique Cardoso viajar falando que o Brasil não vai dar certo. Fico com pena.
Valor: O senhor acha que São Paulo corre risco de perder a abertura da Copa porque o Banco do Brasil não vai liberar dinheiro sem garantias?Lula: Sinceramente não acredito que as pessoas que fizeram o sacrifício para chegar onde chegaram vão se permitir morrer na praia agora. A verdade é que o Corinthians precisa de um estádio de futebol independentemente de Copa do Mundo. São Paulo não pode ficar fora da Copa. Acho que seria um prejuízo enorme do ponto de vista político e simbólico o Estado mais importante da Federação, com os times mais importantes da Federação - com respeito ao Flamengo - esteja fora da Copa do Mundo. É impensável. Eles que tratem de arranjar uma solução.
Valor: O senhor voltará à política em 2018?
Lula: Não volto porque não saí.
Valor: Voltará a se candidatar?
Lula: Não. Estarei com 72 anos. Está na hora de ficar quieto, contando experiência. Mas meu medo é falar isso e ler na manchete. Não sei das circunstâncias políticas. Vai saber o que vai acontecer nesse país, vai que de repente eles precisam de um velhinho para fazer as coisas. Não é da minha vontade. Acho que já dei minha contribuição. Mas em política a gente não descarta nada.
Valor: Que análise o senhor faz do julgamento do mensalão?
Lula: Não vou falar por uma questão de respeito ao Poder Judiciário. O partido fez uma nota que eu concordo. Vou esperar os embargos infringentes. Quando tiver a decisão final vou dar minha opinião como cidadão. Por enquanto vou aguardar o tribunal. Não é correto, não é prudente que um ex-presidente fique dizendo "Ah, gostei de tal votação", "Tal juiz é bom". Não vou fazer juízo de valor das pessoas. Quando terminar a votação, quando não tiver mais recursos vou dizer para você o que é que eu penso do mensalão.

FAO anuncia que 2014 será o Ano Internacional da Agricultura Familiar

Atividade em Minas envolve cerca de 180 mil famílias
A ONU declarou 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF 2014).
O setor é um dos pilares da segurança alimentar regional na América Latina: “80% das propriedades na América Latina e no Caribe fazem parte da agricultura familiar. O setor gera cerca de 70% do emprego agrícola na região”, afirmou o chefe de Políticas da FAO, Salomon Salcedo.
Apesar disso, a ONU vem notando um declínio importante dos investimentos públicos em agricultura nos países em desenvolvimento, particularmente na América Latina e no Caribe.
Na região, os gastos públicos totais em agricultura caíram de 6,9% em 1980 para 1,9% em 2007, de acordo com o último Boletim de Agricultura Familiar da Organização da ONU para Alimentação e Agricultura – FAO.
Essa redução dos investimentos complica a realização do primeiro dos Objetivos do Milênio: acabar com a fome e com a miséria no mundo.
O assunto é prioridade na agenda da Expo 2015, que vai acontecer em Milão, na Itália.
No Brasil, a agricultura familiar é responsável por 38% de toda a produção agrícola, e por cerca de 60% dos alimentos consumidos pela população, de acordo com o último Censo Agropecuário, valido para o ano de 2006 – apesar de ocupar apenas 24,3% da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.
Em Contagem, a agricultura existente é exclusivamente familiar. Tem expressão residual na economia local, embora seja importante para os programas municipais de segurança alimentar e, por isso mesmo, tenha sido colocada pela gestão Marília Campos sob alçada da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Não é o caso de Minas Gerais.
O estado tem 764 municípios com economias predominante agrícolas e produção basicamente familiar, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário.
No último dia 20, o governo federal entregou mais 22 máquinas escavadeiras a prefeitos mineiros durante a segunda edição da Feira de Máquinas, Equipamentos, Implementos, Insumos Agrícolas e Veículos Utilitários (Femec), que ocorre em Uberlândia.
Com esta doação, já são 254 retroescavadeiras entregues em Minas Gerais, representando investimento de mais de R$ 37 milhões em benefício de quase 180 mil agricultores do estado.
As localidades que ainda não receberam essas máquinas têm até o dia cinco de abril para se habilitarem.

