sexta-feira, 22 de março de 2013

Pérez Esquivel: Papa não foi cúmplice da ditadura

O Papa Francisco E Adolfo Pérez Esquivel
Foto: Religión Digital
Ativista dos direitos humanos diz que comete erros quem faz este tipo de acusação
“O Papa não teve nada a ver com a ditadura. Não foi cúmplice da ditadura, não colaborou. Preferiu uma diplomacia silenciosa, de pedir pelos desaparecidos, pelos presos”, afirmou o argentino Adolfo Pérez Esquivel em entrevista coletiva realizada após seu encontro com o pontífice argentino no Vaticano ontem, dia 21.
Pérez Esquivel é arquiteto, escultor e ativista dos Direitos Humanos, e recebeu o Nobel da Paz em 1980 pela defesa da democracia por meios não violentos.
Esquivel foi taxativo ao desvincular o Papa de qualquer cumplicidade com o regime militar argentino que cerca de 30.000 desaparecidos, entre eles vários sacerdotes, entre 1976 e1983.
“Houve poucos bispos que foram companheiros de luta contra a ditadura”, reconheceu Pérez Esquivel que também afirmou “Dentro da hierarquia católica argentina, houve sim alguns bispos cúmplices com a ditadura, mas não Bergoglio”.
O papel de Bergoglio durante aqueles anos tem sido fortemente questionado, sobretudo por veículos de esquerda no mundo e, de modo particular, pelo informativo Página/12. “Creio que comete erros ao fazer esse tipo de acusação”, comentou o Nobel da Paz, referindo-se a Horacio Verbitsky, um dos principais colaboradores do Página/12.
A reportagem sobre a visita de Esquivel ao Papa foi no site espanhol Religión Digital.
A matéria também divulga declaração de Franz Jalics, um dos missionários jesuítas sequestrados pela Junta Militar argentina nos anos 1970, assegurando que não foi delatado por Bergoglio.
Acesse o site (em espanhol) Religión Digital.
Acesse o site Página/12.