terça-feira, 26 de março de 2013

Pesquisa Datafolha mostra crescimento geral de Dilma

Números revelam a força dos dez anos de PT à frente do governo brasileiro
Mais uma pesquisa, desta vez do Instituto Datafolha, confirma a boa imagem do governo Dilma. Após dois anos e três meses de mandato, a presidenta faz um governo ótimo ou bom para 65% dos brasileiros. Outros 27% classificam sua administração como regular. A avaliação negativa é de apenas 7%.
Essa pesquisa do Datafolha representa uma porretada na oposição e abala os sonhos de uma posssível candidatura de Eduardo Campos (PSB). É que ela é mais extensa e profunda que a pesquisa do Ibope recentemente divulgada – e que também registrava bons números para a presidenta. O Datafolha buscou sondar aspectos mais subjetivos e ponderou os resultados de agora com medições realizadas em 2003.
É o caso, por exemplo, da percepção dos brasileiros e brasileiras sobre a qualidade de vida no país. Em dez anos, a taxa dos que acreditam que o país é um bom local pra viver cresceu 15 pontos percentuais.
Em 2003, 43% da população economicamente ativa temia perder o emprego. Atualmente, esse índice caiu pela metade, enquanto a taxa dos confiam que continuarão empregados chegou, agora, a 75% - um crescimento próximo a 20 pontos percentuais.
Mauro Paulino e Alessandro Janoni, respectivamente Diretor-Geral e Diretor de Pesquisas do Datafolha, afirmam que esses são resultados da ação do PT no poder nestes dez anos.
Refletem na formação de uma percepção genérica e positiva da população sobre as qualidades dos governos petistas quanto à empregabilidade do povo brasileiro, acesso a políticas sociais, inclusão no mercado consumidor e melhores perspectivas de mobilidade social.
Não por outro motivo, mesmo alvo da pancadaria da grande mídia, o PT segue, disparado, na preferência daqueles que optam por algum partido no país.
Todos esses resultados inflam o orgulho de ser brasileiro, alimentam o otimismo e alavancam a candidatura de Dilma.
A pesquisa foi realizada nos dias 20 e 21 de março e divulgada nas edições de sábado (23) e domingo (24) pelo jornal Folha de São Paulo.
Destaques da pesquisa
  • Comparada com a última apuração, feita em dezembro pelo Datafolha, o otimismo do país cresceu;
  • 87% dos entrevistados afirmam ter mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro;
  • 81% entendem que o país tem muita importância no mundo hoje. Em dezembro, esse percentual era de 72% ;
  • 76% dos entrevistados afirma que o Brasil é um lugar bom ou ótimo para se viver. Em dezembro esse percentual era de 61%.
  • Nos últimos dez anos, a taxa de brasileiros que consideram o país um lugar ótimo ou bom para viver cresceu 15 pontos percentuais. Entre os menos escolarizados e os de menor renda, esse índice subiu na mesma proporção;
  • 41% dos entrevistados acreditam que o desemprego vai diminuir. Esse percentual era de 33% em dezembro;
  • 51% acreditam que a situação da economia vai melhorar. Antes, eram 44%;
  • 49% acreditam que o poder de compra dos salários vai aumentar. Antes eram 39%;
  • 18% acreditam que que a inflação vai diminuir. Antes eram 13%. Nesse quesito, entretanto, 45% acreditam que ela vai aumentar, contra 44% em dezembro. É o único assunto onde brasileiros e brasileiras não mostram otimismo;
  • 75% dos entrevistados acreditam que não correm risco de serem demitidos. No Nordeste essa percepção supera a média nacional;
  • A possibilidade de demissão não provoca medo em 59% dos entrevistados;
  • Dilma está melhor que Lula, no período equivalente. Na virada de 2004 para 2005, quando Lula completava o segundo ano de mandato, o índice de aprovação do governo era 20 pontos menor que o atual;
  • 22% dos entrevistados dizem que Dilma já fez mais pelo país do que eles esperavam. Em dezembro, esse índice era de 15%;
  • A maioria (41%) afirma que ela faz aquilo que esperam dela;
  • 72% dos entrevistados acreditam que daqui para frente, Dilma fará um governo ótimo ou bom;
  • Dilma é a única presidenciável que apresentou evolução nas intenções de voto, tanto espontâneas quando estimuladas. Ganhou quatro pontos em relação à ultima pesquisa, enquanto os demais oscilaram dentro da margem de erro;
  • Se a eleição para presidente fosse hoje, Dilma seria reeleita no primeiro turno com 58% dos votos. A ex-senadora Marina Silva (Rede) ficaria em segundo lugar, com 16%; Aécio Neves (PSDB) com 10% e Eduardo Campos (PSB) com 6%;
  • Dilma tem 64% das intenções de voto no Nordeste, contra 11% de Eduardo Campos;
  • Entre os que acham o governo Dilma ótimo ou bom, Eduardo Campos teria 2% dos votos. Seu melhor resultado é entre os que avaliam o governo como ruim ou péssimo: chega a 12%;
  • O PT tem a preferência de 29% dos eleitores pesquisados. O PSDB, o principal partido de oposição, tem a preferência de apenas 4,5% dos brasileiros que têm opção partidária, e o PMDB é preferido por 7,5%;
  • 55% dos brasileiros afirmam que o PT ajuda a presidenta Dilma Rousseff na sua gestão;
  • 47% consideram que o PT ajuda muito;
  • 22% acreditam que o PT ajuda um pouco ou não ajuda.

segunda-feira, 25 de março de 2013

DIEESE divulga balanço das negociações salariais em 2012

Ocorrência aumentos reais dos salários é a melhor desde 1996
O ferroviário
Estátua de Ricardo Cipicchia.
Homenagem ao trabalhador brasileiro,
está na Praça René Barreto, Lapa, SP.
Foto: Monumentos de SP.
Cerca de 95% das negociações salariais que ocorreram durante o ano passado resultaram em ganhos reais, de acordo com o último levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos -Dieese. Foi o melhor resultado em 16 anos.
Entre os setores pesquisados, a indústria foi a que mais concedeu aumentos salariais acima da simples reposição de perdas inflacionárias. Os aumentos reais aconteceram em 97,5% das negociações. Esse foi, também, o único setor também onde o DIESSE não registrou casos de reajustes abaixo da inflação.
No comércio, aproximadamente 96% das negociações resultaram em ganhos reais de salários, 1% dos trabalhadores obtiveram correção salarial em valor igual à inflação e em 3% dos casos a correção foi em valor inferior.
No setor de serviços, cerca de 90% das categorias conquistaram aumentos reais, 8% tiveram reajustes iguais à inflação e quase 3%, abaixo.
A maior parte das negociações, nos três setores, resultou em reajustes salariais de até 3% de aumento real. Ganhos reais acima desse percentual foram observados em 14% das negociações dos serviços, 12% da indústria e 7% do comércio.
Os melhores resultados, além disso, aconteceram nos processos de negociação baseados em  convenções coletivas de trabalho – que abrangem toda ou parte de uma categoria profissional. Em 96% delas, os trabalhadores conquistaram aumento real.
Já os acordos coletivos de trabalho – assinados por entidades sindicais de trabalhadores e empresas isoladas, apresentaram resultados um pouco piores: os aumentos reais ocorreram em cerca de 86% dos casos.
O valor médio dos aumentos reais nas convenções coletivas de 2012 foi de 2,09% e nos acordos coletivos foi de apenas 1,13%.
Baixe o estudo completo realizado pelo Dieese.

Casca de jabuticaba é benéfica para a saúde

Pesquisadores descobrem que a casca da fruta tem ação antioxidante e probiótica
Praça da Jabuticaba: espaço de cultura
e homenagem à fruta simbolo da cidade
Uma pesquisa realizada na Faculdade de Engenharia de Alimentos - FEA, da Unicamp mostrou que a casca da jabuticaba, fruta abundante no país e símbolo de nossa cidade, pode ajudar a combater o envelhecimento precoce e doenças degenerativas.
Os pesquisadores aproveitaram cascas da fruta, normalmente descartadas pela indústria de alimentos, para produzir um composto bioativo destinado a alimentos com os chamados probióticos - organismos vivos capazes de ajudar a manter o equilíbrio intestinal quando consumidos adequadamente.
Entre esses alimentos estão alguns tipos de queijos, como os petit suisse, iogurtes e bebidas lácteas.
A utilização do extrato da jabuticaba nestes produtos possibilitou dois benefícios: aumento da sobrevida dos microrganismos probióticos e ação antioxidante natural. Essa função antioxidante é benéfica para a saúde pois retarda a formação de radicais livres no organismo e contribui para evitar o envelhecimento precoce e doenças degenerativas.
Hoje, a indústria alimentícia faz largo uso de antioxidantes sintéticos para aumentar a vida útil dos seus produtos. Só que, ao contrário dos antioxidantes naturais, como a casca da jabuticaba, eles podem estar associados a malefícios à saúde.
Mais um bom motivo para preservar a cultura da jabuticaba em nossa cidade!
Veja a matéria no site da Unicamp.

DIAP lança Agenda do Trabalhador

Documento reúne todas propostas em tramitação do Congresso e que afetam a vida dos assalariados
Este será um ano de grande atividade no Congresso Nacional no que se refere a tramitação de matérias de interesse direto dos trabalhadores e sindicatos.
Entre muitos outros temas, temos a regulamentação da Convenção 151 da OIT, em elaboração no Poder Executivo; o combate ao trabalho escravo; a redução da jornada semanal de trabalho; a mudança do fator previdenciário; a PEC que propõe a extinção da contribuição previdenciária dos aposentados e pensionistas do serviço público, além da extensão aos empregados domésticos dos mesmos direitos dos demais trabalhadores, já aprovada pelo Senado.
Para facilitar o acompanhamento e a intervenção tanto de sindicalistas quanto dos deputados e senadores ligados à “bancada sindical”, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar  “Agenda Legislativa dos Trabalhadores no Congresso Nacional”.
A agenda é composta de estudos e pesquisas essenciais para a compreensão do processo de tramitação, além de uma uma análise do cenário econômico e político atual e da importância das bancadas informais no processo decisório.
Baixe a Agenda Legislativa dos Trabalhadores no Congresso Nacional.
Acesse o site do DIAP.

domingo, 24 de março de 2013

Concurso fotográfico

Atividade faz parte dos preparativos para a Jornada Mundial da Juventude
A Arquidiocese de Belo Horizonte está promovendo um concurso fotográfico com o tema "Minha Paróquia na Jornada".
O concurso visa estimular a participação dos jovens e das paróquias na Semana Missionária, que acontece uma semana antes da Jornada Mundial da Juventude - JMJ, e na própria JMJ, que acontecerá no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho com presença confirmada do Papa Francisco.
Cada paróquia poderá inscrever cinco fotos dos eventos realizados para mobilizar a juventude.
A inscrição deve ser realizada através do e-mail semanamissionaria@arquidiocesebh.org, entre os dias 01 de abril e 24 de maio de 2013.
O resultado do concurso será divulgado no dia 30 de maio.
Baixe aqui o Regulamento do concurso Minha Paróquia na Jornada.
Com informações da Arquidiocese de Belo Horizonte.

sábado, 23 de março de 2013

Virgindade de boneca inflável vai a leilão

A boneca inflável Valentina
Foto: divulgação
Boneca com hímen é grande novidade do mercado erótico
Tem coisas que realmente dão o que pensar...
Foi realizada no início do mês, em São Paulo (de 6 a 9 de março), a Primeira Mostra Internacional de Bonecas Infláveis.
Uma exposição de bonecas infláveis, a meu ver é, em si mesma, algo insólito e de gosto duvidoso. Não concilia com meu senso estético. Mas, enfim, há quem goste e o mercado capitalista está ai pra isso mesmo: criar, estimular e lucrar com preferências.
O que mais me chamou a atenção, entretanto, foi o leilão – que ainda está em curso – da virgindade de uma das bonecas.
Trata-se de Valentina, uma alusão à clássica personagem criada pelo genial Guido Crepax ( italiano, artista, ilustrador e autor de histórias em quadrinhos falecido em 2003) na estória “A Curva de Lesmo”, de 1965.
A Valentina em questão é uma “Real Doll”, um nova geração de bonecas infláveis, de aspecto realista, com pele sintética, cabelos e peso similares ao de uma mulher. Seu preço nos nos Estados Unidos está estimado em US$ 7 mil e é uma das primeiras a chegar no Brasil.
Detalhe:Valentina é dotada com um hímen feito de cyberskin, — pele artificial desenvolvida pela NASA, quase idêntica à humana. Foi o que ensejou a ideia do leilão, a exemplo de Catarina Migliorini, a catarinense.
A ficção, tornada realidade, vai mais além. O vencedor da disputa poderá desfrutar seu prêmio em uma suíte presidencial com direito a jantar à luz de velas com champanhe francesa, banho aromático com pétalas de rosas e translado aéreo – caso não more em São Paulo – além de lingeries especiais e câmera digital para filmar e “mostrar para os seus amigos”.
Após perder a virgindade, a boneca será transformada em “garota de programa”, à disposição de quem estiver disposto a gastar R$ 1.000 pela noitada.
O maior lance oferecido, até hoje, foi R$105.100,00. O lances serão encerrados no próximo dia 31.
São os novos tempos que desafiam nossa assustada e escassa filosofia, além da vã sociologia.
Mercado de produtos eróticos no Brasil
O mercado de produtos eróticos no Brasil é para gente grande, literalmente. Dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual – Abeme, indicam que o setor movimenta mais de R$ 1 bilhão ao ano, com um portfólio de 12 mil produtos divididos em 72 milhões de itens. Cerca de 15% da população brasileira faz uso de objetos eróticos e 68% desse grupo é composto por mulheres.
O negócio funciona, principalmente, com a venda de porta em porta: em dois anos, o número de vendedoras de itens eróticos por catálogo saltou de dois mil para 85 mil.
O mais importante evento brasileiro no setor é a Erótika Fair que, em sua última edição recebeu 20.000 visitantes e movimentou cerca de R$ 18 milhões em negócios. Esta feira também é considerada a maior do mercado erótico latino americano e quarta maior do mundo.
A 20ª da Erótika Fair ocorrerá mês que vem, entre os dias 04 e 07 no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo.
Conheça Valentina no site da Primeira Mostra Internacional de Bonecas Infláveis.
Acesse o site da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual – Abeme.
Acesse o site da Erótika Fair.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Criminalidade em Contagem cai no segundo mês do ano

Números entretanto são maiores que no mesmo período do ano passado
A Secretaria de Estado de Defesa Social – SEDS, divulgou as estatísticas de fevereiro deste ano para  crimes violentos, crimes violentos contra o patrimônio e homicídios de Minas Gerais, Região Metropolitana, Belo Horizonte e das 28 cidades do interior com mais de 100 mil habitantes.
No Estado, Região Metropolitana e Belo Horizonte, houve aumento nas estatísticas de criminalidade violenta, criminalidade violenta e homicídios em fevereiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Entretanto, na comparação com o mês de janeiro deste ano, percebe-se uma redução de todos os dados.
As maiores quedas nos registros de homicídios aconteceram no interior.
No caso de Contagem, a tendência continua de alta. O número de crimes violentos na cidade caiu em fevereiro (740) contra 778 em janeiro. Entretanto, no ano passado, foram registrados 557 em janeiro e 531 em fevereiro.
No caso dos homicídios consumados, também houve uma ligeira queda – de 24 em janeiro para 22 no mês passado. Em 2012, foram 17 casos registrados tanto em janeiro quanto em fevereiro.
Finalmente, os crimes contra o patrimônio somaram 721 em janeiro e vieram para 682 em fevereiro, contra 504 e 473, respectivamente, em janeiro e fevereiro do ano passado.
Baixe o boletim da Secretaria de Estado de Defesa Social – SEDS.

Brasil tem índices exorbitantes de homicídios

Crimes violentos acompanham crescimento e descentralização econômica
Dados reunidos pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos - Cebela, divulgados ontem em Brasília, mostram que somente em 2010, foram assassinadas 36.792 pessoas no Brasil, uma média de cem por dia ou de quatro por hora. Uma a cada quinze minutos. A média de assassinatos é o dobro daquela que a ONU considera tolerável (dez para cada cem mil habitantes).
O estudo focaliza os últimos 30 anos de mortalidade por armas de fogo no Brasil. São homicídios, suicídios e acidentes, pela ação de armas de fogo. Verifica-se também, em diferentes capítulos, a incidência de fatores como o sexo, a raça/cor e as idades das vítimas dessa mortalidade.
Também são apontadas as características da evolução dos óbitos por armas de fogo nas 27 Unidades da Federação, as 27 Capitais e nos municípios com elevados níveis de mortalidade causada por armas de fogo.
Na página do Cebela podem ser encontradas, ainda, planilhas com os dados de mortalidade por armas de fogo dos 5565 municípios brasileiros.
Os números apurados não são nada bons.
Por exemplo, o o conflito armado do Iraque, entre 2004 e 2007, resultou em 76.266 mortos.
No Sudão, outro país em convulsão, os mortos foram 12.719, um pouco a mais do que os 12.417 registrados no Afeganistão.
No mesmo período, os mortos da Colômbia foram 11.833.
No mesmo período, no Brasil, ocorreram 147.343 mortes por armas de fogo.
Esse número é ainda mais impactante quando comparado com o total de vítimas fatais registradas em doze países que viveram conflitos armados. Da República do Congo ao Paquistão, passando pela Somália, por territórios palestinos e por Israel foram 169.574 mortos.
O Mapa da Violência 2013 mostra que as mortes por armas de fogo se disseminaram rapidamente por todo o país, deixando de se concentrar nos dois ou três maiores centros urbanos do Brasil.
A explicação para isso parece surpreendente. Segundo os pesquisadores isso se deve à desconcentração industrial e migração interna provocada pela expansão geográfica de atividades econômicas. Ou seja, quanto mais a indústria e a economia se desconcentram, mais a violência segue o mesmo caminho.
É um problema para os estados. Ainda que o governo nacional também tenha sua própria política de segurança, a responsabilidade é dos estados que se mostram, na maioria das vezes, incapazes de frear a violência que cresce e se dispersa na medida em que aumenta e é disseminada a oferta de trabalho assegurada pelas políticas macroeconômicas do governo federal.
Acesse a página do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos – Cebela.
Baixe o relatório Mapa da Violência 2013/Mortes matadas por arma de fogo.

Mais da metade da população mundial ainda não tem água de qualidade em casa

ONU divulga novo relatório sobre estado da água no mundo
Hoje, 22 de março, comemora-se o Dia Mundial da Água, formalmente instituído pela Organização das Nações Unidas - ONU em 22 de março de 1992.
Os temas água e saneamento, como divulguei em post anterior, têm recebido cada vez mais atenção e fará parte da agenda pós-2015, que já começou a ser discutida.
Aliás, vi no Portal da Prefeitura que Contagem foi sede da Consulta Nacional Pós 2015 da ONU. Há algo estranho com  a política de comunicação da Prefeitura. Acredito que um evento deste porte e importância para a cidade, dada a riqueza de seus recursos hídricos e problemas com saneamento básico, deveria ter sido melhor divulgado. Mas, enfim, vai que o desinformado sou eu...
Disponibilizo aqui a terceira edição do Relatório de Desenvolvimento Mundial da Água, desenvolvido a cada três anos pelas Nações Unidas para analisar os dados e tendências que afetam os recursos mundiais de água doce. Invariavelmente, o relatório não está disponível em português.
Em meio a padrões de mudança de clima e da água no mundo e às previsões das transformações ainda mais severas por vir, especialistas internacionais estão se colocando o seguinte problema: como alcançar a chama segurança hídrica? O problema tem que ver tanto com a oferta adequada desses serviços quanto com a gestão dos recursos – que envolve monumentais volumes de recursos e grandes interesses econômicos.
A dimensão do problema pode ser avaliada pelos seguintes dados:
  • Entre 3 bilhões e 4 bilhões de pessoas ainda não têm água encanada de qualidade confiável em seus lares;
  • menos de 90% da população mundial tem acesso a água por meio de fontes melhoradas. A maior parte dessas pessoas está nos grandes centros urbanos:
  • Nas zonas rurais, apenas 76% da população podem contar com essas fontes adequadas dos recursos hídricos;
  • No mundo, 90% das águas residuais em países em desenvolvimento – em banhos, cozinha ou limpeza doméstica – vão para rios, lagos e zonas costeiras e representam ameaça real à saúde e segurança alimentar;
  • Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a falta de água de qualidade mata uma criança a cada 15 segundos no mundo;
  • Quase 10% das doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem mais em acesso à água, medidas de higiene e saneamento básico;
  • As doenças diarreicas, geralmente relacionada à ingestão de água contaminada, mata 1,5 milhão de pessoas anualmente;
  • No Brasil, 19% da população ainda não tinha aceso à água tratada até 2011 e apenas 46% dos brasileiros contavam com coleta de esgotos. Do total de esgoto gerado no país, apenas 38% recebiam tratamento no período.
Brasil terá Pacto Nacional pela Gestão das Águas
Para celebrar o Dia Mundial da Água e o Ano Internacional de Cooperação pela Água, o Ministério do Meio Ambiente - MMA e a Agência Nacional de Águas - ANA, lançaram hoje o Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas – Progestão.
Podem participar do Progestão todos os estados da União. A  adesão ao programa é voluntária. Serão disponibilizados R$ 100 milhões nos próximos cinco anos, do orçamento da ANA, a serem transferidos aos estados que aderirem ao Progestão. O primeiro ciclo do programa prevê o desembolso de até cinco parcelas de R$ 750 mil para cada estado, mediante o cumprimento de metas. 
Com informações da Agência Brasil e da ONU-Água.
Acesse matéria completa sobre o Pacto das Águas no site do MMA.
Baixe o relatório “Water Security and the Global Water Agenda” (Segurança da Água e a Agenda Global da Água", em tradução livre).

Pérez Esquivel: Papa não foi cúmplice da ditadura

O Papa Francisco E Adolfo Pérez Esquivel
Foto: Religión Digital
Ativista dos direitos humanos diz que comete erros quem faz este tipo de acusação
“O Papa não teve nada a ver com a ditadura. Não foi cúmplice da ditadura, não colaborou. Preferiu uma diplomacia silenciosa, de pedir pelos desaparecidos, pelos presos”, afirmou o argentino Adolfo Pérez Esquivel em entrevista coletiva realizada após seu encontro com o pontífice argentino no Vaticano ontem, dia 21.
Pérez Esquivel é arquiteto, escultor e ativista dos Direitos Humanos, e recebeu o Nobel da Paz em 1980 pela defesa da democracia por meios não violentos.
Esquivel foi taxativo ao desvincular o Papa de qualquer cumplicidade com o regime militar argentino que cerca de 30.000 desaparecidos, entre eles vários sacerdotes, entre 1976 e1983.
“Houve poucos bispos que foram companheiros de luta contra a ditadura”, reconheceu Pérez Esquivel que também afirmou “Dentro da hierarquia católica argentina, houve sim alguns bispos cúmplices com a ditadura, mas não Bergoglio”.
O papel de Bergoglio durante aqueles anos tem sido fortemente questionado, sobretudo por veículos de esquerda no mundo e, de modo particular, pelo informativo Página/12. “Creio que comete erros ao fazer esse tipo de acusação”, comentou o Nobel da Paz, referindo-se a Horacio Verbitsky, um dos principais colaboradores do Página/12.
A reportagem sobre a visita de Esquivel ao Papa foi no site espanhol Religión Digital.
A matéria também divulga declaração de Franz Jalics, um dos missionários jesuítas sequestrados pela Junta Militar argentina nos anos 1970, assegurando que não foi delatado por Bergoglio.
Acesse o site (em espanhol) Religión Digital.
Acesse o site Página/12.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Filme aborda a homossexualidade a partir dos princípios bíblicos

Produção é iniciativa de grupo evangélico do Guarujá
Amoravesso – A Luta por um Ideal e a Descoberta do Amor Verdadeiro apresenta uma ativista gay que adotou uma criança com sua companheira e se vê perante a necessidade de refletir sobre sua vida, escolhas e a sociedade em que vive. Ao mesmo tempo, precisa travar uma disputa com a mãe biológica da criança – uma ex prostituta que pretende reaver a guarda da filha.
O filme foi produzido pelo Artefé, ligada à Igreja Assembleia de Deus O Exército, da cidade do Guarujá, litoral paulista. O Artefé se apresenta como um movimento cultural cristão que difundir valores e princípios cristãos através da arte.
A ideia, de acordo com os produtores, é falar sobre a questão da homossexualidade à luz da Bíblia e trazer à tona temas delicados que são inerentes ao assunto.
O financiamento foi feito com a ajuda de comerciantes locais, da Secretaria de Cultura do Guarujá e da Film Commission.
O filme, definido como uma “comédia dramática”, estreou no dia 12 de novembro de 2012, no auditório da Unaerp, no Guarujá. Entretanto, não percorreu o circuito comercial.
No blog da produção é possível obter mais informações e, inclusive, adquirir o DVD.
Vale a pena conferir. No mínimo, por se tratar de uma tentativa de abordagem progressista do assunto realizada por um grupo evangélico.
Abaixo, trailer do filme.
Acesse o Blog Amoraoavesso.

Água é Vida. E vida não se desperdiça

Ilustração: Alecrim/Internet
Água e saneamento buscam um lugar na agenda após 2015
Amanhã (22/3) será comemorado o Dia Mundial da Água, formalmente instituído pela Organização das Nações Unidas - ONU em 22 de março de 1992.
A água, entretanto, bem como o saneamento básico, foram secundarizados pela ONU quando, em 2000, a organização estabeleceu os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Esses temas, entretanto, devem ocupar um lugar de destaque na agenda posterior a 2015, dentro dos  Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que também serão fixados internacionalmente.
Essa promessa tem uma razão óbvia. As projeções indicam um aumento de 80% na produção mundial de alimentos até 2030, com 70% do consumo de água concentrados no setor agrícola. Isso sem se falar dos comprometimentos à saúde, conforme post que já deixei aqui.
A Assembleia Geral declarou 2013 Ano Internacional da Cooperação na Esfera da Água e o assunto será tratado na cúpula de Budapeste. Prevista para começo de outubro, a cúpula está convocada com o lema “O papel da água e do saneamento na agenda mundial para o desenvolvimento sustentável”.
O assunto interessa muito de perto à população de Contagem, cidade rica em recursos hidrídicos e ainda com muitos déficits em saneamento a serem saldados. Basta lembrar a situação da lagoa de Vargem das Flores e das obras de saneamento que ainda precisam ser realizadas.
Interessa muito de perto, também, ao país, que tem a maior reserva de água doce do planeta (12% do total mundial) e onde a maioria dos municípios ainda não têm um adequado sistema de coleta de esgotos e tratamento da água.
A Agência Nacional de Águas – ANA começou esta semana a campanha “Água é Vida. E vida não se desperdiça”. No portal da Agência podem ser encontradas diversas peças publicitárias sobre o assunto e para diversas mídias. A utilização é gratuita.
Outra iniciativa gratuita é a Rádio Web Água, que produz conteúdo a partir de colaborações e troca de experiências sempre com enfoque nas práticas e soluções que contribuam para a melhor utilização do recurso natural.
Acesse os sites da ANA e da Rádio Web Água.

Brasileiro está entre os povos que mais desperdiçam água

Ong inventa calculadora para pegada hídrica
Quase metade da população brasileira (48%) consome água sem a preocupação de desperdiçá-la, segundo aponta uma pesquisa feita pela  WWF-Brasil e o Grupo HSBC, em parceria com o Ibope, valido para dezembro de 2011.
O levantamento, com o título “Programa Água para a Vida”,  também indica que 45% dos brasileiros admitem não adotar nenhuma medida para reduzir o consumo do recurso, como fechar a torneira aos escovar os dentes ou tomar banhos rápidos.
Esse desperdício de água à chamado pelos especialistas de “pegada hídrica”, aos moldes da “pegada ecológica” e se refere ao impacto ambiental causado pelo consumo de recursos naturais. O consumo de carne, por exemplo, implica em uma pegada hídrica forte, bem como o ato de tomar banho, beber cerveja, etc.
Recentemente, a  Water Footprint Network lançou uma calculadora virtual que permite medir a pegada hídrica, seja individual ou de um grupo. A ferramenta registra os gastos, ajuda a identificar os pontos mais críticos e o que pode ser melhorado. Infelizmente, em inglês. Mas vale o teste.
Com informações da CicloVivo e da WWW Brasil.
Acesse a calculadora da pegada hídrica no site da Water Footprint Network.
Baixe o estudo Programa Água para a Vida.

Brasil tem sistema de filtragem de água mais eficiente do mundo

Sistema é considerado 'mais calmo' e melhor para a saúde
Nós, brasileiros, possuímos o melhor sistema de filtragem de água do mundo. É o que diz notícia publicada no site EcoD com base em pesquisas norte-americanas a que tiveram acesso.
Trata-se de nossos tradicionais filtros de barro com câmara de filtragem de cerâmica.
Segundo a matéria, estudos relacionados ao tema publicadas no livro The Drinks Water Book.
Nossos filtros foram considerados  mais eficientes já que baseados na filtragem por gravidade (decantação), em que a água lentamente passa pelo filtro e goteja num reservatório inferior. Além de porretas na retenção de cloro, pesticidas, ferro e alumínio, têm uma taxa de 95% na retenção de chumbo e de 99% no caso da Criptosporidiose (parasita causador de doenças).
O segredo do processo é a lentidão da filtragem e baixa pressão da água. São estes dois fatores que impedem a passagem de micro-organismos e sedimentos pelo filtro.
E ainda há quem diga que o futuro se resume ao plástico...
O livro  The Drinks Water Book pode ser encontrado para compra, em sites como o da Amazon.
Acesse a matéria no EcoD.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Obesidade já custa ao SUS quase meio bilhão de reais por ano

Academias de ginástica ao ar livre
são principal estratégia do Ministério
para combate à obesidade
Na foto, a Academia do bairro Darcy Ribeiro
Foto: PMC
Ministério da Saúde lança linha de cuidados para prevenção e tratamento do sobrepeso e obesidade
Dados do Ministério da Saúde revelam que o Sistema Único de Saúde-SUS gasta anualmente R$ 488 milhões com o  tratamento de doenças associadas à obesidade.
A constatação foi feita por uma pesquisa da Universidade de Brasília. Foram analisados dados de internação e de atendimento de média e alta complexidade relacionados ao tratamento da obesidade e de outras 26 doenças associadas, como problemas cardíacos, diabetes e cânceres.
A proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%. O problema afeta, principalmente, a população com renda menor que três salários mínimos e com menos de oito anos de estudo.
O assunto virou motivo de portaria do Ministério da Saúde. Foi assinada ontem, terça-feira (19), pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a Linha de Cuidados Prioritários do Sobrepeso e da Obesidade no Sistema Único de Saúde. A nova política define como será o cuidado, desde a orientação e apoio à mudança de hábitos até os critérios rigorosos para a realização da cirurgia bariátrica, último recurso para atingir a perda de peso.
O Programa Academia da Saúde (as nossas Academias da Cidade, criadas na gestão Marília Campos) é a principal estratégia do Ministério para induzir o aumento da prática da atividade física na população. Até agora, já foram repassados R$ 114 milhões, de um total de investimento previsto de R$ 390 milhões. A iniciativa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. Atualmente, há mais de 2,8 mil polos habilitados para a construção em todo o país e outros 155 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo Ministério da saúde.
Leia a matéria completa no Portal da Saúde.

Papa Francisco teria sido favorável à união civil entre homossexuais na Argentina

Papa Francisco, um conciliador?
Foto: Vincenzo Pinto/AFP
Postura conciliadora e pragmática pode ser uma marca de Bergoglio no Vaticano
Em 2010, a Argentina preparava-se para votar a lei do casamento gay.
Na época, coube ao então Cardeal Jorge Bergoglio defender publicamente a posição contrária da  Igreja Católica. Bergoglio cumpriu a tarefa e escreveu uma carta onde classificava a lei como “uma pretensão destrutiva aos planos de Deus”.
Isso levou dezenas de milhares de seus seguidores às ruas de Buenos Aires condenando a lei como obra do diabo e o cardeal ganhou fama de homofóbico.
Essa história, e outras certamente, tem pormenores que estavam escondidos e que devem vir à luz pela lavra de Sérgio Rubin, biógrafo autorizado de Sua Santidade, o Papa Francisco.
Em declaração ao jornal The New York Times, publicada ontem, dia 19, Rubin revelou que o Cardeal Jorge Bergoglio foi voto vencido no inflamando encontro de bispos que debateu o assunto e definiu a posição da Igreja argentina.
Segundo ele, na opinião do Papa, a união civil seria "menor de dois males" e que seria necessário um diálogo maior com a sociedade. Essa teria sido a única derrota de Bergoglio em seis anos como chefe da conferência dos bispos da Argentina.
Outro que atesta a conduta pragmática do atual Papa é Marcelo Márquez, um líder dos direitos dos homossexuais e teólogo, segundo o mesmo jornal. "Ele (o Papa) me disse que os homossexuais precisam ter direitos reconhecidos e que apoiava uniões civis, mas não casamentos do mesmo sexo", testemunhou Márquez.
Parece, enfim, que existem diferenças importantes a serem consideradas entre Francisco e Bento XVI. “A melodia pode ser a mesmo, mas o som é completamente diferente”, sinteza Alberto Melloni, diretor da Fundação João XXIII  para a Ciência Religiosa, em Bolonha, na Itália.
Acesse a matéria do The New York Times, em inglês.

Aprovação do governo Dilma Rousseff alcança recorde de 63%, informa pesquisa CNI-Ibope

A percepção positiva dos brasileiros em relação ao governo é resultado da baixa taxa de desemprego, do foco nas políticas sociais e do carisma pessoal da presidente
A Pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria-CNI divulgada ontem revelou um cenário muito positivo para o governo da presidenta Dilma Rousseff.
A boa aprovação de Dilma não é surpresa.
A presidenta vem apresentando bons índices de aprovação desde o início do seu mandato. A novidade é que, pela primeira vez, o percentual que considera o atual governo melhor que o de Lula (20%) é maior do que o que considera o contrário (18%). Na pesquisa de dezembro, 21% considerava o governo Lula melhor, e 19% considerava o de Dilma melhor. Para 61% dos brasileiros, o governo Dilma é igual ao do ex-presidente Lula.
No geral, o governo da presidenta Dilma Rousseff é aprovado por 63% dos brasileiros. Para 29% dos entrevistados o governo é regular e apenas 7% o consideram ruim ou péssimo. É, sem dúvida, um belo início de ano para a presidenta.
Outros índices me chamam mais a atenção por revelarem a consistência da aprovação de Dilma.
Entre eles:
  • A confiança na presidenta subiu: de 73% em dezembro para 75% (contra 60% de Lula e 68% de FHC no mesmo período de seus mandatos);
  • A aprovação pessoal de Dilma oscilou um ponto positivo: de 78% para 79%, dentro da margem de erro. Somente 17% dos entrevistados desaprovam o modo como a presidenta governa;
  • A taxa daqueles que desaprovam a política para os impostos caiu de 65% para 60%, enquanto o percentual dos que aprovam subiu de 30% para 36%;
  • Os números para o combate à inflação também melhoraram: de 45% para 48%;
  • A desaprovação à taxa de juros caiu de 51% para 50%;
  • A aprovação da saúde subiu de 25% para 32% e a desaprovação caiu de 76% para 67%;
  • Na educação, a aprovação foi de 43% para 47% e a desaprovação de 56% para 50%;
  • As ações de combate à fome e à pobreza têm aprovação de 64% dos entrevistados;
  • As ações em defesa do meio ambiente têm 57% de aprovação;
  • O combate ao desemprego tem 57% de aprovação.
Finalmente, esses números ocorrem apesar do “pibinho”, da alta da gasolina e outros combustíveis, do terrorismo praticado pela mídia sobre baixos investimentos e ameças inflacionárias, etc.

Aposto na manutenção e ampliação dos índices de aprovação da Presidenta e concordo com as considerações do analista do IBOPE, Renato da Fonseca.
Em primeiro lugar, Dilma é, a seu modo, carismática. Não é popular, no sentido que Lula é. Mas conquistou os brasileiros com seu modo forte de comandar, sem deixar de mostrar grande sensibilidade como no caso da tragédia em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Uma mãe firme e boa. Eis a sua imagem profunda.
Em segundo lugar, apesar da crise, o país continuará a sustentar baixas taxas de desemprego bem como a melhor a renda.
Finalmente, Dilma está decidida a aprofundar as políticas de combate à miséria, via os programas sociais, e de incentivo à competitividade nacional, com ações como as de desoneração da produção, da cesta básica e outras.
Com tudo isso, é de se esperar que a pancadaria sobre o governo aumente. Dilma é candidata forte, muito forte para 2014.
Acesse aqui a página da CNI.
Baixe a pesquisa na íntegra a pesquisa CNI/IBOPE Avaliação do governo/março 2013.

terça-feira, 19 de março de 2013

A CEMIG foi parar na Bahia

Renova tem mega projeto para
produção e exploração de energia
eólica no interior da Bahia
Foto: Divulgação
"Caetitezação" da energia eólica tem dedo mineiro
O processo de descentralização econômica e, por consequência geopolítica, no Brasil, é uma realidade. Realidade que explica diversos problemas de manutenção de status e de financiamento  vividos por muitos grandes centros. Isso ocorre, às vezes, por caminhos inesperados. Por exemplo, o que Minas Gerais tem a ver com a Serra Geral da Bahia?
Tudo a ver. Trata-se da "caetitezação" da energia eólica.
Caetetizar é um neologismo relativo a Caetité, um pequeno município localizado a 757 km de distância da capital Salvador (BA). O nome deriva do Tupi: Caa (mata); Ita (pedra) e Ete (grande), algo como “Mata da Pedra Grande”. Segundo o Censo 2010,  esse município tem apenas 47.515 habitantes – cerca de 7,6% da população de Contagem. Famosa por uma farta produção de artistas renomados (como o cantor Waldick Soriano), por uma forte história de engajamento político e por seu subsolo rico em jazidas de urânio, ametista, manganês e ferro, Caetité abriga a única mina de urânio do Brasil.
Tem, também, o maior potencial eólico de todo o estado, segundo pesquisa anemométrica realizada no estado da Bahia. Acredito que deva ser ser um dos melhores do país.
As tentativas de aproveitamento desse potencial datam de 2002, conforme apurei na Wikipédia.
Com a crise energética ocorrida no final do governo FHC, o grupo espanhol Iberdrola apresentou um projeto para a instalação na cidade de um complexo gerador de energia eólica com 130 geradores e capacidade de geração de duzentos megawatts de energia. O projeto estava orçado em em R$ 550 milhões. Mas, foi recusado pelo Governo Federal e abandonado.
Em 2010, um novo projeto foi iniciado, desta vez com financiamento aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, e sob a a responsabilidade de uma empresa local – a Renova Energia.
Essa Renova, fundada em 2001, já é uma pioneira no Brasil no mercado de energia eólica e detém, aparentemente, a liderança no setor em toda a América Latina. Possui, além disso, um amplo portfólio de projetos de parques eólicos nos estados de Alagoas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins.
Para uma empresa do “interior”, não é pouca coisa.
Ocorre, entretanto, que a Renova é controlada pela Light S/A e pela nossa CEMIG que, por meio do grupo Minas Energia Participações S.A., detém parte do controle acionário da Light  (junto com Andrade Gutierrez Concessões S.A e outros).
Talvez seja isso que tenha tornado possível a associação da Renova com a francesa  Alston. Juntas, elas anunciaram, em fevereiro último, investimentos na ordem de 1 bilhão de euros (mais de R$ 2,7 bilhões, cerca de cinco vezes o projeto anterior) para a construção de um parque eólico em Caetité e região.
O novo projeto prevê o fornecimento, ao longo de três a quatro anos, de 440 aerogeradores eólicos, cuja capacidade mínima instalada é de 1,2 GW. Isso equivale à quase totalidade de geração atual do mercado eólico brasileiro – mercado em franca expansão.
Será de muito bom alvitre acompanhar esse processo. Atenção deputados.
Com informações do site EcoD.
Acesse o site da Renova Energia.
Acesse o verbete Caetité na Wikipédia.
Acesse o site da Prefeitura de Caetité.
Acesse o site da Light S/A.

Microsoft classifica escola no Rio como uma das 33 mais inovadoras do mundo

Escola oferece ensino médio profissionalizante na área de novas tecnologias
Aspecto de um ambiente de ensino do NAVE
Foto:  Ascom da Secretaria de Educação- RJ
Sou entusiasta de iniciativas deste tipo. O Colégio Estadual José Leite Lopes, na Tijuca, Rio de Janeiro, foi fundado em maio de 2008. Um de seus objetivos é preparar os jovens para atuar nos segmentos de internet, celular, jogos eletrônicos e TV digital. O colégio funciona de modo integral e integrado e, após três anos de estudo, os estudantes se formam com um diploma de ensino médio integrado ao profissionalizante.
Os estudantes são de diversos municípios do Rio, além de outras partes do país. São 160 vagas oferecidas por ano, sendo 90% para alunos oriundos de escolas públicas, 5% de escolas particulares e 5% para deficientes.
A eficiência da escola pode ser verificada nos ingressos em universidades: 55% dos aprovados nos anos de 2012 para 2013.
Também pode ser medido nas avaliações realizadas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No resultados divulgados em novembro de 2011 do exame, o Colégio Estadual José Leite Lopes foi o 1º lugar das escolas ligadas à Secretaria de Estado de Educação (Seeduc-RJ).
Na escola funciona o NAVE (Núcleo Avançado em Educação) que usa tecnologia da informação e comunicação no ensino dos alunos, com uma grade para mídias digitais, multimídia e programação de jogos. O Nave atua em três vertentes: como colégio estadual integrado ao profissionalizante; núcleo de pesquisa e inovação e centro de disseminação.
O programa chamou a atenção da Microsoft, que em 2009 escolheu o Nave Rio como uma das 30 escolas mais inovadoras do mundo. Em 2010, o Nave foi eleito “Escola Mentora” dentro do Programa de Escolas Inovadoras da Microsoft. Em 2012, a escola foi convidada pela empresa para participar do programa World Tour, dentro do qual as melhores escolas do mundo inteiro têm a oportunidade de serem visitadas por outras. Finalmente, no último dia 14, foi mais uma vez reconhecida como umas instituições de ensino mais inovadoras do mundo, numa relação que, desta vez, incluiu 33 instituições. O NAVE do Rio de Janeiro é a única escola no Brasil a participar deste grupo seleto.
Pernambuco
O NAVE também é desenvolvido na Escola Técnica Estadual Cícero Dias, em Pernambuco. Nos resultados do ENEM 2011, essa escola obteve a primeira colocação entre as escolas de Pernambuco vinculadas à Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco (Seep).
Abaixo vídeo de divulgação do NAVE.
Com informações da Agência Brasil e do Instituto Oi Futuro.


Tempo de deslocamento em cidades brasileiras é cada vez maior

Famoso, o BRT de Curitiba, não favoreceu
os mais pobres quanto ao tempo de
deslocamento.
Foto: flickr
Homens e mulheres, ricos e pobres, perdem cada vez mais tempo no trânsito
Chegar ao trabalho custa mais tempo nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro do que em Londres, Nova York, Tóquio, Paris, Santiago, entre várias outras grandes cidades, exceto Xangai.
É o que constatou um estudo recém-publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA que investiga 20 cidades estrangeiras e 10 brasileiras com dados comparáveis para o período de 1992 a 2009.
O que a pesquisa revela é uma crise de mobilidade urbana que atinge a maioria das cidades brasileiras com a piora no tempo de translado nas cidades com maior densidade demográfica, maior produto per capita e maior proporção de pessoas com carro. Nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, levam-se em média 43 minutos para chegar até o trabalho, sem contar a volta. No caso da Região Metropolitana de Belo Horizonte, 34 minutos – uma piora de 3% em relação a 1992. Pessoalmente, acho esse dado subestimado.
A piora vem sendo mais sentida pelas mulheres, que já gastam quase tanto quanto os homens no trânsito.
O levantamento mostra, ainda, o período gasto de acordo com a faixa de renda da população. Na média das áreas metropolitanas brasileiras analisadas, os considerados pobres demoram quase 20% mais do que os mais ricos para chegar ao trabalho. Do total pesquisado, 19% daqueles que possuem faixa salarial menor fazem viagens com duração acima de uma hora (somente trajeto de ida), enquanto esta proporção entre os mais ricos é de apenas 11%.
Os resultados apontam para importância de futuros estudos que investiguem em que medida esta desigualdade nos tempos de viagem é resultado de diferentes níveis de segregação espacial e de acessibilidade dos bairros nas áreas metropolitanas brasileiras.
Um dado curioso: Curitiba, e também Porto Alegre, instalou, nos anos 1990, um sistema de transporte público considerados modelar com os famosos BRTs (Bus Rapid Transit, ou “trânsito rápido de ônibus” em tradução livre). Esse sistema permitiu que o tempo médio de viagem de seus habitantes permanecesse praticamente inalterado e evitando a piora observada em outras cidades. Entretanto, no caso de Curitiba, que se tornou especialmente famoso, o estudo constatou um dos maiores níveis de desigualdade nas durações de viagem quando comparados os 10% mais pobres aos 10% mais ricos. Curitiba se equipara a Brasília, onde os pobres demoram, em média, quase o dobro dos ricos.
Essa é uma informação importante a ser considerada no projeto BRT de Contagem.
Acesse a página do  Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA.
Baixe o estudo Tempo de Deslocamento Casa-Trabalho no Brasil (1992-2009): diferenças entre regiões metropolitanas, níveis de renda e sexo.

sábado, 16 de março de 2013

IBGE divulga informações inéditas sobre a atenção aos direitos sociais e humanos nos estados brasileiros

Pesquisa de Informações Básicas Estaduais – ESTADIC foi realizada pela primeira vez
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, divulgou ontem, sexta-feira (15), a primeira Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (ESTADIC), realizada nos mesmos moldes da Pesquisa de Informações Básicas Municipais.
Trata-se de estudo inédito que traz informações, válidas para 2012, sobre as gestões estaduais a partir da coleta de dados sobre vários temas, como recursos humanos, conselhos e fundos estaduais, política de gênero, direitos humanos, segurança alimentar e nutricional e inclusão produtiva, com base nos registros e informações fornecidos pelos gestores estaduais de todos os estados da Federação e do Distrito Federal.
A pesquisa tem ainda o Suplemento de Assistência Social, com informações sobre a estrutura administrativa, legal e de execução da assistência social prevista no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), realizado em convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS.
Eis algumas conclusões do relatório:
  • Todas as 27 unidades da Federação tinham, em 2012, um órgão para tratar de política de assistência social. Entretanto, oito estados não ofertavam nenhum tipo de serviço nessa área: TO, RN, AL, MG, ES, SP, PR e MT;
  • Somente São Paulo não tinha um órgão ou setor específico para tratar de políticas de gênero;
  • Apenas 10 estados declararam ter um Plano Estadual de Políticas para Mulheres;
  • Todas as unidades da Federação têm delegacias de polícia especializadas no atendimento à mulher;
  • Apenas o Amapá declarou não ter órgão específico para tratar da questão dos direitos humanos;
  • Seis estados (Rondônia, Amazonas, Roraima, Amapá, Ceará e Espírito Santo) não tinham canais de denúncia de violação de direitos humanos na estrutura do governo estadual;
  • Apenas cinco Estados brasileiros – Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará – tinham conselhos para tratar dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais;
  • Todos os estados têm Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional.
Acesse o release na página do IBGE.
Baixe o relatório completo da Pesquisa de InformaçõesBásicas Estaduais - ESTADIC/2012.

Relatório prevê explosão de milionários em SP e Rio até 2022

Aumento no número de bilionários no país deve ser de 157%
O Brasil é o país latino-americano que deve ter um maior aumento na quantidade de ricos e superricos até o ano de 2022. E a maior parte deles estará concentrada em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O número de pessoas com patrimônio líquido de mais de US$ 30 milhões (cerca de R$ 59 milhões) deve aumentar 143% em São Paulo e e 146% no Rio de Janeiro.
A estimativa é da consultoria britânica Knight Frank e foi divulgada  no relatório The Wealth Report 2013 ("Relatório da Riqueza 2013", em tradução livre),  publicado na última quarta-feira.
O relatório também prevê um aumento de 157% no número de bilionários no Brasil na próxima década - dos atuais 53 para 136. Esse aumento será acima da média esperada para a América Latina, de 108%.
Segundo a pesquisa, São Paulo tinha 1.880 habitantes com mais de US$ 30 milhões de patrimônio líquido em 2012 e deve chegar a um total de 4.566 milionários em 2022.
O Rio teria 1.740 desses endinheirados no ano passado e deve registrar um total de 4.285 habitantes com mais de US$ 30 milhões em 2012.
Se confirmado, tal aumento levaria as duas metrópoles brasileiras para o topo da lista das cidades com maior aumento no número de milionários no mundo no período 2012 - 2022, atrás apenas de Xangai, na China (que no mesmo período veria um aumento de 162% de acordo com as previsões da consultoria).
Com informações da BBC Brasil.
Acesse o site da Knight Frank.
Baixe, em inglês, o relatório The Wealth Report 2013.